segunda-feira, 16 de junho de 2025

Vaquinha para o tratamento de esclerose múltipla da Dani

 


Em março de 2023, minha esposa, Danielle, foi diagnosticada com esclerose múltipla, uma doença grave, rara, neurodegenerativa, desmielinizante, autoimune. Apenas 0,0183% da população brasileira tem essa doença. Diante do diagnóstico, depois de muito estudo e consulta de médicos especialistas, optamos pelo tratamento com a cladribina. Só havia um problema: na época, nosso plano de saúde recusou-se a dar acesso ao tratamento e cada comprimido – a Dani teria de tomar 20 ao longo de dois anos – custava cerca de 16 mil reais. Meses depois, a medicação foi incorporada pelo SUS, mas não tínhamos como adivinhar que isso ocorreria, e a Dani poderia ter novos surtos, sem previsão das conseqüências das lesões, caso não fosse tratada o mais rápido possível. 

Fomos orientados a entrar na Justiça. Graças a Deus, a Dani teve acesso à medicação e está muito bem. Quando ela fez, por exemplo, o seu primeiro exame de neurofilamentos, que, inclusive, não é coberto pelo mesmo plano, ela, com 31 anos, estava na faixa entre pessoas com 71 a 80 anos em termos de danos neuronais. Em seu último exame, ela mudou para a faixa de pessoas com 18 a 29 anos, uma faixa abaixo da sua faixa etária. 

Infelizmente, para nossa surpresa, meses atrás, soubemos de uma decisão judicial que nos obrigava a pagar o tratamento. Incluindo juros e multas, temos de pagar cerca de 400 mil reais ao plano. Tentamos o que pudemos judicialmente; contudo, bloquearam a conta da Dani, e a "Justiça" transferiu o dinheiro dela para uma conta sua.

Muitos amigos insistiram conosco acerca da possibilidade de abrirmos uma vaquinha. Não gostaria de apelar a essa alternativa, mas infelizmente nos vemos sem muitas saídas. 

Serei eternamente grato a todos que puderem ajudar-nos com qualquer quantia. A quem não puder ajudar-nos financeiramente, por favor, caso possa, ajude-nos com sua divulgação da vaquinha e sobretudo com sua oração.

Que Deus os recompense de antemão e muito obrigado pela generosidade de todos que têm nos acompanhado desde que tivemos o diagnóstico da Dani.

Aqui está o link para a vaquinha:

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-a-dani-a-pagar-o-tratamento-de-esclerose-multipla-apos-decisao-judicial-injusta-fabio-salgado-de-carvalho?campaignId=5556338

Se alguém tiver alguma dificuldade com o link ou desejar ajudar com outros valores, meu pix é o meu e-mail: fabiosalgado@gmail.com.



segunda-feira, 21 de abril de 2025

O Papa da minha conversão

Pintura de Raúl Berzosa em homenagem aos 80 anos do 
Papa Francisco (1936-2025).

Em 2011, comecei a ser aluno do professor Olavo de Carvalho, de forma mais sistemática, embora já o acompanhasse no TrueOutspeak e em seus artigos, desde o ano anterior, e já tivesse conhecimento de quem ele era, por meio da extinta revista Primeira Leitura, que circulou entre 2003 e 2006. Por meio do professor de saudosa memória que conheci o Padre Paulo Ricardo e foi por meio de um dos seus vídeos que tomei consciência do tamanho da minha ignorância sobre o Catolicismo. 

Como vocacionado à vida intelectual, era um grande admirador do Papa Bento XVI. Fui pego de surpresa quando a sua renúncia foi anunciada em 11 de fevereiro de 2013. Na época, já estava bastante avançado em meus estudos sobre a fé católica, mas não me sentia capaz de dar um passo adiante para abraçá-la. Pedi a Deus que me ajudasse a discernir o que Ele estava querendo com todas aquelas circunstâncias. Acompanhei, pela primeira vez, com grande apreensão, todas as especulações sobre quem eram os mais cotados para ser Papa. Não me recordo de ter visto o Cardeal Bergoglio em nenhuma dessas listas. Lembro-me de que todas as listas costumavam tratar a Igreja de forma não sobrenatural, reduzindo-a a disputas de poder entre progressistas e conservadores. Naquela época, eu me considerava um conservador. Tinha abandonado o libertarianismo, que abracei por anos, depois de muita leitura da Escola Austríaca em Economia. Pensava comigo que, caso determinado Cardeal fosse eleito, estaria provado que não deveria ser católico, julgando quem era merecedor do cargo por meio dos meus posicionamentos políticos. Hoje eu vejo como essa postura foi imatura e como eu ainda não compreendia como o Espírito Santo guia a Igreja.

O próprio Cristo escolheu os doze Apóstolos, mas isso não impediu que Judas Iscariotes o traísse e se suicidasse, que São Pedro o negasse publicamente, por três vezes, ou que apenas São João ficasse ao seu lado no Calvário. Creio firmemente hoje que o Espírito Santo dá a cada tempo precisamente o Papa de que precisa, mas não era a minha visão acompanhando o conclave de 2013 como um observador protestante.

No dia 13 de março de 2013, contrariando todas as especulações que acompanhara, o primeiro Papa latino-americano foi eleito. Ainda hoje, após mais de doze anos de catolicismo, não sei explicar muito bem com palavras como aquela experiência foi marcante em minha vida. Naquele dia, mandei a seguinte mensagem pra Dani, que hoje é minha esposa: "Amor, a partir de hoje, considero-me um católico. Estou cada vez mais apaixonado pela Igreja Católica. Foi uma das cenas mais bonitas que já vi quando o Papa pediu para o povo orar por ele e todas aquelas pessoas oraram. Só que não vou falar isso pra mais ninguém e não me sinto preparado para dizer para mais ninguém. Gostei da escolha. O Francisco I bateu de frente com a Kirchner na Argentina. Isso já é um bom sinal. Ele falou contra o casamento gay lá. É bom ele ser um latino porque traz novos ares à Igreja. Estou convencido de que Deus tem guiado a sua Igreja e que as portas do inferno não prevalecerão contra ela". Em resposta, ela me disse: "Esse Papa foi muito fofinho... Gracinha! Ele só não parece ser aqueeele intelectual, né?". A Dani sabia que eu admirava muito o Bento XVI, justamente pela sua envergadura intelectual. Percebam, contudo, como falávamos sobre a eleição do Papa de forma completamente mundana, sem nenhuma perspectiva sobrenatural. 

O fato é que todos os meus estudos, desde 2011, fizeram todo o sentido no dia em que o Papa foi eleito. Minha conversão deu-se no dia em que o mundo soube que ele tinha sido escolhido o novo sucessor de São Pedro. 

O estilo do Papa Francisco era bem diferente daquele de Bento XVI. Certa feita, vi um comentário do Padre Paulo Ricardo dizendo que cada fala do último caberia em uma encíclica, enquanto o primeiro era mais informal e freqüentemente dava munições à mídia para que suas palavras fossem usadas fora de contexto. O mesmo Padre afirmava que não era uma questão de que um estilo fosse superior ao outro: era apenas uma questão de escolher quais vantagens e desvantagens eram preferíveis pessoalmente na adoção de um estilo em detrimento ou favorecimento de outro. 

Em 2013, eu passei a fazer parte de um coral que existia na paróquia São Pedro de Alcântara. O regente desse coral também regia o extinto Coro Filarmônico da Catedral Metropolitana de Brasília Nossa Senhora Aparecida. Lembro-me de uma senhora que também integrava os dois corais que dizia ser espírita. Ela passou a seguir-me no Facebook e acabamos ficando mais próximos a ponto de um dia eu ter liberdade para abordá-la sobre o Espiritismo. Para a minha surpresa, ela me confidenciou que o Papa Bento XVI tinha a afastado da Igreja, coisa que era inconcebível para mim, e que amava o Papa Francisco, que supostamente mudaria as coisas com respeito ao Espiritismo. Disse-lhe em vão que aquilo era impossível e que um Papa não tinha poder para operar tal coisa.

