terça-feira, 24 de novembro de 2015

Conversões Comparadas (201 ex-protestantes conversos ao Catolicismo com livros publicados)



Livros da foto acima de cima para baixo em sentido horário: 1. "My journey to the Land of More: evangelical to catholic" (Leona Choy); 2. "Return to Rome: confessions of an evangelical catholic - why the president of the Evangelical Theological Society left his post and returned to the Catholic Church" (Francis J. Beckwith); 3. "By what authority? An evangelical discovers Catholic Tradition" (Mark Shea); 4. "Crossing the Tiber: evangelical protestants discover the historical Church" (Stephen K. Ray); 5. "Lead, Kindly Light: my  journey to Rome" (Thomas Howard); 6.  "No price too high: a pentecostal preacher becomes catholic" (Alex Jones); 7. "Born fundamentalist, born again catholic" (David Currie); 8. "Evangelical exodus: evangelical seminarians and their paths to Rome" (Douglas M. Beaumont); 9. "Christ in His Fullness: a protestant minister discovers the fullness of Christ in the Catholic Church" (Bruce Sullivan); 10. "Rome Sweet Home: our journey to Catholicism" (Scott & Kimberly Hahn).


É com grande alegria que recebi, semana passada, a notícia de que já está à venda a nova edição do livro do Jaime Francisco de Moura, intitulado "Por que estes protestantes tornaram-se católicos" — vocês podem comprá-lo aqui: http://www.livrariacomdeus.com.br/porque-estes-protestantes-tornaram-se-catolicos-p352 . Em 2013, depois que minha mãe soube da minha conversão ao Catolicismo, ela disse-me que nunca tinha ouvido falar em ninguém que tinha feito o mesmo caminho que eu; pelo contrário, ela conhecia muita gente que era ex-católica. De fato, eu não tinha lido nada em Língua Portuguesa, até mesmo porque eu nem tive o trabalho de pesquisar muito no idioma — comecei a procurar material apologético em Português, principalmente, depois que dezenas de pessoas começaram a pedir-me indicações de leitura sendo monoglotas. Acabei encontrando a primeira edição do livro supracitado em um sebo. Naqueles tempos, eu nunca poderia imaginar que um relato meu estaria em uma futura edição dele. 

O Jaime teve contato com o texto que publiquei neste blogue e disse-me que gostaria de publicá-lo na nova edição do seu livro que ele estava preparando. Perguntei-lhe se eu poderia escrever uma versão estendida, que acabei divulgando antes que o livro saísse — quem ainda não o leu poderá fazê-lo por meio deste link: http://documents.scribd.com.s3.amazonaws.com/docs/6yosunehhc3mn07f.pdf . Sabendo que as edições anteriores tinham muitos erros, ofereci-me para fazer uma revisão gratuitamente. Acabei sugerindo ao Jaime que ele acrescentasse um apêndice com um excelente texto do Peter Kreeft (http://documents.scribd.com.s3.amazonaws.com/docs/blhb61feo3ml21z.pdf), que tinha sido traduzido por um amigo, e acabei mandando-lhe uma série de outros depoimentos de ex-protestantes de modo que me sinto co-autor do livro — quem teve contato com as edições anteriores notará mudanças significativas no material.
No meu relato, eu faço o seguinte desafio ao leitor:
"desafio o leitor a procurar na rede livros e depoimentos de ex-católicos que se converteram ao Protestantismo e de ex-protestantes que se converteram ao Catolicismo a fim de compará-los. Em primeiro lugar, os últimos são inúmeros. Você encontrará muitos depoimentos. Infelizmente, o material em Português não é tão vasto como aquele de Língua Inglesa. [...] Comparem o nível dos argumentos dos dois lados. Para ser sincero, nunca encontrei um protestante anticatólico que demonstrasse conhecer a Doutrina Católica. Por enquanto, só encontro argumentos falaciosos que fazem uso de espantalhos.".
Depois de mais de dois anos, posso dizer-lhes que estou mais convencido ainda do que escrevi.

Continuo aprofundando todos os estudos que menciono no meu relato. Levando em consideração o que digo sobre a comparação entre depoimentos, comecei a montar uma lista de nomes de ex-protestantes conversos ao Catolicismo em maio deste ano. De cabeça, tinha conseguido pensar em 40 pessoas. Aos poucos, fui pesquisando e encontrando muita gente. Eu fui bastante reticente em tornar a lista pública, divulgando-a apenas no meu perfil privado do Facebook, porque, obviamente, eu não li os escritos de todos os autores e muito menos biografias sobre todos eles.

