Um colega meu — Rodrigo Cid — indicou-me um jogo pelo Facebook que achei muito interessante ( http://www.philosophersnet.com/games/god.php ). O jogo tem por objetivo verificar em que medida o pensamento religioso das pessoas é consistente, ou seja, não leva a contradições, tendo-se por base a racionalidade. O site, originalmente, está na Língua Inglesa — num Inglês horrível por sinal. Fiz a tradução para postar aqui. Em azul escuro, vocês encontrarão os trechos traduzidos por mim. As minhas respostas às perguntas estarão na cor vermelha. Farei alguns comentários.
Deus no campo de batalha
As suas crenças sobre a religião podem ir de
encontro ao campo intelectual? Nesta atividade, você responderá uma série de 17
perguntas sobre Deus e religião. Em cada caso, partindo da questão 1, você
precisa responder Verdadeiro ou Falso. O intuito desta atividade não é julgar
se as respostas são corretas ou não. O que se encontra no campo de batalha é a
consistência da racionalidade. Isso significa que, para atravessá-lo sem
lesões, você precisará responder de maneira que seja racionalmente consistente.
Isso quer dizer que você precisa evitar escolher respostas que sejam mutuamente
contraditórias. Se você responder de uma maneira que seja racionalmente
consistente, mas que tenha implicações estranhas ou intragáveis, você será
forçado a tomar um tiro.
É claro que você pode concordar com pensadores
como, por exemplo, Kierkegaard, acreditando que a crença religiosa não precisa
ser racionalmente consistente. Isso, entretanto, está além do escopo desta
atividade, que se trata sobre que medida as suas crenças são racionalmente
consistentes, e não se isso é algo bom ou ruim.
Kierkegaard cria que a fé começa onde termina a razão. Discordo dele. Quanto à relação entre a fé e a razão [1], existem cinco possibilidades:
( i ) Tudo que é conhecido pela fé também é conhecido pela razão, mas nem tudo que é conhecido pela razão é conhecido pela fé; logo, a fé é uma subdivisão da razão (Racionalismo);
( ii ) Tudo que é conhecido pela razão também é conhecido pela fé, mas nem tudo que é conhecido pela fé é conhecido pela razão; logo, a razão é uma subdivisão da fé (Fideísmo);
( iii ) Tudo que é conhecido pela fé é conhecido também pela razão, e vice-versa; logo, fé e razão são intercambiáveis;
( iv ) Nada que é conhecido pela fé é conhecido pela razão, e vice-versa; logo, fé e razão são mutuamente excludentes (Dualismo);
( v ) Algumas coisas, mas nem todas, que podem ser conhecidas pela fé também são conhecidas pela razão, e vice-versa; logo, fé e razão se interceptam parcialmente (Superposição Parcial);
Eu sou adepto da última opção — a superposição parcial. Kierkegaard era um dualista.
Questão 1
Deus existe.
Verdadeiro/Falso/Não sei
Questão 2
Se Deus não existe, então, não há base para a
moralidade.
Verdadeiro/ Falso
Nunca pensei que a ética fosse ser um assunto sobre o qual me preocuparia: primeiramente, sempre fui um teórico. Na Física e na Matemática, sempre me interessei por assuntos abstratos. Nunca tive muito interesse na área aplicada e coisa parecido ocorreu na Filosofia; contudo, tenho percebido, ultimamente, que a Ética é um excelente campo para debater a questão da existência de Deus. Estou concebendo uma obra que se chamará O fundamento único e necessário da Ética no qual buscarei mostrar de maneira definitiva que apenas o Deus cristão fundamenta a Ética de maneira satisfatória.