Naquele mesmo ano de 2013, eu enfrentei inúmeras confusões por conta da minha conversão. Lembro-me de que minha mãe, certa feita, disse-me: "Fábio, eu gosto muito desse Papa, mas eu nunca serei católica". O Papa mal tinha sido eleito, mas era impressionante como ele conseguia contagiar a todos com o seu carisma. As pessoas sentiam-se próximas a ele mesmo que não fossem católicas. 

Em 2015, durante um almoço, minha mãe perguntou-me se eu tinha visto o que o Papa tinha dito sobre ter filhos. Diante da minha resposta negativa, sabendo o que eu pensava sobre a abertura à vida, ela falou que o Papa havia dito que não devemos nos reproduzir como coelhos. Imediatamente, eu tomei uma postura defensiva, disse que Papas podem falar bobagens, que a Infalibilidade Papal não abarca todo e qualquer pronunciamento papal. Assim que o almoço terminou, fui pesquisar o que o Papa dissera. Vi que não tinha dito absolutamente nada de mais e aprendi, pela primeira vez, a nunca confiar no que era noticiado sobre o Papa. 

Com a passagem do tempo, os progressistas ficaram decepcionados com o Papa ao perceberem que era apenas mais um Papa perfeitamente ortodoxo em seus posicionamentos que não promoveria nenhuma revolução, e os conservadores rasgavam constantemente suas vestes a cada manifestação dele, por vezes, atrelando-lhe o epíteto de "comunista"!

Dias atrás, comentei, nos stories do meu perfil no Instagram, que não conseguia lembrar-me de nenhum desacordo que tivesse com o Papa Francisco, ao mesmo tempo em que conseguia mencionar alguns que tinha com Bento XVI. Imediatamente, houve quem me abordasse, por mensagem direta, citando as mesmas falas descontextualizadas de sempre. Disse que talvez o fato de que tenha sido sempre ovelha do Papa Francisco, mas nunca de Bento XVI, tivesse colaborado para que pensasse assim.

Aprendi a ser ovelha com o Papa Francisco: afinal, foi o primeiro Papa a quem me submeti depois da minha conversão. Não poderia deixar de mencionar como os textos do Carlos Ramalhete, especialmente um intitulado "¡HAGAN LÍO!", foram importantes para que aprendesse a ter uma perspectiva correta sobre o Papa, mas sobretudo foi importante acompanhar as fontes primárias, antes de ler qualquer opinião de terceiros – não posso deixar de mencionar os esforços do apologista Jimmy Akin em compilar todas as manifestações semanais do Papa por meio do seu "The Weekly Francis".

O Papa começou o seu pontificado publicando um documento que tinha sido escrito por Bento XVI, fazendo-lhe adendos, a encíclica "Lumen Fidei". Era a continuação de uma série de encíclicas que Bento XVI tinha publicado sobre as virtudes teologais. É importante destacar a sabedoria do Papa Francisco no modo como lidou, o tempo todo, com o fato de que o Papa anterior ainda estava vivo, lembrando que ele veio a falecer apenas em 2022. 

A publicação da sua primeira encíclica realmente autoral deu-se em 2015. Lembro-me de como o meio conservador torceu o nariz para esse documento, ignorando o que um dos principais filósofos conservadores explicou sobre a chamada "Filosofia Verde". Aprendi com o Papa Francisco que não há temáticas proibidas para o Catolicismo e que ser católico é sê-lo em todos os âmbitos da nossa vida, incluindo o modo como nós nos relacionamos com o meio ambiente. Durante muitos anos, fui aterrorizado pela Teologia da Libertação, por influência daqueles católicos que acompanhava. Quando escutava a palavra "pobre" proferida por um Padre, logo pensava comigo que ouviria besteiras em seguida. Foi com o Papa que aprendi que os cristãos lidam com pobres muito antes de qualquer ideologia moderna. 

Em 2016, o Papa lançou um livro chamado "O nome de Deus é misericórdia". Na época, comentei com o meu diretor espiritual que fiquei bastante surpreso com o conteúdo, pois não tinha encontrado nele nada de heterodoxo – nessa época, eu ainda me esforçava sem sucesso para encontrar o Papa herético apregoado por certos círculos conservadores. Em verdade, o Papa "comunista" que freqüentemente era atacado por esses meios nunca existiu para mim: eu acompanhava o que o Papa dizia e escrevia em primeira mão, muito antes de ter contato com tablóides midiáticos. Há um episódio nesse livro que me marcou de forma muito profunda. O Papa explica que estava tentando convencer um homem a confessar-se, mas que ele dizia não estar arrependido. O Papa perguntou-lhe se ele desejava estar arrependido. Diante de sua resposta positiva, deu-lhe a absolvição.  

A temática da misericórdia de Deus foi onipresente em todo o seu pontificado. Esse episódio relatado pelo Papa lembra o modo como o pai recebe o seu filho na Parábola do Filho Pródigo. Deus, de uma forma incompreensível, aceita qualquer fagulha de arrependimento. O filho não retornou para a casa do pai por ter consciência do seu erro, por ter notado que ofendeu o seu pai, duramente, ao tomá-lo por morto antes do tempo, pedindo-lhe sua herança, mas apenas porque não queria mais comer comida de porco. O pai, no entanto, nem espera o filho falar direito, corre ao seu encontro, abraça-o fortemente, promove uma festa pelo fato do seu filho ter retornado, mesmo pelas razões não lá muito corretas. Eu ensino aos meus alunos catecúmenos a distinção entre a contrição perfeita e a imperfeita apelando a essa Parábola e citando esse relato do Papa em seu livro. 

O meu documento favorito do Papa, no entanto, não é uma encíclica, mas uma exortação apostólica. Ainda hoje, eu medito sobre o conteúdo da maravilhosa "Gaudete et exsultate", que disserta sobre a chamada à santidade no mundo atual. Se nunca o leu, recomendo-o fortemente. Esse texto fez-me desconfiar de que o Papa talvez fosse Santo. Sete anos depois de sua publicação, acompanhando suas catequeses, em suas audiências, lendo as biografias que escreveu e acompanhando o modo como se comportou, ao exercer sua dura função de Papa, tenho certeza de que foi um homem de Deus que viveu radicalmente a sua fé, de uma forma muito bonita e exemplar. É comovente que tenha se esforçado tanto para estar próximo do povo de Deus um dia antes do seu falecimento.  

Enfim, eu realmente aprendi tanta coisa com o Papa que fica difícil escrever um texto que não se torne um livro. Foi um Papa que amei profundamente, que marcou minha própria história, mas que sobretudo me ensinou, como já disse, a ser ovelha.

Não faço idéia de quem será o próximo Papa, mas procurarei escutá-lo docilmente da mesma forma com que procurei ser ouvinte de Francisco. É importantíssimo que realmente estejamos unidos ao Magistério da Igreja de mente e de coração. Quando um Papa publica um documento, como católicos, não temos de ficar querendo corrigi-lo ou julgá-lo, mas perguntar-nos o que Deus deseja falar conosco por meio daquelas palavras. 

O Papa Francisco foi um Papa que buscou acolher a todos, que levou a pastoralidade aos seus limites a fim de que nenhum pecador não se sentisse amado por Deus. Foi um grande Papa, que promoveu reformas importantes, sem nunca afrontar o Depósito da Fé, que conservou e transmitiu, de forma muito digna, de modo que poderia perfeitamente dizer, como São Paulo, que combateu um bom combate, terminou sua carreira e guardou a fé (2 Tm. 4.7).

Viva Francisco! Que Deus o recompense por toda a sua completa doação à Santa Igreja.