Eu sempre tive um pé atrás com relação a pessoas que alegam ser "ex" alguma coisa. Quando era agnóstico, o que mais me indignava era ouvir relatos de cristãos que se diziam ex-ateus e que, na verdade, não eram ateus coisíssima nenhuma. Um exemplo claro é o C. S. Lewis. Ele diz-se "ex-ateu" nos seus livros, mas, pelos próprios relatos dele, fica claro que ele sabia absolutamente nada sobre o Ateísmo. Situação semelhante pode ser vista nos ditos "ex-católicos". Esse negócio de "católico não-praticante" que não sabia absolutamente nada sobre o Catolicismo que vira protestante e sai dizendo que era católico é o fim da picada. Não existe "católico de IBGE": a principal marca do católico é a obediência à Igreja; por isto, aqui a lógica é a do tudo ou nada. Quando eu era agnóstico, dizia aos meus colegas cristãos que se houvesse um Deus Ele não se interessaria por autonomeações. Deus não teria interesse se o sujeito dissesse ser cristão ou não, mas Ele interessar-se-ia pelas razões de ele ser cristão. Após seis anos de abandono do Agnosticismo, continuo tendo o mesmo pensamento — pensei em aprofundar-me no assunto para explicar-me melhor, mas o texto ficaria demasiadamente longo. Deixo-o, portanto, para outra oportunidade.

Uma amiga minha protestante, a partir de tudo o que costumo dizer, perguntou-me se é preciso saber explicar o Catecismo para ser católico. Expliquei-lhe que, para ser católico, de acordo com a Doutrina da Igreja, basta ter sido batizado validamente, ou seja, que a água tenha sido aplicada, que a fórmula trinitária "Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" tenha sido proferida e que o ministro do Batismo, que, em princípio, pode ser qualquer um, e não apenas um sacerdote, tenha tido a reta intenção de fazer aquilo que Cristo faz por meio da Sua Igreja. Sem entrar em detalhes, isto incluiria praticamente todo protestante; contudo, é ridículo que alguém que não tenha a menor idéia do que seja a fé católica diga ser um ex-católico: é um princípio rudimentar de lógica que é preciso afirmar antes de negar.

Por conta de tudo que disse, tenho dado os seguintes prerrequisitos para quem quer sair falando mal do Catolicismo:

01 - leia o Catecismo da Igreja Católica;

02 - leia os principais documentos da Igreja, um Denzinger por exemplo;

03 - estude uma boa coleção sobre a história da Igreja — eu indico várias no meu relato sobre a minha conversão;

04 - leia as obras apologéticas dos católicos que já foram protestantes e que saberão explicar o Catolicismo de um modo que seja mais próximo a você — a lista que estou disponibilizando aqui tem em vista, justamente, este prerrequisito;

05 - leia uma boa Bíblia comentada católica para você ver como nós interpretamos as passagens que você julga que claramente justificam o que você crê — a editora Ecclesiae tem publicado os excelentes comentários do Scott Hahn, ex-protestante, e do Curtis Mitch. Já saíram os volumes sobre os Evangelhos e o livro de Gênesis. Em espanhol, há os excelentes comentários dos "profesores de Salamanca", que podem ser encontrados aqui: http://juanstraubinger.blogspot.com.br/2015/05/biblia-comentada-por-los-profesores-de.html .

06 - leia sobre a vida dos principais Santos da Igreja, sobre as aparições marianas reconhecidas por ela e sobre os milagres eucarísticos;

07 - tenha domínio do seu próprio idioma materno, sabendo ler, interpretar textos e escrever com correção gramatical;

08 - tenha conhecimento de lógica elementar, formal e informal, sabendo quais são as possibilidades de contra-argumentação, quais são as principais falácias conhecidas tradicionalmente, como ser relevante nas objeções etc. ;

09 - faça o "status quaestionis" das críticas ao seu próprio posicionamento — eu fiz isto com o Catolicismo e aqui está parte da bibliografia que compilei e estudei: http://documents.scribd.com.s3.amazonaws.com/docs/383wz2wum83dfoan.pdf . A lista está desatualizada em, pelo menos, dois anos de estudos;

10 - saiba, de forma pelo menos rudimentar, os idiomas originais dos documentos: Hebraico, Grego e Latim — o Aramaico não é tão crucial quanto os outros idiomas. Falo aqui sobre saber fazer análises das acepções dos vocábulos com dicionários e análises sintáticas em termos de tempos verbais com auxílio de gramáticas.