Questão 3
Qualquer ser que possa ser corretamente chamado de
Deus deve ser livre para fazer qualquer coisa
Verdadeiro/Falso
Verdadeiro/Falso
As pessoas podem estranhar a minha resposta aqui. São famosos os chamados "Paradoxos da Onipotência". Uma maneira bastante conhecida de apresentar esse paradoxo é a seguinte: Deus pode criar uma pedra que ele não possa levantar? Se a resposta é afirmativa, Deus não poderá ser onipotente, pois não poderá levantar essa pedra; se a resposta for negativa, Deus, igualmente, não poderá ser onipotente, pois haverá ao menos uma coisa que ele não tem poder para fazer: criar uma pedra que não possa levantar. Tomás de Aquino trata desse problema na questão 25 do Livro I da sua Suma Teológica [2]. Ele afirma que Deus pode fazer apenas o que é logicamente possível. Achava, até pouco tempo, a solução do Tomás de Aquino perfeita. Ele, contudo, não conhecia os desenvolvimentos, que só ocorreram no século XX, de novas lógicas, diferentes de clássica. Tomás de Aquino conhecia apenas a Lógica Aristotélica, que, hoje, é praticamente nada diante de todas as ferramentas que temos. Se Deus pode fazer apenas o que é logicamente possível, tudo bem, mas de que lógica estamos falando? A possibilidade lógica é definida em termos do sistema subjacente à análise que efetuamos para verificar o valor de verdade das proposições. Enfim, um bom exemplo, é que Deus não pode fazer alguém ser, simultaneamente, solteiro e casado ou coisas desse tipo. Deus, também, não pode agir de modo contraditório à sua natureza. Uma boa maneira de entender isso é pensando se Deus poderia agir de modo mal ou praticar o mal. Pensando de modo agostiniano [3], o mal não é uma substância, mas é o afastamento de Deus. Onde Deus não está, aí há o mal. Por definição, então, como o bem é imanado pelo próprio Deus, ele não pode fazer o que é mal, simplesmente, porque é uma contradição lógica que Deus esteja e não esteja, sob as mesmas circunstâncias, no mesmo lugar. Alguns, talvez, perguntarão como fica a onipresença divina. É bom lembrar que, como o mal não é uma substância, mas representa uma atitude de afastamento, não de Deus, de modo literal, mas um afastamento da sua vontade. Não há, portanto, problemas em admitir-se a concepção de mal agostiniana e a manutenção do atributo da onipresença divina.
Questão 4
Qualquer ser que possa ser corretamente chamado de
Deus deve querer que exista tão pouco sofrimento no mundo quanto seja possível
Verdadeiro/Falso
É uma possibilidade lógica que haja um mundo sem sofrimento e este mundo, no qual há a menor quantidade possível de sofrimento, é um mundo no qual a quantidade de sofrimento é nula; contudo, é possível que Deus queira criar um mundo no qual haja sofrimento e que a quantidade não seja a mínima possível [4]. É totalmente compatível com a concepção cristã de Deus que Ele não queira que exista um mundo com a menor quantidade de sofrimento possível.
Questão 5
Qualquer ser que seja corretamente chamado de Deus
deve ter o poder de fazer qualquer coisa.
Verdadeiro/Falso
Verdadeiro/Falso
Já discuti essa questão na Questão 3.
Questão 6
A teoria evolucionista talvez seja falsa no tocante
a alguns detalhes, mas é essencialmente verdadeira.
Verdadeiro/Falso
Verdadeiro/Falso
As pessoas que me conhecem sabem que sou um evolucionista teísta; talvez, elas não entendam por que, então, marquei a opção "Falso" na questão acima. Explico-me. As pessoas têm uma grande dificuldade de entender o que é a ciência. As inferências científicas são inferências indutivas [5]. Para citar um exemplo de uma área que conheço bem, pensemos numa famosa lei da Física Clássica, em particular, a Lei da Gravitação Universal de Newton. Ela afirma que a força gravitacional é diretamente proporcional ao produto das massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas. A Física faz experimentos e encontra equações que modelam determinadas situações; no nosso caso, falamos sobre uma relação matemática que modela a força gravitacional entre os corpos. A pergunta é a seguinte: a natureza sempre se comportou dessa maneira? Ela sempre se comportará seguindo essa lei? A resposta mais comum — digo "mais comum" porque existem alguns poucos físicos tentando lidar com "leis" que mudam com o tempo — é a de que o comportamento sempre foi o mesmo e sempre será o mesmo. A ciência supõe uma regularidade que, simplesmente, não pode ser provada. O lógico brasileiro Newton da Costa criou uma teoria da verdade chamada Teoria da Quase-Verdade, na qual ele busca mostrar que a ciência não lida com a verdade, mas com a quase-verdade. Essa característica da ciência que permite que ela seja revisável. Voltando à questão, a partir do caráter indutivo da ciência é plenamente possível que a teoria evolucionista seja falsa, assim como qualquer outra teoria científica; inclusive, Karl Popper fornece como critério para o reconhecimento de uma teoria científica que ela possa ser falseável. Será, portanto, sempre possível que uma teoria científica seja falsa por definição! Dizer que uma teoria científica é essencialmente verdadeira é dizer que ela é necessariamente verdadeira, ou seja, que não há um mundo possível acessível ao nosso no qual a teoria seja falsa.