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Atendimentos de direção espiritual

 


Quando eu me converti ao Catolicismo, no dia 13 de março de 2013, não tinha a menor idéia do que eu teria de fazer na prática para ser efetivamente um católico. Toda a minha família materna é protestante, com ao menos quatro gerações de batistas influentes no meio brasileiro. Na parte paterna, com a qual não convivi tanto – a esmagadora maioria está na Bahia (nasci e resido em Brasília) –, muitos abraçaram o Protestantismo, e os poucos católicos que restam são meramente nominais. Estudei até a sétima série no Colégio Batista de Brasília. Mesmo quando deixei de estudar em uma escola confessional e nos anos de universidade, a maior parte das pessoas com quem convivi e com quem mantive amizade era composta por protestantes. Eu simplesmente, por conseguinte, não conhecia ninguém que poderia ajudar-me a viver uma vida católica concretamente. 

Como conto no meu relato de conversão, eu tive a graça de ter um diretor espiritual [1] antes mesmo de ir à minha primeira Missa, no dia 16 de junho de 2013. Fui dirigido espiritualmente, semanalmente, por cerca de sete anos. 

Sempre indiquei a todos os católicos que busquem um diretor espiritual. De preferência, é bom que seja um sacerdote que também possa ser o seu confessor. Tenho indicado, particularmente, a partir da minha própria experiência, os Padres do Opus Dei: eles costumam ser piedosos e conhecer bem a doutrina da Igreja [2].

Durante muitos anos, recebi convites para exercer a função de diretor espiritual – não há nada que impeça que leigos como eu a exerçam; entretanto, sempre os recusei. Reitero que é preferível que sacerdotes sejam escolhidos; contudo, diante do quadro lastimável do nosso Clero, que, em geral, possui péssima formação infelizmente, decidi neste ano passar a prestar esse tipo de atendimento no âmbito das minhas consultorias. Contudo, como simples leigo, que tem contas a pagar e uma família para sustentar, eu infelizmente não tenho condições de fazer isso de graça. Como a direção teria freqüência semanal, tomei a decisão de cobrar apenas metade do valor que tenho cobrado nas consultorias normais, ou seja, apenas 150 reais em vez dos 300 reais a hora. 

Os atendimentos, portanto, seriam semanais, com a duração de uma hora. Caso haja interesse em uma freqüência menor, quinzenal ou, no máximo, mensal, o valor original seria mantido. 

Infelizmente, não tenho condições de atender muitas pessoas; portanto, as vagas são limitadas. Se você tem interesse em ser dirigido por mim, entre em contato, por favor, comigo pela minha conta no Instagram (@fabiosaldecarvalho).

[1] Se você não tem a menor idéia do que é uma direção espiritual, dê uma olhada neste artigo do Padre Francisco Faus. 

[2] No site da Obra, vocês podem buscar os endereços dos centros pelo Brasil.

domingo, 12 de março de 2023

Bibliografia protestante sobre o "Sola Scriptura"

 


Quando se discute com protestantes acerca do princípio do "Sola Scriptura", um dos movimentos argumentativos mais comuns é a acusação de que, em verdade, não compreendemos o que é o princípio. Mesmo que citemos textualmente os autores relevantes sobre o assunto – prática, por sinal, incomum nos escritos anticatólicos –, que vários conversos tenham sido protestantes por anos a fio, como este mesmo que lhes fala, com alguns tendo exercido o ministério pastoral e obtido formação teológica, alguns com mestrado e doutorado, em instituições protestantes de renome, continuam acusando-nos de que não compreendemos como o princípio funciona. 

Muitos apelam a distinções ("Solo Scriptura", "Prima Scriptura", "Nuda Scriptura" e afins) que podem ter a sua relevância no âmbito denominacional protestante, mas que são completamente irrelevantes para os pontos levantados por nós na demonstração de que o princípio é falso. Se ao menos demonstrassem em que medida tais conceitos invalidariam a nossa argumentação ou em que medida o que dizemos está em desacordo com a bibliografia concernente ao assunto, incluindo os próprios documentos de cada denominação, seria menos pior; no entanto, simplesmente costumam afirmar que não entendemos o princípio. 

Desde que me tornei católico, em 2013, sempre tive o trabalho de indicar ao leitor a literatura contraditória com o que digo. Quando tenho conhecimento de um novo lançamento contra o Catolicismo, eu mesmo tenho o trabalho de divulgá-lo e de lê-lo. Quando passei a compilar neste blogue conversos ao Catolicismo que publicaram livros, mencionei um blogue protestante que indica literatura razoável de supostos ex-católicos que abraçaram o Protestantismo. Sempre convidei o leitor a comparar, por sua própria conta, os nossos argumentos com aquilo que é dito no meio protestante. 

Tendo em vista essa fala freqüente em discussões sobre o "Sola Scriptura" com protestantes, enumerarei aqui obras protestantes sobre o princípio convidando o leitor a lê-las a fim de verificar se as críticas católicas de fato estão reportando-se a outra coisa que não seja o próprio princípio e se qualquer uma dessas obras oferece respostas satisfatórias às centenas de críticas que lhes oferecemos – não é exagero dizer "centenas": o Dave Armstrong, por exemplo, chegou a publicar um livro intitulado "501 Biblical Arguments Against Sola Scriptura", que depois se transformou no livro "100 argumentos bíblicos contra o Sola Scriptura".

ALBUQUERQUE G. C. Confissões de fé e catecismos da igreja cristã reformada;
ALKIER, Stefan. Sola Scriptura 1517-2017: Rekonstruktionen – Kritiken – Transformationen – Performanzen; 
ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: a doutrina reformada das Escrituras; 
ARMSTRONG, John. Roman Catholicism: evangelical protestants analyze what divides and unites us;
BANZOLI, Lucas. Em defesa da Sola Scriptura (2 volumes); 
BARRETT, Matthew. Somente a Escritura: a autoridade da Palavra de Deus;  
BARRETT, Matthew. Teologia da Reforma
BOICE, James Montgomery. The foundation of biblical authority;
BRUMMEL, Nathan. The solas of the Reformation: the core doctrines of protestantism;
BURGER, Hans; HUIJGEN, Arnold; PEELS, Eric. Sola Scriptura: biblical and theological perspectives on Scripture, authority, and hermeneutics;
BURNS, Jason. Sola Scriptura: a defense of the Bible against Catholic tradition; 
CABALLERO, Jaime. Las cinco solas de la reforma protestante;
CALVINO, João. A instituição da religião cristã (2 volumes);
CHEMNITZ, Martin. Examination of the Council of Trent (4 volumes);
CODLING, Don. Sola Scriptura e os dons de revelação: como lidar com a atual manifestação do dom de profecia?; 
COMISSÃO INTERLUTERANA DE LITERATURA. Livro de Concórdia: as confissões da Igreja Evangélica Luterana; 
CRAMPTON, W. Gary. By Scripture alone: the sufficiency of Scripture; 
CRUZ, Juan de la. Las 5 solas de la Reforma;
DENAULT, Pascal. Solas: la quintessence de la foi chrétienne;
DORN, Douglas van. The five solas of the Reformation;
DOWNING, William. Sola Scriptura: o grande distintivo batista;
FAMERÉE, Joseph; LEINER, Martin. Les 'sola' de la Réforme relectures protestantes et catholiques;
FERREIRA, Franklin. Pilares da fé: a atualidade da mensagem da Reforma;  
FLUHRER, Gabriel N. E. Firme fundamento: a inerrante Palavra de Deus em um mundo errante;
FRANCISCO, Adam S.; MAAS, Korey D.; MUELLER, Steven P. Theologia et apologia: essays in reformation theology and its defense presented to Rod Rosenbladt;
GEISLER, Norman L.; MACKENZIE, Ralph E. Roman catholics and evangelicals: agreements and differences;
GEORGE, Timothy. Teologia dos reformadores;
GOODE, William. The divine rule of faith and practice: or a defence of the catholic doctrine that Holy Scripture has been, since the times of the apostles, the sole divine rule of faith and practice to the church: against the dangerous errors of the authors of the tracts for the times and the romanists, as, particularly, that the rule of faith is "made up of Scripture and Tradition together" etc.;
HALLOCK, Mark; HALEY, Ben. Sola: Five 16th-Century Truths that Recaptured the Heart of the Gospel and Why They Matter Today;
JOHNSTON, Robert K. The use of the Bible in theology/evangelical options;
KETTLER, Jack. The five points of Scriptural authority: a defense of Sola Scriptura;
KING, David t.; WEBSTER, William. Holy Scripture: the ground and pillar of our faith (3 volumes); 
KISTLER, Don. Sola Scriptura: numa época sem fundamentos, o resgate do alicerce bíblico; 
KYNER JR., Stephen J. Unyielding Foundations: Exploring the Five Solas of the Reformation;
LEPPIN, Volker. Sola: Christ, Grace, Faith, and Scripture Alone in Martin Luther's Theology;
LILLBACK, Peter A.; GAFFIN, Richard B. Thy Word is still truth: essential writings on the doctrine of Scripture from the Reformation to today; 
MARTINS, Yago. O cristão reformado: uma introdução bíblica aos pilares do protestantismo; 
MATHISON, Keith. The shape of Sola Scriptura
MELANCHTON, Filipe. Loci theologici: tópicos teológicos, de 1521; 
MULLER, Richard A. Post-Reformation reformed dogmatics: the rise and development of reformed orthodoxy, ca. 1520 to ca. 1725 (4 volumes)
PAYTON JR., James R. Getting the Reformation wrong: correcting some misunderstandings; 
PECKHAM, John C. Canonical theology: the biblical canon, Sola Scriptura, and theological method;
PICKOWICZ, Nate. Why we're protestant: the five solas of the Reformation, and why they matter;
SANTRAC, Aleksandar S. Sola Scriptura: Benedict XVI's theology of the Word of God; 
SCHWERTLEY, Brian M. Sola Scriptura e o princípio regulador do culto;
SPROUL, R. C. Scripture alone: the evangelical doctrine; 
SUBILIA, Vittorio. "Sola Scriptura": autorità della Bibbia e libero esame;
TRUEMAN, Carl R. O imperativo confessional;
TURRENTINI, François. Compêndio de teologia apologética (3 volumes); 
VANHOOZER, Kevin J. Autoridade bíblica pós-Reforma: resgatando os solas segundo a essência do cristianismo protestante puro e simples; 
WHITAKER, William. A disputation on Holy Scripture, against the papists, especially Bellarmine and Stapleton; 
WHITE, James R. Scripture alone: exploring the Bible's accuracy, authority and authenticity;
WITHERINGTON III, Ben. Sola Scriptura: Scripture's Final Authority in the Modern World.