Muitos de vocês podem pensar em perguntar-me se todos que indicarei aqui satisfariam todos os itens acima no tocante ao seu conhecimento sobre o Catolicismo. A minha resposta seria que, obviamente, não. Nem todos têm o mesmo caminho de conversão — a diversidade que pode ser encontrada no livro do Jaime mostra isto claramente. Estaria eu sendo, portanto, contraditório? A resposta é, novamente, não e explico por quê.

Em primeiro lugar, é importante mencionar que quem tem a pretensão de atacar a Igreja são os protestantes. A Igreja baseia-se no tripé Escritura-Magistério-Tradição. Os prerrequisitos para atacar esta base tripla, portanto, são mais exigentes do que aqueles necessários para quem deseja falar do Protestantismo, sem contar que temos uma Tradição bimilenar, enquanto o Protestantismo surgiu no mundo depois de 1500 anos de existência da Igreja.

Em segundo lugar, a postura daqueles que dizem ser ex-católicos é bastante diferente da postura de quem diz ser ex-protestante. Se você olhar apenas os títulos dos livros — uma exceção que eu poderia mencionar é o "El Demonio es protestante", do Luis Miguel Boulló, que não está na minha lista porque não consegui achar o seu livro de jeito nenhum —, você verá que os ditos ex-católicos costumam ser muito mais combativos e ofensivos — aqui está o melhor site que já encontrei para referências a ex-católicos: https://excatholic4christ.wordpress.com/ . Enquanto pessoas como o ex-padre Aníbal Pereira dos Reis afirmam que escaparam das "garras do Papa", e muitos outros falam sobre a "grande Babilônia", a "grande Prostituta", os ex-protestantes são mais propositivos e crêem que os protestantes são nossos irmãos em Cristo. Enquanto, inúmeras vezes, tenho de ficar provando aos evangélicos que eu sou cristão, a Igreja ensina o seguinte no seu "Compêndio do Catecismo":
"163. Como considerar os cristãos não católicos? 
Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja católica, encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e conduzem para a unidade católica. Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo Baptismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.".
Embora seja verdade que descobrimos que o Protestantismo é um equívoco por várias razões, a Igreja, com a sua riqueza, tem um poder de atração muito maior do que qualquer repulsa pelo nosso passado; pelo contrário, a maior parte dos relatos que já li demonstra que somos gratos por tudo que nos foi ensinado no ambiente protestante.

Vale mencionar, ainda, que o fato de o protestante aceitar o princípio do "Sola Scriptura" implica que ele satisfaça o prerrequisito 10, por exemplo, em favorecimento da situação do católico. Direi algo que pode soar escandaloso para os protestantes leitores, mas não haveria nenhum problema em um católico morrer tendo ido às missas diariamente, mas sem nunca ter lido uma Bíblia na vida porque as Escrituras saíram da Tradição da Igreja e não o inverso. Ele teria ouvido as Escrituras completas nas missas a cada três anos e ouviria nelas a interpretação correta da Igreja.

Enfim, eu compartilho a lista abaixo de maneira provisória. Eu checarei com mais cuidado cada um dos nomes e peço que vocês auxiliem-me a aumentá-la ou diminuí-la. Uma das razões pelas quais compartilho a lista é, precisamente, para contar com ajuda em uma empreitada que foi, basicamente, solitária, embora alguns poucos nomes tenham me sido sugeridos por amigos. Eu retirei, por exemplo, o nome do Mortimer Adler dela ao descobrir que ele só tinha se batizado como episcopaliano por causa da sua esposa. Não achei que seria honesto citá-lo. Tenho de dizer, também, que eu estou esforçando-me para fazer uma lista semelhante com ex-católicos, mas confesso que já ficou chato fazer o dever de casa no lugar dos meus amigos protestantes — digo isto porque todos que já quiseram debater comigo não desconheciam apenas a literatura apologética católica, mas a própria literatura anticatólica.