Perigo! Sem ferimentos até agora, mas fique atento!
Perigo à vista!
Questão 7
É justificável para basear as crenças de alguém
sobre o mundo externo uma firme convicção interna, independentemente de
evidências externas, ou na falta delas, para a verdade ou falsidade dessas
convicções.
Verdadeiro/Falso
As pessoas têm a falsa idéia de que a religião ou a crença em Deus é apenas uma "firme convicção interna". No tocante à religião cristã, nada é mais falso. A Teologia cristã faz uma distinção entre "revelação geral" e revelação especial". A primeira trata da revelação dos atributos divinos na Sua criação e a última trata, grosso modo, da revelação que tivemos em Cristo e por meio das Escrituras. Essas duas revelações são externas. Atos 17.28 (estou sempre usando a tradução da NVI) diz: "Pois nEle vivemos, nos movemos e existimos". Não há a possibilidade de tratar Deus como um objeto externo apenas. Crer em Deus não é apenas ter uma crença sobre o mundo externo, mas é ter uma percepção de algo que não apenas é transcendente, mas, também é imanente; por definição, algo tem de imanar primeiramente para depois transcender. A crença em Deus não é baseada apenas numa firme concicção interna e crer que a mera crença de alguém é justificável por conta de suas convicções é negar o próprio Cristianismo, uma vez que uma das principais etapas do Cristianismo, que é a santificação, é, justamente, despirmo-nos de nós mesmos, o que inclui os nossos pensamentos e crenças, a fim de revestirmo-nos do Espírito Santo, portanto, das idéias e pensamentos divinos.
Chegou a hora de escolher!
Você está sob fogo cruzado!
Você não pensa que seja justificável basear a
crença de alguém sobre o mundo externo numa firme convicção interna, sem alguma
prestação de contas a evidências externas, ou na falta delas, para validar ou
falsificas uma convicção. Na questão anterior, entretanto, você rejeitou a
teoria evolucionista quando a vasta maioria dos cientistas pensa tanto que as
evidências apontam para a sua veracidade quanto que não há evidência para
falsificá-la. Obviamente, muitos criacionistas reivindicam que o fato de que
haja evidências para a evolução não é conclusivo. Ao adotar essa postura,
contudo, eles vão de encontro à ortodoxia científica. Você, portanto, tem de
fazer uma escolha:
Ser atingido por uma bala e dizer que há evidência
de que a evolução não é verdadeira, apesar do que os cientistas dizem;
Bater em retirada e dizer que essa é uma área na
qual suas crenças apenas entram em contradição.
Opções:
Os cientistas estão
errados. Irei ser atingido pela bala.
Minhas crenças estão em contradição. Baterei em
retirada.