Observações: há muitos artigos bons sobre o assunto, mas procurei ater-me a livros. Alguns dos livros acima não são totalmente dedicados ao tema do "Sola Scriptura", mas contêm ao menos um capítulo dedicado a ele. A formação do cânone bíblico é um outro assunto, embora muitas críticas católicas perpassem-no. Para não os deixar sem nada, indico-lhes o trabalho do Lee Martin McDonald, que talvez seja o maior especialista hoje no assunto, especialmente os dois tomos do seu "The formation of the biblical canon". Seria importante indicar documentos das diferentes denominações que registram o seu entendimento do princípio; contudo, limitei-me, na lista acima, principalmente ao luteranismo e ao calvinismo, embora haja capítulos de autores de outras vertentes nos livros acima. 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Como votarei nas eleições de 2022 (Minha colinha para 2022)

Há alguns anos, venho divulgando os candidatos que receberão o meu voto nas eleições. Em 2018, pela primeira vez, resolvi fazer essa divulgação neste blogue. 

Começarei do mesmo modo como iniciei o texto de 2018, falando das possibilidades de voto nulo e branco – inclusive, dêem uma olhada no que disse naquele ano.

Nenhum candidato é idêntico a nenhum outro candidato. Isso significa que, necessariamente, haverá pelo menos uma propriedade que um terá em detrimento ou favorecimento de outro ou dos outros. Os cargos não ficarão vagos a despeito de você decidir votar ou não. Alguém irá ocupá-los. Não faz, por conseguinte, o menor sentido abster-se de escolher um candidato para cada um dos cargos. Creio que aqueles que optam por essa possibilidade pecam por omissão, para não dizer algo mais grave sobre quem decide agir assim.

Neste ano, não irei alongar-me muito porque as circunstâncias são outras, como ficará claro ao longo do texto. 

O primeiro critério que tenho utilizado, desde 2014, é eliminatório: não votar em candidatos que pertençam a partidos do Foro de São Paulo [PDT (12); PCdoB (65); PCB (21); PT (13); Cidadania (23), antigo PPS]. O PSB (40) fazia parte do Foro, mas não está mais listado no site oficial. O PPL, que também fazia parte do Foro, foi extinto e incorporado ao PCdoB. Quanto ao Cidadania, é importante ressaltar que o site oficial do Foro ainda lista o Partido Popular Socialista (PPS), agora Cidadania, mas o Wikipedia relata que o partido não participa mais do Foro desde 2004. Por via das dúvidas, estou integrando o partido ao Foro.

Já era grave desconhecer o Foro de São Paulo nas eleições passadas; contudo, caso você ainda não tenha idéia do que ele vem a ser, sinto informá-lo de que está vivendo no mundo da lua. Indico o mesmo artigo que indiquei em 2018, do Felipe Moura Brasil, de quando ele ainda não tinha enlouquecido, e o livro lançado recentemente pela Vide Editorial compilando artigos do professor Olavo de Carvalho sobre o assunto.

Qualquer partido que esteja em federação com um desses partidos pertencentes ao Foro – para quem não sabe, não existem mais coligações desde a reforma eleitoral de 2021 – deve ser descartado. O PT (13), para o cargo de presidente, por exemplo, fez uma federação chamada "Coligação Brasil da Esperança" que une os partidos PCdoB (65), PV (43), SOLIDARIEDADE (77), PSOL (50), REDE (18), PSB (40), AGIR (36), AVANTE (70), PROS (90). Todos esses partidos devem ser evitados por estarem em federação com partidos do Foro de São Paulo; então, evitem-nos para todos os outros cargos. 

Os dois outros candidatos à presidência que montaram federações foram o Bolsonaro e a Simone Tebet. A Simone está na "Coligação Brasil para Todos", que juntou os partidos MDB (15), PSDB (45), Cidadania (23) e PODE (19). Vejam que o Cidadania, ligado ao Foro de São Paulo, está nessa coligação. Então, evitem votar em candidatos desses partidos. A federação do Bolsonaro, "Pelo bem do Brasil", juntou os partidos PP (11), REPUBLICANOS (10) e PL (22).

É importante, contudo, lembrar duas coisas. Primeiramente, os partidos são complexos. Eles são sensíveis aos diretórios regionais, de modo que um dado partido pode, em um determinado Estado, não ser tão ruim assim. O saudoso professor Olavo de Carvalho costumava dizer, com razão, que é mais fácil tomar um partido do que abrir um novo; então, pode haver alguma situação regional mais complexa que pode levar-nos a votar em um desses partidos, mas a regra é evitá-los. Vale lembrar também que as federações para a presidência não precisam repetir-se para os outros cargos. Os partidos podem fazer outros arranjos de acordos para outros cargos.

Segundamente, suponha que um candidato do PT e outro do PSB estejam disputando o governo de um Estado, como ocorre no Ceará – para ser preciso, no Ceará, há o Elmano de Freitas, do PT, e o Roberto Cláudio, que, embora seja do PDT, teve o seu partido em federação com o PSB. Suponhamos que os dois acabem indo para o segundo turno. Obviamente, a regra que temos adotado de não votar nesses partidos não valeria aqui. Teríamos de escolher o mal menor.

Dito isso, vamos para o cargo de presidente. 

PRESIDENTE

Em 2018, eu listei todos os candidatos à presidência e fui eliminando-os a partir dos seus partidos, mas não farei esse procedimento desta vez. Neste ano, temos 11 candidatos à presidência, mas todos estamos cansados de saber que a real disputa será entre o Bolsonaro e o Lula. Praticamente todas as pesquisas indicam três nomes nas primeiras colocações: Lula, Bolsonaro e Ciro. Lula e Ciro são de partidos do Foro de São Paulo. Seria absolutamente desastroso ter um governo com um dos dois na presidência. Os outros candidatos não costumam passar de 4% nas intenções de voto – sei que essas pesquisas são fajutas, mas elas pelo menos indicam tendências, embora possam não acertar o vencedor e as porcentagens precisas. Somente esse fato já seria mais do que suficiente para votar no Bolsonaro. 