É importante, também, ressaltar que nem todos da lista têm livros exclusivamente dedicados à história da sua conversão. Ter livros publicados foi um critério que resolvi escolher, mas poderia ter escolhido, a título de exemplificação, qualquer um que tenha escrito um relato sobre a sua conversão, e, automaticamente, a lista aumentaria facilmente — vocês podem encontrar muitos relatos nestes excelentes sites: "Why I'm Catholic" (whyimcatholic.com) e "The Coming Home Network International" (chnetwork.org).

Sem mais delongas e digressões, eis a lista:

001. Scott Hahn;
002. Kimberly Hahn;
003. Mark Shea;
004. Jimmy Akin;
005. Peter Kreeft;
006. Robert Hugh Benson;
007. Steve Ray;
008. G. K. Chesterton;
009. John Henry Newman;
010. Dave Armstrong;
011. Robert Sungenis;
012. Marcus Grodi;
013. Louis Bouyer;
014. Thomas Howard;
015. Francis Beckwith;
016. Alex Jones;
017. Devin Rose;
018. Brandon Vogt;
019. Taylor Marshall;
020. Tim Staples;
021. Paul Thigpen;
022. Dwight Longenecker;
023. Christian Smith;
024. Al Kresta;
025. Jack Mulder Jr.;
026. Carl Olson;
027. Richard John Neuhaus;
028. Michael Coren;
029. Sherry Weddell;
030. Michael Cumbie;
031. Orby Shipley;
032. David Currie;
033. Rod Bennett;
034. Henry Edward Manning;
035. Kenneth J. Howell;
036. Shane Schaetzel;
037. Allen Hunt;
038. Chris Haw;
039. William E. Orchard;
040. Thomas E. Woods Jr. ;
041. Julie Garrison;
042. Ronald Knox;
043. Garry Michuta;
044. Joshua Huntington;
045. Peter Hardeman Burnett;
046. John Thayer;
047. Burns Seeley;
048. Fanny Maria Pitar;
049. John Chapman;
050. Orestes Brownson;
051. Dale Ahlquist;
052. Scott Randall Paine;
053. Rosalind Moss;
054. John Corapi;
055. Cyprian Blamires;
056. Andrew Burnham;
057. Cherry Boone;
058. Kaspar Ulenberg;
059. Nicolaus Steno;
060. David Silk;
061. Harm Klueting;
062. Carlos Nabeto;
063. Paulo Leitão;
064. Alessandro Lima;
065. Jaime Francisco de Moura;
066. Cleodon Amaral de Lima;
067. Rafael Rodrigues;
068. Max Thurian;
069. Jay Budziszewski;
070. Avery Dulles;
071. Gladys Bustamante;
072. Dietrich von Hildebrand;
073. Walter Brandmüller;
074. Jeffrey Morrow;
075. Adam Heinrich Müller;
076. James Longstreet;
077. Ernst Jünger;
078. Joseph Rovan;
079. Henry Francis Montgomery Stuart;
080. William Weathers;
081. Sheldon Vanauken;
082. Ola Tjørhom;
083. Sigrid Undset;
084. Wilhelm Volk;
085. Lya Luft; 
086. Marshall McLuhan;
087. Vernon Johnson;
088. Marie Carré;
089. Gertrud von le Fort;
090. André Dacier;
091. Anne Dacier;
092. Julien Green;
093. Joseph Dutton;
094. Michael Davies;
095. Carlton Joseph Huntley Hayes;
096. Abby Maria Hemenway;
097. Richard Malcolm Johnston;
098. Isaac Thomas Hecker;
099. Duane Garrison Hunt;
100. Ralf van Bühren;
101. Henry Graham;
102. Robert Koons;
103. Patrick Vandapool;
104. Matthew Leonard;
105. Joshua M. Betancourt;
106. Jeff Cavins;
107. Laura L. Garcia;
108. Lee W. Gross;
109. Peter G. Epps;
110. Peter H. Davids;
111. Adam G. Cooper;
112. Peter J. Elliott;
113. Robert Louis Wilken;
114. Dawn Eden;
115. Mark Regnerus;
116. Stephen Wood;
117. David Allen White;
118. William R. Todd;
119. James Papandrea;
120. Jon Sweeney;
121. Richard Williamson;
121. Helen Hull Hitchcock;
123. Harry W. Crocker III;
124. Paul Sullins;
125. Bruce Sullivan;
126. Richard Upsher Smith;
127. Chori Jonathin Seraiah;
128. John Saward;
129. Katherine Mills Johnson;
130. Rodney A. Howsare;
131. Kent R. Hill;
132. Todd Hartch;
133. Brian W. Harrison;
134. Leona Choy;
135. Justin S. Steele;
136. Ray Ryland;
137. Kevin Lowry;
138. Heather Bowen;
139. Andrew Bowen;
140. Curtis Martin.
141. Robin Maas;
142. Lynn Nordhagen;
143. Brad Wilcox;
144. Kenneth R. Guindon;
145. John-David Black;
146. John L. Stoddard;
147. Reinhard Hütter;
148. Edward Norman;
149. Robert Bork;
150. Paul J. Griffiths;
151. Michael Root;
152. Russell Ronald Reno;
153. Bruce Marshall;
154. Richard Ballard;
155. Mickey L. Mattox;
156. David Fagerberg;
157. Robert Stephen Hawker;
158. Thomas William Allies;
159. Frederick William Faber;
160. Augusta Theodosia Drane;
161. John Brande Morris;
162. Paul Whitcomb;
163. Earl Jabay;
164. Douglas Beaumont;
165. James (Jim) Tonkowich;
166. Heinrich Schlier;
167. Malcolm Muggeridge;
168. Christopher Cuddy;
169. Joseph Pope;
170. Joseph Pearce;
171. Michel Viot;
172. Andrea Palpant Dilley;
173. Jeffrey A. Tucker;
174. Thomas Collingwood;
175. Basil Christopher Butler;
176. Robert Heron Bork;
177. Christopher Derrick;
178. William Reuben Farmer; 
179. Douglas Farrow;
180. Gerard Manley Hopkins;
181. W. Hamish Fraser;
182. Arnold Lunn;
183. Walker Percy;
184. George William Rutler;
185. James Burns;
186. Edward Caswall;
187. Dale Vree;
188. Greg Krehbiel; 
189. Guy Rouvrais;
190. David Mills;
191. Frances Parkinson Keyes;
192. John Thayer;
193. Edmund Rubbra;
194. James Roosevelt Bayley;
195. Fanny Maria Pittar; 
196. Levi Silliman Ives;
197. Augustine Francis Hewit;
198. Daniel Barber;
199. Clarence A. Walworth;
200. Edgar Wadhams;