Em primeiro lugar, o texto apela para uma falácia ad populum e ad verecundiam: desde quando o fato de a vasta maioria dos cientistas pensar algo torna esse algo verdadeiro e desde quando o fato de um cientista dizer algo torna esse algo verdade? Em segundo lugar, eu mesmo disse anteriormente que eu sou um evolucionista teísta. Não recuso a teoria evolucionista e disse que a Questão 6 era falsa por motivos que nada têm a ver com a minha aceitação ou recusa da teoria. Como não entrei em contradição nenhuma, tive de escolher a opção "Os cientistas estão errado". É importante lembrar que há, novamente, outra falácia, que é aquela chamada de "falácia da bifurcação", na medida em que são oferecidas apenas duas opções, desconsiderando-se que existam outras possibilidades. De fato, as minhas crenças, até aqui, não entraram em contradição e eu, muito menos, acredito que os cientistas estejam errados hoje, mas apenas creio que há a possibilidade de que eles estejam errados. Para os afeitos à semântica dos mundos possíveis de Kripke, a avaliação do valor de verdade de proposições com modalidades é feita de acordo com os mundos acessíveis ao mundo atual. Pode ser o caso da situação do mundo atual nem ao menos ser considerada; em outras palavras, supor que os cientistas possam estar errados pode ser dito sem nenhum tipo de comprometimento com o fato de que os cientistas estejam errados ou não.
Questão 8
Qualquer ser que é corretamente chamado de Deus
deve saber tudo o que há para ser conhecido.
Verdadeiro/Falso
Achei muito inteligente restringir a questão a "o que há para ser conhecido"; assim, evitou-se o problema dos futuros contingentes ou mesmo a questão que os adeptos do teísmo aberto colocam sobre o que é passível de ser conhecido.
Questão 9
Torturar pessoas inocentes é moralmente errado.
Verdadeiro/Falso
A fonte da moral cristã é o próprio Deus. Digo isso porque se Deus mandasse expressamente que alguém torturasse um "inocente" — coloquei a palavra "inocente" entre aspas porque apenas Deus seria capaz de saber quem é inocente ou não. Digo "seria" porque, de acordo com o Cristianismo, não há inocentes: todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Romanos 3.23) — ele deveria ser torturado. Tentei pensar em algum texto que pudesse indicar que é moralmente errado torturar alguém. Veio à minha mente o texto de Lucas 6.31: "Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles.". O problema surge se alguém for masoquista e gostar de ser torturado; enfim, como a questão não afirmou que seja SEMPRE moralmente errado torturar pessoas inocentes, não vi problemas em julgá-la como verdadeira.
Questão 10
Se, apesar de anos de tentativas, nenhuma evidência
forte ou argumento foram apresentados para mostrar que não há um Monstro do
Lago Ness, é racional crer que um monstro como esse não existe.
Verdadeiro/Falso
Quando vi essa questão, já previ um argumento que os ateus sempre gostam de dar sobre a questão do ônus da prova e sobre comparar a racionalidade do ateísmo com a racionalidade da não-crença em duendes, papai noel e afins. O William Lane Craig possui um ótimo texto sobre esse assunto [6].
Questão 11
Pessoas que morrem de forma horrível, por conta de
doenças dolorosas, precisam morrer de tal maneira para que seja cumprido um
propósito maior.
Verdadeiro/Falso
Supor que fatos do mundo ocorrem por conta do cumprimento de um propósito maior é supor o determinismo. Creio no livre-arbítrio e creio que as pessoas são responsáveis pelos seus atos e que fatalidades — que nada têm a ver com fatalismo! — ocorrem num mundo onde haja liberdade. Quanto a esse assunto, sobre o sofrimento no mundo, recomendo o vídeo que indiquei na Questão 4.
Questão 12
Se Deus existe, ele poderia agir de maneira que tudo
aquilo que agora é considerado pecaminoso fosse moralmente aceitável e de
maneira que tudo aquilo que é agora considerado moralmente bom torna-se
pecaminoso.