Em 2018, eu listei 17 razões para votar no Bolsonaro, aproveitando o número do partido em que estava. Em princípio, tinha pensado em não fazer a mesma coisa neste ano, listando 22 razões para votar no Bolsonaro, mas mudei de idéia. O texto está neste blogue

GOVERNADOR

Inicialmente, havia 12 candidatos ao governo do Distrito Federal, mas o Parente, do PSB, renunciou, a candidatura do Renan Arruda, do PCO, foi indeferida com recurso e a do Paulo Octávio, do PSD, foi deferida com recurso. Levando em conta apenas os candidatos com candidatura deferida, com ou sem recurso, temos:

Coronel Moreno (PTB)

Ibaneis Rocha (MDB)
Partidos em federação: AVANTE; PROS; AGIR; PP; SOLIDARIEDADE; MDB; PL

Izalci (PSDB)
Partidos em federação: Cidadania; PRTB

Keka Bagno (PSOL)
Partidos em federação: REDE

Leandro Grass (PV)
Partidos em federação: PT; PCdoB; PV

Leila do Vôlei (PDT)

Lucas Salles (DC)

Robson (PSTU)

Teodoro da Cruz (PCB)

Paulo Octávio (PSD)
Partidos em federação: PODE; PATRIOTA; PSD; PSC; PMB

Vejam como as federações, regionalmente, são completamente diferentes daquelas feitas para a presidência. 

Para o governo do Distrito Federal, há um problema. Nas pesquisas, há a possibilidade de haver segundo turno entre o Ibaneis, que tenta a reeleição, e o Leandro Grass ou a Leila do Vôlei ou o Paulo Octávio. Creio que seria interessante um segundo turno entre o Ibaneis e o Paulo Octávio – a proposta de governo do Paulo Octávio de 55 metas é boa e chamou a minha atenção especialmente o projeto dele na área de cultura; no entanto, temo um segundo turno entre o Ibaneis e o Leandro ou a Leila porque os dois últimos são esquerdistas doentes. Tudo bem que o Ibaneis não é lá essas coisas – basta ver a proposta de governo dele cheia de esquerdismo e os próprios partidos que se juntaram a ele –, mas ele não chega perto do Leandro e da Leila. Não vejo ninguém em Brasília que seja totalmente simpático ao Ibaneis. Todos que conheço que votarão nele farão isso sem muita empolgação. Tenho receio de que essas pessoas acabem mudando de voto em um possível segundo turno, votando na Leila ou no Leandro. Algumas pesquisas indicam a possibilidade de o Ibaneis ser eleito no primeiro turno. 

Embora o Ibaneis seja do MDB e esteja em federação com partidos que estão apoiando o Lula para a presidência, curiosamente, o partido do Bolsonaro, o PL, e o partido que fez federação com o PL, o PP, estão em federação com o MDB para o governo. 

Pessoalmente, não achei o governo do Ibaneis lá essas coisas, mas pelo menos, durante a pandemia, ele não fez as loucuras que vimos em outros Estados. 

Meu voto será no Paulo Octávio, tendo em vista que o programa dele é sóbrio, sem nenhum tipo de esquerdismo, e que os partidos que estão do seu lado são infinitamente melhores do que aqueles que estão apoiando o Ibaneis. Vale ressaltar também que seria estratégico votar nele pensando em eliminar a possibilidade de que tenhamos um segundo turno do Ibaneis com o Leandro ou a Leila.  

SENADOR

Temos 9 candidatos ao Senado no DF com a candidatura deferida. É importante escolher os cargos para o Senado e para a Câmara a partir da escolha para a presidência. O Bolsonaro tem apoiado a Damares, do REPUBLICANOS, que está em federação com o União, e a Flávia Arruda, que é do seu partido, PL, que está em federação com os partidos MDB; PP; PL; PROS; AGIR; AVANTE. O voto para o cargo de senador é majoritário, não proporcional; então, o peso do partido ou da federação não é tão importante como no caso dos cargos de deputado. 

Nas pesquisas, a Flávia Arruda está na frente, seguida pela Damares. A Rosilene Corrêa, do PT, e o Joe Valle, do PDT, vêm depois da Damares, mas relativamente distantes. 

Semanas atrás, vi um vídeo da deputada distrital Júlia Lucy falando sobre como a Damares ajudou-a na autorização de compra de implantes subdérmicos. A Júlia insiste, há anos, em facilitar o acesso a métodos contraceptivos abortivos como, por exemplo, o DIU. Esses implantes subdérmicos têm o mesmo funcionamento de pílulas contraceptivas. A única coisa que muda é a forma de estímulo de produção hormonal: um é por via oral, outro, por via cutânea. Depois, a Damares gravou um vídeo convidando os eleitores a votarem na Júlia Lucy. Tentei, em vão, perguntar para a Damares se ela tinha conhecimento de que esses métodos são abortivos. Isso é bastante grave. Como alguém pode dizer, o tempo todo, ser defensora da vida, desde a concepção, ao mesmo tempo em que estimula e promove métodos contraceptivos abortivos?

Eu estava decidido a votar na Flávia Arruda por conta desse fato; contudo, ao ver um debate entre os quatro candidatos supracitados no Metrópoles, decidi votar, mesmo assim, na Damares por algumas razões.

Em primeiro lugar, ela claramente está com o Bolsonaro. Não se vê a mesma convicção na Flávia. Nos últimos anos, vimos a quantidade de políticos eleitos que traíram o presidente. Creio que é menos provável que a Damares faça algo assim, como uma Joice Hasselmann, um Alexandre Frota, uma Soraya Thronicke, uma professora Dayane Pimentel e tantos outros. Em segundo lugar, a Michelle Bolsonaro tem feito campanha aberta para a Damares. Creio que o Bolsonaro deve ter sido obrigado a não apoiar a Damares, em favorecimento da Flávia, por conta do seu partido, mesmo que o partido da Damares esteja em federação com o PL para o cargo de presidente. Em terceiro lugar, creio que a questão mais importante a considerar é que nós precisamos de pessoas capazes de enfrentar os ditadores de toga do STF. A Flávia é casada com um político de passado conturbado, a saber, o Arruda. Temo que a Flávia possa não ter a independência necessária para afrontar o STF quando for preciso. Eu acho, sinceramente, que a Damares simplesmente seja ignorante sobre os efeitos abortivos desses métodos. Na pior das hipóteses, supondo que ela realmente saiba o que esteja fazendo, o STF tem mais poder para promover o aborto no Brasil – não deveria ser assim por não ser prerrogativa do Supremo legislar, mas é a nossa triste realidade – do que a Damares sozinha como senadora. 

De qualquer modo, não faço idéia dos posicionamentos da Flávia Arruda sobre esses métodos particularmente. Creio que ela seja católica, mas infelizmente isso não diz muito sobre o brasileiro médio.

Sopesando tudo isso, irei votar na Damares.

DEPUTADO FEDERAL

Nas eleições passadas, eu votei na Bia Kicis. Não me arrependo do meu voto. Acho que ela fez um bom trabalho como deputada federal. Pensei na possibilidade de examinar outros candidatos para ver se encontrava alguém que poderia ser uma opção melhor, mas resolvi ficar com a Bia mesmo. O PL tem apenas nove candidatos com a candidatura deferida, com ou sem recurso, e não fez federação com nenhum partido. Dei uma examinada em todos os outros candidatos que podem ser eleitos, por meio do meu voto, consultando suas redes sociais e respectivas páginas, e achei razoável o quadro de candidatos do partido.