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Se "Maria" dissesse "não"


É bastante comum lermos nos livros de Mariologia sobre o "sim" de Maria, sobre o seu livre consentimento em ser usada como instrumento para a encarnação --- "Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc. 1.38). Enquanto nós, católicos, entoamos cânticos para lembrarmo-nos do "sim" de Maria, nossos irmãos separados minimizam o evento dizendo que Deus escolheria outra pessoa no caso de uma recusa sua. Neste texto, eu mostrarei que a situação não é tão simples como os protestantes imaginam.

Antes de apresentar o meu argumento, preciso dar algumas explicações técnicas para aqueles que não estão familiarizados com certas ferramentas lógicas e com Filosofia.

A semântica dos mundos possíveis de Kripke

Como eu sei que nem todos estão familiarizados com a semântica dos mundos possíveis de Kripke, eu tentarei explicá-la de maneira informal.

Mundos possíveis são, "grosso modo", situações possíveis. Por exemplo, há um mundo possível em que eu não tenha nascido no Brasil, mas nasça no Japão. Há um mundo possível em que eu não seja católico, mas muçulmano e assim por diante.

Saul Kripke criou uma maneira precisa de tratarmos a semântica desses mundos possíveis.

Vejam a imagem acima. Os "wn", com "n" variando de 1 a 4, são os nomes dos mundos possíveis, que são representados pelos círculos. Quando houver a letra "p" dentro de um círculo, significará que a proposição "p" é verdadeira naquele mundo; no caso de haver "~p", significará que "p" é falsa no mundo em questão. A proposição "p" pode representar qualquer frase, por exemplo, do tipo "Fábio é católico".