Verdadeiro/Falso
Essa questão tem a ver com um dilema que o meu colega supracitado, Rodrigo Cid, sempre gosta de levantar, que é o conhecido Dilema de Eutífron. Resumidamente, o dilema é o seguinte: Deus faz o que é bom porque é bom ou as coisas que Deus faz são boas porque as faz? Haveria um dilema porque se Deus faz o que é bom porque é bom, há algo externo a Deus ao qual Deus serve. Se, do contrário, as coisas são boas porque Deus praticou-as, quer dizer que a bondade é arbitrária. Esse é um falso dilema na verdade [7] porque há uma opção que não é colocada pelo dilema, o que acaba reduzindo-o à falácia conhecida por "falácia do falso dilema". A opção é a de que a bondade seja imanente ao próprio Deus, de modo que ele nem sirva a algo externa e não torne algo bondoso por um decreto, simplesmente porque ele aja de determinada maneira. Essa questão flerta com a questão 3, pois vimos que Deus não pode fazer o que é logicamente impossível e para que um ato pecaminoso fosse considerado moralmente aceitável, Deus teria de mudar a sua natureza, o que seria contraditório de acordo com o que já discutimos sobre o mal a partir da concepção agostiniana.
Questão 13
É tolice crer em Deus sem certeza ou prova
irrevogável de que Ele exista.
Verdadeiro/Falso
Hebreus 11.1 diz o seguinte: "Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos."; logo, a fé é a certeza e a prova de que Deus existe por definição.O famoso versículo de João 3.16 diz: "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.". O verbo grego para "crer" neste texto é o verbo "pistis" que tem a conotação de fé. A fé, portanto, a necessária para a salvação no Cristianismo e, por sua vez, é a certeza de que Deus existe. É tolo, portanto, crer em Deus sem fé, ou sem a certeza do que esperamos.
Questão 14
Tão logo não existam argumentos cogentes ou
evidências que mostrem que Deus não existe, o ateísmo é matéria de fé, e não de
racionalidade.
Verdadeiro/Falso
Você foi atingido!
Você acabou de tomar um tiro certeiro!
Mais cedo, você concordou que é racional crer que o
Monstro do Lago Ness não existe se há ausência de evidências fortes ou
argumentos de que ele existisse. Nenhuma evidência forte ou argumento foi
exigido para mostrar que o monstro não existe — ausência de evidências ou
argumentos foram suficientes. Agora, entretanto, você alega que o ateísta
precisa estar apto a providenciar argumentos fortes ou evidências se sua crença
na não-existência de Deus é racional, em detrimento de uma mera matéria de fé.
A contradição é que na primeira ocasião — referente
ao Monstro do Lago Ness — você concordou que a ausência de evidência ou
argumento é suficiente para racionalmente justificar a crença na não-existência
do Monstro do Lago Ness; contudo, nesta ocasião — quando nos referimos a Deus —
você não concordou de forma semelhante.
Faço menção, novamente, ao texto ao qual fiz referência na Questão 10. Quando se fala sobre o monstro do Lago Ness, está-se falando sobre um objeto no mundo externo que pode ser detectado por meios científicos, o que é completamente distinto de tratar sobre Deus. O texto do Craig esclarece bem esse problema, dissolvendo a tal contradição apontada. Confesso que estou com preguiça de reproduzir o argumento do Craig. Leiam o texto dele!
Questão 15
O estuprador em série Peter Sutcliffe tem uma firme
convicção interior de que Deus queria que ele estuprasse e assassinasse
prostitutas. Ele foi, portanto, justificado em crer que ele estava realizando a
vontade de Deus ao empreender essas ações.
Verdadeiro/Falso
Já mencionei essa questão da "convicção interior" na Questão 7.
Questão 16
Se Deus existe, ele teria a liberdade e poder para
criar círculos quadrados e tornar 1 + 1 = 72.
Verdadeiro/ Falso
Já mencionei essa questão na Questão 3.
Questão 17
É justificável crer em Deus se alguém tem a firme
convicção interna de que Deus existe, independentemente de evidências externas,
ou da ausência delas, referentes à verdade ou falsidade de que Deus exista.
Verdadeiro/Falso
Já discuti isso na Questão 7.
Você chegou ao fim!
Parabéns! Você respondeu às perguntas até o fim
desta atividade.
Você tomou um golpe direto e foi acertado por uma
bala. O jogador médio dessa atividade até a presente data toma 1,37 golpes e
1,09 balas. 551.377 pessoas têm feito esta atividade.