DEPUTADO DISTRITAL

Votarei no Fábio Gomes para deputado distrital. Pela primeira vez, desde que comecei a votar, desde 2002, votarei em alguém que realmente conheço e em quem realmente confio. O meu xará cresceu na mesma igreja batista em que cresci. Assim como eu, também é ex-protestante converso ao Catolicismo. Ele também freqüentou o centro do Opus Dei, o CEAC, aqui de Brasília. Trabalhamos na mesma Secretaria do MEC em 2019. O PRTB, pelo qual ele está candidatando-se, foi o partido com o qual o Bolsonaro fez coligação em 2018, por meio da candidatura do General Mourão. Estive no lançamento da pré-candidatura do Fábio, e a presidente do partido deixou muito claro que o principal objetivo deles era reeleger o Bolsonaro. Eles têm vinte candidatos ao cargo. Dei uma olhada geral nos perfis deles, mas infelizmente nem sempre foi possível ver muita coisa porque alguns simplesmente tinham praticamente nada nos seus perfis. Por desencargo de consciência, dei uma olhada no PL, no partido do Bolsonaro, que seria um partido alternativo, e eles têm 24 candidatos. Eu teria de vasculhar todos eles, com a desvantagem de que não conheceria ninguém pessoalmente. Além do mais, o Fábio não apenas é uma pessoa inteligente e confiável, que eu conheço há anos, mas também tem propostas muito boas. Infelizmente, não consegui acessar o material dele no seu site – já o avisei –; então, disponibilizei-o em um link para quem quiser conhecê-las. 

Minha cola para 2022, portanto, ficou assim:


Presidente
Jair Bolsonaro (22, PL)
Federação: Pelo bem do Brasil (PP; REPUBLICANOS)

Governador
Paulo Octávio (55, PSD)
Federação: DF para todos (PODE; PATRIOTA; PSC; PMB)

Senador
Damares Alves (100, REPUBLICANOS)
Federação: União por Brasília (União)

Deputado Federal
Bia Kicis (2222, PL)

Deputado Distrital
Fábio Gomes (28028, PRTB)


22 razões para votar em Jair Bolsonaro


 1

O governo do Bolsonaro está comprometido com o valor mais importante que um ser humano pode ter: a sua própria vida, desde a concepção. A Esquerda, de forma geral, relativiza a vida e crê que tartarugas podem ser preservadas sem que os ovos de tartarugas sejam preservados – no caso particular de tartarugas, parece que o raciocínio deles funciona perfeitamente, em detrimento de bebês humanos. Se você é favorável ao aborto, por favor, veja o conjunto de argumentos que elenquei nos destaques sobre o assunto no meu perfil do instagram (@fabiosaldecarvalho) e compre alguns livros que foram lançados, nos últimos anos, no Brasil – entre, por exemplo, no site da Vide Editorial e pesquise por "aborto" no campo de pesquisa. Não faz sentido discutir sobre qualquer outro assunto sem a garantia da vida de quem poderá ter direitos. Quem não tem vida não pode ter saúde, educação ou qualquer outra coisa. 

2

Por falar em direito à vida, semelhantemente, não adianta nascer, mas ser morto. Com os governos do PT, atingimos taxas de homicídio inacreditáveis no Brasil. Era mais seguro ir para qualquer guerra do mundo do que permanecer no Brasil. Para ter a taxa do Brasil, você teria de somar a taxa dos EUA, do Canadá, de Marrocos, da Argélia, da Tunísia, da Líbia, do Egito, da China, da Mongólia, da Malásia, da Indonésia, da Austrália, da Nova Zelândia, da Coreia do Sul, da Coreia do Norte, do Japão, de Portugal, da Espanha, do Reino Unido, da Irlanda, da França, da Bélgica, da Holanda, de Luxemburgo, da Alemanha, da Itália, da Suíça, da Dinamarca, da Noruega, da Suécia, da Finlândia, da Estônia, da Letônia, da Lituânia, da Polônia, da República Tcheca, da Eslováquia, da Áustria, da Hungria, de Belarus, da Ucrânia, da Romênia, da Moldávia, da Bulgária, da Eslovênia, da Croácia, da Bósnia-Herzegóvina, da Sérvia, de Montenegro, da Albânia, da Grécia e – ufa! – da Macedônia! Vocês têm noção disso? O Brasil ainda ficava um pouquinho na frente mesmo juntando todos esses países! E não me venham falar em proporcionalidade de população porque os EUA têm uma população muito maior do que a nossa por exemplo! 

O presidente "genocida" irá deixar um governo com a menor taxa de homicídio dos últimos dez anos! As mortes violentas também caíram, lembrando que essas estatísticas abarcam todos os grupos, incluindo mulheres, negros, homossexuais etc. Praticamente todos os números que vocês puderem consultar sobre a segurança pública, durante o governo do Bolsonaro, são melhores do que aqueles apresentados nos últimos governos. 

3

O próximo presidente indicará pelo menos dois novos ministros para o STF. Tudo bem que ninguém soltou fogos de artifício pelos dois indicados pelo Bolsonaro, o Nunes Marques e o André Mendonça, mas convenhamos que ainda conseguem ser melhores do que qualquer um que já estivesse lá. De qualquer modo, vocês preferem mesmo que o Lula indique alguém no lugar do Bolsonaro? Lembrem-se também da novela que foi para o André Mendonça ser efetivado: colocaram ele em banho-maria até não poderem mais. Imaginem se o indicado fosse algum conservador de cepa. Não seria aprovado nunca! É por isso que temos de ter muito cuidado no nosso voto para o Senado nestas eleições.

4

Não adianta conseguir nascer, permanecer vivo, mas não ter liberdade. Durante a pandemia, o único que falou, a todo momento, em defesa da liberdade de o trabalhador poder trabalhar foi o Bolsonaro. O único que defendeu, sistematicamente, a nossa liberdade de escolher vacinar ou não foi o Bolsonaro. O Lula, por sua vez, disse que defendia que ninguém seria obrigado a vacinar-se, mas que não poderia ir a lugares públicos, não poderia participar de nada que tenha gente, não poderia visitar parente, não poderia ter seus filhos na escola, tendo de ficar trancado em casa. 

5

Por falar em liberdade, também temos a liberdade de defender-nos por meio de armas. Não importa o que você pense sobre esse assunto: em 2005, houve um referendo, no Brasil, em que 63,94% da população recusou o desarmamento, mas a decisão do povo brasileiro foi completamente ignorada. Se você vive falando em democracia, deveria querer que a vontade dos brasileiros fosse respeitada. O único que procurou respeitar o referendo de 2005, desde que ocorreu, foi o Bolsonaro. Se você ainda acredita nas lorotas contadas sobre o armamento, procure os inúmeros debates do Bene Barbosa pelo YouTube e faça a mesma coisa que sugeri quando falei sobre o aborto: entre no site da Vide Editorial, digite "arma" no campo de pesquisas e estude a literatura que aparecer lá. Já existe literatura no Brasil suficiente para ser minimamente honesto ao falar sobre esse assunto. É bom lembrar que, durante a gestão do Bolsonaro, houve um aumento na apreensão de armas ilegais com respeito ao ano de 2018. 

6

O Bolsonaro é contra a legalização de drogas. Se você acredita que esse assunto é apenas uma questão de discussão sobre liberdades individuais, dê uma olhada em um vídeo do Bernardo Küster em que ele fala sobre isso. Com relação ao ano de 2018, durante o governo do Bolsonaro, como ele apresenta no seu plano de governo, houve mais apreensão de drogas. Em maio deste ano, a Força Aérea lançou dois satélites, Carcará 1 e 2, para ajudar no combate ao tráfico de drogas. O Lula, contrariamente, sempre esteve ligado ao narcotráfico, começando pelo Foro de São Paulo, sem contar suas ligações com o PCC.