As setas, nomeadas pelos "Rn", com "n" variando de 1 a 6, serão as relação de acesso que indicarão o que um determinado mundo está "enxergando". Estas relações de acesso poderiam ser entendidas como, por exemplo, o meu campo visual se eu estiver em um determinado cômodo. Se eu estiver trancado no meu quarto, não consigo ver quantas pessoas estão na cozinha ou o que está acontecendo por lá, enquanto, se houver uma janela voltada para um parque, eu conseguiria ver quais são os eventos que ocorrem nele.

Para saber se "p" é possível em um dado mundo, basta você ver se há pelo menos um mundo possível ao qual ele tem acesso em que "p" seja verdadeira. Por exemplo, "p" é possível no mundo w2 porque este mundo tem acesso ao mundo w3 por meio da relação R4 e "p" é verdadeira em w3. No mundo w4, por sua vez, "p" é impossível porque este mundo só tem acesso a ele mesmo e, nele, é o caso de "~p" ser verdadeiro.

Para saber se a proposição "p" é necessária em um dado mundo, temos de ver se "p" é verdadeira em todos os mundos acessíveis ao mundo em questão. Por exemplo, no mundo w1, "p" é necessária porque é verdadeira em todos os mundos acessíveis a w1, no caso, o próprio mundo w1, acessível por meio da relação R1, o mundo w2, acessível por meio de R2, e o mundo w3, acessível por R3. No mundo w2, "p" não é necessária, pois há pelo menos um mundo acessível a ele, no caso, o mundo w4, acessível por R6, em que "p" não é verdadeira.

O melhor dos mundos possíveis de Leibniz

Embora tenha sido Kripke o primeiro a dar uma semântica satisfatória para os mundos possíveis no século XX, a idéia é antiga. Leibniz, por exemplo, no século XVII, já lidava com a idéia de mundos possíveis de maneira informal. O filósofo alemão lançou mão da idéia de "melhor mundo possível" para construir a sua "Teodicéia". Em termos simples, Leibniz queria dar uma resposta para como o mal e o sofrimento poderiam existir em um mundo em que houvesse um Deus sumamente bom e onipotente.

Poderíamos resumir o raciocínio de Leibniz da seguinte maneira: Deus, quando criou este mundo, sendo onipotente, poderia, em princípio, criar o mundo que quisesse. Sendo, entretanto, Deus a Suma Bondade e Perfeito, Ele não poderia ter criado outro mundo que não fosse o melhor mundo possível de ser criado. Em outras palavras, a configuração deste mundo é a melhor possível: se houvesse outra melhor, Deus tê-la-ia criado.

Há muitas críticas sobre a idéia de um melhor mundo possível, mas não entrarei no mérito delas aqui. Estou concebendo um artigo para responder a alguns questionamentos como o de Plantinga, que chega a falar sobre o "Lapso de Leibniz". Creio que a maior parte das críticas a Leibniz não leva em consideração um conceito importante que é usado pelo filósofo, que é o de compossibilidade. Este conceito diz respeito ao fato de que todos os eventos deste mundo são compossíveis, ou seja, eles apenas são possíveis de maneira conjunta.

Objeções infantis a Leibniz consideram que um mundo sem dor física, por exemplo, seria um mundo melhor que este e que, portanto, sempre é possível concebermos facilmente mundos que sejam, de fato, melhores que este mundo. Tais críticas, entretanto, desconsideram que não temos como saber como cada evento deste mundo repercute sobre outros eventos no decorrer do tempo e da história. É bastante fácil compreender o que digo quando nos lembramos dos filmes de ficção que tratam sobre as viagens no tempo ou mesmo a Teoria do Caos. Deus, entretanto, sendo onisciente e onipotente, é o único ser que está em condições de saber sobre como cada evento influenciará outros eventos.

Deus quis criar um mundo em que houvesse a maior quantidade possível de pessoas que seriam salvas livremente e que se santificariam, ganhando virtudes. A partir desta restrição, é bastante razoável compreendermos por que um mundo com sofrimento seria melhor que um mundo sem sofrimento.

Onipotência obstinada e persistente

Quando afirmei que Deus poderia ter criado qualquer mundo possível, vejam que eu disse que Deus poderia fazer isto "em princípio". Agora, ficará mais claro por que eu disse isto.