Clique no link abaixo para uma análise posterior do
seu desempenho e veja se você ganhou um prêmio.
Parabéns!
Você foi premiado com a medalha de distinção TPM!
Esse é o nosso segundo maior prêmio pelo notável serviço prestado no campo da
batalha intelectual.
O fato de você ter progredido durante a atividade
sendo golpeado apenas uma vez e tendo recebido apenas uma bala sugere que suas
crenças sobre Deus são bem pensadas e que são quase inteiramente consistentes
internamente.
O golpe direto que você sofreu ocorreu porque um
conjunto das suas respostas implicou uma contradição lógica. O tiro levado
ocorreu porque você respondeu de maneira que requeria que você defendeu visões
que a maioria das pessoas acharia estranhas, inacreditáveis ou intragáveis. Na
parte inferior desta página, temos reproduzida a análise do seu golpe direto e
das balas que o feriram.
Como você sofreu apenas um golpe direto e um tiro,
você está qualificado a receber o nosso segundo maior prêmio. Bom aproveitamento!
[1] Dêem uma olhada no Manual de Defesa da fé (Peter Kreeft, Ronald K. Taceli)
[3] Vejam as Confissões, do Santo Agostinho, no Livro VII — "A Caminho de Deus
12 - O Problema do Mal - A Perfeição das Criaturas". Transcrevo o trecho genial de Agostinho para quem não conhece:
"Vi claramente que todas as coisas que se corrompem são boas: não se poderiam corromper se fossem sumamente boas, nem se poderiam corromper se não fossem boas. Com efeito, se fossem absolutamente boas, seriam incorruptíveis, e se não tivessem nenhum bem, nada haveria nelas que se corrompesse.
12 - O Problema do Mal - A Perfeição das Criaturas". Transcrevo o trecho genial de Agostinho para quem não conhece:
"Vi claramente que todas as coisas que se corrompem são boas: não se poderiam corromper se fossem sumamente boas, nem se poderiam corromper se não fossem boas. Com efeito, se fossem absolutamente boas, seriam incorruptíveis, e se não tivessem nenhum bem, nada haveria nelas que se corrompesse.
De fato, a corrupção é nociva, e, se não diminuísse o bem, não seria nociva. Portanto, ou a corrupção nada prejudica - o que não é aceitável - ou todas as coisas que se corrompem são privadas de algum bem. Isto não admite dúvida. Se, porém, fossem privadas de todo o bem, deixariam inteiramente de existir. Se existissem e já não pudessem ser alteradas, seriam melhores porque permaneceriam incorruptíveis. Que maior monstruosidade do que afirmar que as coisas se tornariam melhores com perder todo o bem?
Por isso, se são privadas de todo o bem, deixarão totalmente de existir. Logo, enquanto existem, são boas. Portanto, todas as coisas que existem são boas, e aquele mal que eu procurava não é uma substância, pois, se fosse substância, seria um bem. Na verdade, ou seria uma substância incorruptível, e então era certamente um grande bem, ou seria substância corruptível, e, nesse caso, se não fosse boa, não se poderia corromper.
Vi, pois, e pareceu-me evidente que criastes boas todas as coisas, e que certissimamente não existe nenhuma substância que Vós não criásseis. E, porque as não criastes todas iguais, por esta razão, todas elas, ainda wue boas em particular, tomadas conjuntamente são muito boas, pois o nosso Deus criou "todas as coisas muito boas".¹
¹ Gen. 1, 31
[4] Vejam o excelente vídeo do William Lane Craig sobre esse assunto:
http://www.youtube.com/watch?v=8o2BtYlH4Sc
http://www.youtube.com/watch?v=8o2BtYlH4Sc
[5] Essa questão das inferências indutivas está conectada ao que ficou conhecido como "Problema da Indução de Hume". Recomendo a leitura do verbete da Enciclopédia de Filosofia de Stanford:
http://plato.stanford.edu/entries/induction-problem/
http://plato.stanford.edu/entries/induction-problem/