7

Eu trabalhei no Ministério da Educação (MEC) em 2019, na Secretaria de Alfabetização (Sealf), com o Carlos Nadalim, que tem feito um trabalho extraordinário, lembrando que essa Secretaria foi uma criação do governo Bolsonaro. Minha esposa trabalha no Ministério da Saúde desde 2020. Ela trabalhou na Secretaria da Doutora Mayra Pinheiro, que foi tão atacada naquela palhaçada de CPI da Pandemia no Senado. Eu também tenho inúmeros amigos que trabalham no governo. Uma das minhas atribuições, quando trabalhei na Sealf, era a de acompanhar o que a mídia publicava a respeito da Secretaria para oferecer respostas. Todos os dias, éramos atacados gratuitamente, sem nenhuma justificativa. Eu perdia um bom tempo do meu trabalho com bobagens. A Esquerda fazia de tudo para boicotar o nosso trabalho, desde a mídia a funcionários infiltrados no Ministério. O Nadalim pedia para picotarmos todos os documentos que imprimíssemos na época em que estávamos desenvolvendo a Política Nacional de Alfabetização (PNA), mas, incrivelmente, sempre vazavam trechos inteiros entre aspas nos meios de comunicação que correspondiam precisamente àquilo que realmente estava nos documentos. Nos Ministérios, há cargos comissionados, mas há um número razoável de funcionários públicos concursados. Se o sujeito for de Esquerda, e não tiver caráter – uma conjunção que não é rara de encontrar-se em esquerdistas –, ele simplesmente fará de tudo para boicotar o governo. Enfim, o que quero apontar neste item é que eu pude acompanhar de perto a dedicação daqueles que foram colocados no governo do Bolsonaro a despeito de todos os boicotes imagináveis. Eu não tinha hora para sair do Ministério, trabalhei fins de semana, sem receber remuneração adicional por isso – e fazia isso com alegria porque sabia que estava trabalhando pelo meu país. Eu vejo a Dani fazendo a mesma coisa e vi todos os meus colegas de trabalho agindo assim: todos com um forte senso de missão. Eu ouvi relatos de funcionários que trabalhavam há anos no Ministério, que pegaram vários governos, dizendo-me como viam como as coisas estavam diferentes no governo Bolsonaro e que nenhum outro governo foi tão atacado pela mídia. Vejam bem: eu sou um zé ninguém, era um mero assessor do Nadalim na Sealf, mas, quando fui nomeado, fui atacado pela Carta Capital, pelo UOL, pelo Metrópoles e tantos outros órgãos da Imprensa. Se foi assim comigo, imaginem com os cargos mais altos. Enquanto os cargos, nos governos anteriores, eram ocupados por gente que estava interessada na "Pátria Grande", neste governo são ocupados por quem está disposto a dar a sua vida pelo seu país. Os cargos, nos governos anteriores, eram distribuídos a pessoas sem qualquer competência, trocadas, a todo momento, por conta de escândalos de corrupção. 

8

Já que falei da minha experiência no MEC, falemos da educação no Brasil. Pela primeira vez na história deste país, para usar o mote do candidato ex-presidiário, tivemos um governo atento à fase mais importante da educação: a alfabetização. Os dados do Inaf demonstram que, em 2018, apenas 12% da população tinha uma alfabetização proficiente. Isso é um completo desastre educacional e civilizacional! Os governos passados gabam-se de ter ampliado o acesso às universidades, mas imaginem tantos profissionais analfabetos ocupando cargos na sociedade! O governo Bolsonaro criou uma Secretaria no MEC especialmente dedicada à alfabetização, lançou uma nova Política Nacional de Alfabetização, totalmente baseada em evidências científicas e nas melhores experiências mundiais. Muitos programas foram lançados, incluindo um de promoção da literacia familiar, o "Conta pra mim", unindo e fortificando as famílias, tão atacadas em governos anteriores, por meio da leitura em voz alta para crianças. O Brasil que o Bolsonaro pegou foi um país onde apenas 2% dos alunos saem do Ensino Médio sabendo Português e 5% com conhecimento rudimentar de Matemática! O que esperar de alunos que não conseguem sequer ler um texto com proficiência?

Nenhum outro governo, desde a Nova República, desde a redemocratização do país, reduziu e eliminou tantos impostos! A Esquerda, contrariamente, só pensa em meter mais a mão no nosso bolso o tempo todo! O Bolsonaro e o Paulo Guedes disseram que fariam isso, na campanha de 2018, e cumpriram com o que prometeram!

10

O "establishment" inteiro está contra o Bolsonaro. A grande mídia inteira o odeia! Apenas isso já seria motivo suficiente para votar nele! Vocês viram aquela foto constrangedora dos ex-presidenciáveis unidos contra o Bolsonaro, do Boulos ao Meirelles? 


11
O número de invasões de propriedades, durante o governo do Bolsonaro, foi ridículo comparativamente aos outros governos! Por sinal, uma das promessas do Bolsonaro, que pode ser vista em todo o seu plano de governo, é precisamente a de garantir efetivamente o direito à propriedade – creio que vocês devem ter cultura suficiente para saber o que Marx pensava sobre esse direito. 


12

O Bolsonaro é favorável ao voto impresso. Se você ainda acha que isso é teoria da conspiração, pesquise os vídeos do professor Diego Aranha sobre o assunto e, sobretudo, o vídeo do procurador Felipe Marcelo Gimenez. Vejam também o vídeo do professor Pedro Rezende, que é professor de segurança na informática na UnB e doutorou-se em Matemática Aplicada em Berkeley. Ele conta que a Holanda, em 1991, foi o primeiro país a informatizar suas eleições, mas que, ao perceber a vulnerabilidade do sistema, reintroduziu a contagem por cédulas, e que a informatização, que parece fazer mágica, eliminando os riscos de fraude que existiam no papel, paga um preço ao introduzir novas formas de fraude invisíveis e praticáveis a atacado. Ele menciona também que a Índia, em 1992, foi outro país pioneiro no uso de urnas eletrônicas, no sistema de primeira geração, como é o nosso, mas que, em 2013, considerou esse sistema inconstitucional por não permitir a recontagem dos votos. 

O fato é que o nosso sistema eleitoral é ultrapassado e não é confiável. O único interessado em melhorá-lo e que questiona o que pode e deve ser questionado – vejam os vídeos que lhes indiquei – é o Bolsonaro. 

13

Já que estamos no item 13, em homenagem ao Lula, vamos falar dos pobres. O comediante Léo Lins brinca que o Lula só sabe falar em pobre o tempo todo. Pois falemos dos pobres! O plano de governo do Bolsonaro argumenta, na página 3, que os dados do IBGE e do Banco Mundial mostram que, entre 2003 e 2016, enquanto a pobreza caiu no mundo 53,5%, ela aumentou no Brasil em 11%. Isso em um período extremamente favorável regionalmente e mundialmente! O que o governo do Bolsonaro fez durante uma pandemia e uma guerra? Enquanto a pobreza aumentou em 40%, ele impediu que 14 milhões de brasileiros entrassem na linha de pobreza, enquanto o Lula impediu que 30,6 milhões de pessoas saíssem dela. Nessas horas, é importante prestar menos atenção em narrativas e mais em fatos. Imaginem o que o Bolsonaro conseguiria fazer em tempos mais tranqüilos!

14

Enquanto a Esquerda fala, o tempo todo, em regulações para a mídia, o Bolsonaro, no seu governo, nunca tomou nenhuma medida para cercear a liberdade de expressão de quem quer que seja e, no seu plano de governo, afirma que ela será estimulada e garantida no seu novo governo. Com tantos ataques à liberdade de opinar que vimos nos últimos anos, com anuência e protagonismo do lamentável Supremo Tribunal Federal que temos, é importantíssimo termos um presidente que prime pela nossa liberdade de pensamento. 

15

Sei que o brasileiro tem memória ruim, mas vocês se lembram de quantos escândalos de corrupção pipocavam, diariamente, nos governos anteriores? Em todos os dias, havia algum esquema denunciado nos noticiários. Isso acontecia o tempo todo! Não apenas isso: o PT foi responsável pelos maiores esquemas de corrupção não apenas da história do Brasil, mas do mundo! Os supostos casos de corrupção que querem colocar no colo do Bolsonaro não têm, por ora, fundamento algum, das "rachadinhas" ao tal do "orçamento secreto", que não é secreto. Mesmo assim, suponhamos que todos esses casos sejam realmente reais. Basta ter algum senso de proporção para preferi-los à corrupção institucionalizada. O Lula foi condenado em três instâncias, por vários juízes diferentes, bilhões foram devolvidos concretamente. É piada querer comparar isso com qualquer coisa que o Bolsonaro tenha ou não feito. 