Como vocês puderam ver, sempre fazemos a análise nos mundos a partir das suas relações de acesso. Estas relações recebem muitas interpretações na literatura. Aqui, iremos interpretá-las como sendo ações acessíveis a Deus tendo-se por vista a sua natureza divina. Dou um exemplo. Deus é onipotente. Deus poderia mudar a sua própria natureza e tornar-se mau? Se pensássemos apenas na onipotência divina, se Deus pode fazer tudo, ele poderia, em princípio, modificar a sua própria natureza e tornar-se mau; contudo, Deus não é só onipotente. Deus, também, é a Suma Bondade e é perfeito. Assim sendo, Ele saberia que mudar a sua própria natureza não seria um ato bondoso. Dizendo de outro modo, Deus poderia tornar-se mau, mas ele nunca faria isto. Com a linguagem dos mundos possíveis, poderíamos dizer que as relações de acesso, no caso divino, dizem respeito aos atributos dEle. Seria acessível a Deus aquilo que fosse condizente com a Sua própria natureza.

Na minha monografia de conclusão de curso [1], apoiado em uma distinção feita pelo Nathan Salmon em Filosofia da Linguagem, eu introduzo os conceitos de "verdades persistentemente necessárias" e "verdades obstinadamente necessárias". O primeiro tipo diz respeito às verdades que são necessárias quando temos em vista as relações de acesso. O segundo tipo trata de verdades que são necessárias, mas de modo independente das relações de acesso.

Na semântica de Kripke, vocês devem ter percebido que as relações de acesso limitam a análise nos mundos atuais, que são aqueles mundos que são usados como ponto de partida para você verificar a veracidade de sentenças modais. Eu, entretanto, introduzi a distinção para lidar com aqueles mundos que não são acessíveis por meio das relações de acesso.

O argumento da unicidade de Maria

Creio que já introduzi os principais elementos para que vocês compreendam o meu argumento. Alguns outros serão introduzidos no decorrer da sua descrição.

Partamos do fato de que Deus, realmente, criou o melhor dos mundos possíveis, ou seja, se houvesse um mundo que fosse melhor do que este, Deus tê-lo-ia criado por ser onipotente e por ser sumamente bom.

Quando Deus escolheu o melhor dos mundos possíveis, Ele, também, escolheu a melhor mãe que poderia ter, a saber, sabemos que Maria foi a escolhida. Maria, sendo cheio de Graça, aceitou, livremente, o convite para tornar-se mãe de Jesus Cristo.

Eu pergunto: Deus poderia ter criado um mundo possível em que Maria dissesse não? Bem, do ponto de vista da onipotência divina, como Ele pode fazer o que quiser, a resposta seria sim; entretanto, esta resposta não estaria levando em conta os outros atributos divinos. Se Deus é perfeito, Ele sempre age de maneira perfeita. Crer que Deus poderia ter agido de outro modo é diminuí-lo portanto, como se todas as suas ações não fossem sempre perfeitíssimas. Com a terminologia que introduzi, a criação de um mundo em que Maria não fosse a mãe de Jesus é uma possibilidade obstinada, embora não seja persistente.

Temos de, neste momento, levar em conta outro fato. Em Filosofia, há a distinção clássica entre propriedades essenciais e propriedades acidentais. As primeiras seriam aquelas propriedades cuja perda levariam o seu portador a deixar de ser aquilo que ele é, enquanto a perda das propriedades do segundo tipo não afetariam a essência do seu portador. Dou um exemplo. Sou míope e astigmático. Não nos parece que eu deixaria de ser quem sou se, de repente, eu tivesse a visão perfeita; entretanto, parece-nos que eu não seria mais eu se eu deixasse de ser um animal racional.

Há muitas discussões sobre o que seriam, na verdade, propriedades essenciais e acidentais, mas o que é importante para nós aqui é o seguinte: fazer parte do mundo escolhido por Deus, que é o melhor possível, parece ser uma propriedade meramente acidental ou essencial? Se fazer parte dos planos de Deus para a humanidade é algo essencial, a perda de qualquer uma das características que temos neste mundo tornar-nos-ia algo bastante diferente.

O mesmo Saul Kripke explica que os nomes comportam-se como designadores rígidos. Isto significa que os nomes continuam designando os objetos a despeitos das suas propriedades. Por exemplo, suponhamos que eu dei o nome de "Rio Grande" a uma cidade porque lá há, de fato, um rio que seja grande. Suponhamos que o rio seque. Ora, não deixaríamos de designar aquela cidade de "Rio Grande" porque o rio deixou de existir.

