Escrevi o título desta postagem de acordo com a nova reforma ortográfica. Alguém conseguiria dizer-me se o "para" é uma preposição ou um verbo? Antes da reforma, não existiria problema, pois a grafia seria "pára" ou "para". Não posso deixar de registrar minha indignação. Para aqueles que ainda não estão familiarizados com a reforma, dêem uma olhada neste guia do Michaelis: http://www.scribd.com/doc/5789225/Guia-Pratico-Michaelis-da-Nova-Ortografia . Algo que não entendo é que a base para o tal acordo era a unificação da ortografia entre os países de Língua Portuguesa, mas qual a lógica de mudar-se o que não era diferente e deixar-se o que é diferente? Para exemplificar, continuamos escrevendo "ato" e os portugueses "acto", assim como "prémio" e "prêmio", "Antônia" e "Antónia". O trema era usado nos dois países; contudo, exterminaram-no. Sempre achei que a Língua Portuguesa, em comparação com línguas que tenho certo conhecimento da gramática, possui uma estrutura gramatical muito bem elaborada; no entanto, nossa gramática está virando um bacanal. O trema que servia de indicação para a pronúncia foi substituído pela mediunidade, pela arte da adivinhação — se é que se pode chamar isso de arte.
É triste ver que a maioria das pessoas indigna-se pelo trabalho que terão de reaprender regras e mudar em vez de fazê-lo pela inconsistência da reforma. Admito que o uso do hífen foi facilitado. Sempre precisei usar tabelas para usar o hífen, mas até o que foi facilitado foi chafurdado, já que algumas palavras não seguem a regra geral por estarem "consagradas pelo uso". Como amante das Letras e das Artes, como, também, das Ciências Exatas, conheço suas particularidades e divergências. É próprio das Ciências Humanas servirem-se da subjetividade, mas não no caso do uso de regras gramaticais. Com relação à reincorporação, já que elas faziam parte do alfabeto antes da reforma de 1941, das letras "k", "w" e "y", admito que me desagradei, mas é uma questão pessoal apenas, pois admito que se trata de uma necessidade. Já li alguns livros escritos na ortografia de Portugal e nunca tive dificuldade; talvez, nosso presidente apedeuta deve ter endossado o acordo por ter sentido dificuldades. Não vou dar-me ao trabalho de comentar item por item, até porque discuti tanto o assunto que já estou esgotado de entremear-me em destrinças. Os portugueses continuarão metendo o cacete no garoto e enfrentando bichas. A reforma passou nem perto de unificar a escrita e muito menos a semântica. Tentarei separar dois dias fixos da semana para postar no blog...
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