16

Por falar em corrupção, as nossas estatais, que geravam prejuízo e que estavam sucateadas por conta dela e da má gestão, triplicaram os seus lucros e têm desempenho recorde

17

O Bolsonaro tem uma perspectiva muito correta sobre os indígenas do Brasil. Não houve demarcações de terras indígenas no país durante o seu governo. O território demarcado hoje corresponde aos territórios do Mato Grosso e de Tocantins somados! É muita coisa! É engraçado como as mesmas pessoas que defendem tanto o uso social das propriedades e a reforma agrária defendem que os indígenas que estavam no Brasil, antes de Cabral, monopolizassem 8 510 345,538 km². Eles simplesmente eram os maiores latifundiários da história! Dêem uma lida no texto "O Brasil não era dos índios", do Stephen Kanitz. Em vez de ficar com discurso maluco politicamente correto, ele criou o programa Wi-Fi Brasil, por meio do qual vários municípios, incluindo aldeias indígenas, estão tendo acesso à internet. Em seu plano de governo, ele pretende dar cobertura de 5G a todos os 5570 municípios do país. 

18

Aproveitando o gancho da internet nos municípios, falemos sobre as inúmeras obras conclusas no governo do Bolsonaro. O Ministro Tarcísio fez um trabalho espetacular. Ele ressuscitou a nossa malha ferroviária, pavimentou, duplicou e recuperou mais de seis mil quilômetros de rodovias. Quem tem o costume de viajar de carro pelo Brasil sabe como nossas rodovias sempre foram sofríveis – passei minha infância e minha adolescência fazendo viagens de carro pelo menos duas vezes por ano. 34 aeroportos foram privatizados – se você é contra a privatização, leia o livro "Privatize já", do Rodrigo Constantino. Em vez de financiar obras em ditaduras, o governo do Bolsonaro preocupou-se em investir no nosso país. Em vez de estádios superfaturados, o governo entregou mais de 4 mil obras incentivando o esporte em todo o país. É importante lembrar que quem terminou finalmente a transposição do Rio São Francisco foi o Bolsonaro, e não me venham dizer que ele só colocou a cereja no bolo para levar todo o mérito porque, em três anos, de 2019 a 2021, foram investidos 25% do total aplicado nas obras em 14 anos, desde 2008. Então, ele realmente empreendeu um esforço enorme para finalmente finalizar as obras. 

19

O governo Bolsonaro desburocratizou tudo que pôde desburocratizar. Ele pegou um governo que estava atrás do Chile, da Argentina e do Uruguai, em termos de modernização digital do governo, e entregará um país que foi destaque, na primeira edição do GovTech Maturity Index, estando atrás apenas de países como Coréia do Sul, Estônia, França, Dinamarca, Áustria e Reino Unido. O tempo médio para abrir uma empresa diminuiu. O período de validade da CNH aumentou, poupando nossos gastos e nosso tempo. Foram inúmeras medidas tomadas para facilitar a nossa vida, no dia a dia, e o plano de governo do Bolsonaro segue o mesmo tom quanto à desburocratização. Durante o governo do Bolsonaro, tivemos a criação do pix. Não pagamos absolutamente nada por ele! Embora o Banco Central tenha começado a planejá-lo antes deste governo, o Bolsonaro já falou em entrevistas (não consegui localizar os links) que não queriam que funcionasse de modo totalmente gratuito, e que ele insistiu para que o fosse. As tentativas de desmerecer os méritos do governo no lançamento são patéticas, e o próprio TSE já decidiu que não é "fake news" o Bolsonaro afirmar que o pix foi criado por ele. Novamente, sei que brasileiro tem memória curta, mas você se lembram de medidas claras, nos governos anteriores, que simplificassem as nossas vidas em vez de complicá-las?

20

Assim como o Bolsonaro tem uma perspectiva correta sobre os indígenas, ele também tem uma correta perspectiva sobre o meio ambiente. Todo esse discurso ambientalista catastrófico está relacionado ao movimento globalista – leiam o livro do Pascal Bernardin que indiquei em 2018 sobre o assunto, intitulado "O Império Ecológico, ou A subversão da ecologia pelo globalismo". É óbvio que ninguém quer destruir o meio ambiente – por sinal, as medidas apresentadas para preservar os nossos biomas no programa de governo do Bolsonaro são excelentes, enquanto o plano de governo do Lula é bastante genérico, sem ações concretas para a preservação do meio ambiente –, mas é preciso, estar atento para o que está em jogo em todas essas narrativas. Em todas as vezes em que teve oportunidade de falar sobre a Amazônia, no exterior, o Bolsonaro reiterou que o território é nosso e que países estrangeiros não devem ter ingerência sobre ele. O Ministro Ricardo Salles fez um excelente trabalho no Ministério do Meio Ambiente, e o governo do Bolsonaro foi um forte opositor ao Globalismo (leiam os livros do Alexandre Costa sobre o tema).

21

O Paulo Guedes, definitivamente, é um dos maiores economistas que já tivemos. O que ele conseguiu fazer, em meio a uma pandemia e a uma guerra, foi milagroso. Os números que o Adolfo Sachsida – sigam-no nas suas redes sociais –, que foi Secretário de Política Econômica e Chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, mas que agora é Ministro de Minas e Energia, apresenta são incríveis. Todos os números que o governo Bolsonaro apresentou na economia superaram sistematicamente as expectativas do Mercado. Enquanto a inflação sobe no resto do mundo, no Brasil, ela cai, tornando o país um porto seguro para investimentos. Nos últimos 12 meses, o Brasil criou mais empregos do que os Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido juntos! Entre os países do G-7 (Estados Unidos, Alemanha, França, Canadá, Itália, Japão, Reino Unido), os mais ricos do mundo, entre 2020 e 2022, só os Estados Unidos tiveram um crescimento do PIB maior do que o nosso!

22

"se meu povo, que leva meu Nome, se humilhar, orar, me procurar e abandonar sua má conduta, eu o escutarei do céu, perdoarei seus pecados e curarei sua terra" (2 Cr. 7.14).

Digam o que quiserem do Bolsonaro, mas ele é um homem temente a Deus, por mais católico de IBGE que seja. Diferentemente dos outros candidatos, que freqüentam igrejas apenas em período eleitoral, ele as freqüenta ao longo do ano inteiro. Nunca vimos um governo em que não fosse vergonhoso falar de Deus e em que se fale tanto dEle. Eu nunca vou esquecer-me de quando, no dia depois da publicação da Política Nacional de Alfabetização (PNA), o Carlos Nadalim reuniu a Secretaria para orarmos em gratidão a Deus, depois de tantas lutas para efetivá-la. Havia católicos e evangélicos ali. O Nadalim pediu para um colega nosso evangélico fazer uma oração, e depois rezamos o Pai Nosso. 

Vivemos em um país majoritariamente cristão, onde os ocupantes de todos os cargos nunca falavam de Deus. Nosso país pode ser laico, mas não é laicista. As pessoas que ocupam os cargos públicos podem e devem manifestar a sua religiosidade. 

Nas manifestações do último dia 7 de setembro, um dos momentos mais bonitos foi quando todos rezamos o Pai Nosso. 

Quero viver em uma nação que tenha um representante que coloque o seu governo nas mãos de Deus. 

Para terminar, aproveitando a passagem bíblica com que abri este item, deixo-lhes a bela canção "Se o meu povo orar", composta pelo James (Jimmy) Lloyd Owens, cantada pelo coral do qual meus pais participam. Oremos e jejuemos até o próximo domingo: o nosso voto será determinante para o futuro do nosso país. Não nos esqueçamos nunca de que "[...] nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados, as potestades, os dominadores deste mundo tenebroso, os espíritos malignos espalhados pelo espaço" (Ef. 6.12).