Um outro filósofo, chamado David Lewis, entretanto, fala de uma alternativa à concepção de Kripke que ficou conhecida por "realismo modal". Para Lewis, cada um dos objetos de cada mundo possível são independentes. Quando dizemos que há, por exemplo, um mundo possível em que Aristóteles não foi o aluno mais conhecido de Platão, o correto deveríamos chamar este "Aristóteles" de Aristóteles' (Aristóteles linha) ou de Aristóteles 2.

A concepção de Lewis é chamada de "realismo modal" porque ele defende que cada objeto de cada mundo possível é igualmente real e que a propriedade de ser real seria indéxica. Nós só dizemos que este mundo é real e os outros são meramente possíveis porque estamos neste mundo, e não nos outros. O que farei com o meu argumento é comprar a tese das contrapartes, de que os objetos dos mundos são totalmente independentes, ou seja, o Aristóteles que não foi o aluno mais conhecido de Platão não é Aristóteles de maneira alguma, mas alguém totalmente diferente, sem aceitar a tese da realidade de todos os mundos possíveis.

Meu professor de Metafísica na minha graduação em Filosofia lembrava-nos de uma antiga cantiga infantil quando nos explicava o realismo modal de David Lewis [2]. A letra da canção diz: "O meu chapéu tem três pontas. Tem três pontas o meu chapéu. Se não tivesse três pontas, não seria o meu chapéu.".

De maneira semelhante, poderíamos dizer que minha Mãe Santíssima disse sim. Disse sim a minha Mãe Santíssima. Se não tivesse dito sim, não seria a minha Mãe Santíssima. Por esta razão, o título deste texto traz "Maria" entre aspas.

Conclusão

Eu tentarei resumir o meu argumento:

Deus criou o melhor dos mundos possíveis. Neste mundo, Ele escolheu ter Maria por mãe, que disse "sim" ao anjo que lhe anunciou que ela conceberia Jesus. Supor que Deus teria, simplesmente, escolhido outra mãe, caso Maria dissesse não, é um contrassenso porque seria partir do pressuposto de que Deus não criou o melhor dos mundos possíveis, que Ele não age de maneira perfeita, e, além do mais, a "Maria" que dissesse "não" ao anjo não seria Maria, pois estar cheia de Graça e corresponder à vontade divina é uma propriedade essencial sua, que, por sinal, é compossível com todo o projeto de salvação.



quarta-feira, 24 de junho de 2015

Anedotas de um palhaço

Uma amiga do Facebook mandou-me este texto do Gregório Duvivier (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2015/06/1645957-querido-pastor.shtml) e pediu-me que o comentasse. Pensei em ignorá-lo, uma vez que escrever sobre o seu texto seria colocar mais holofotes sobre quem não merece ter sobre si a luz de um vaga-lume. 

Quanto ao título deste texto, nunca faço uso de adjetivos gratuitamente. O Dicionário Houaiss registra, entre vários significados, as seguintes acepções para o termo "palhaço": "feito de palha", "ator cômico" e "pessoa que provoca o riso ou que não pode ser levada a sério". O senhor Duvivier satisfaz estes três registros. Ele é feito de palha, por não ter substância alguma --- ele é praticamente imune às falácias do espantalho ---, é, pelo menos em teoria, um ator cômico --- certamente, ele produz mais risos com seus textos supostamente sérios do que com as peças que deveriam pertencer ao gênero em questão --- e, com toda a certeza, definitivamente, ele não pode ser levado a sério: afinal, alguém que se intitula "escritor" fazendo uso das vírgulas como quem tira a sorte no cara ou coroa, e sem saber a diferença entre a segunda e a terceira pessoa do singular, não pode mesmo ter qualquer seriedade.

Vamos ao texto propriamente dito. Transcrevo-o aqui e irei alterná-lo com meus comentários. O texto do bufão estará em vermelho --- cor bastante sugestiva no nosso cenário político atual. 

"Querido pastor,
Aqui quem fala é Jesus. Não costumo falar assim, diretamente -mas é que você não tem entendido minhas indiretas. Imagino que já tenha ouvido falar em mim -já que se intitula cristão. Durante um tempo achei que falasse de outro Jesus -talvez do DJ que namorava a Madonna- ou de outro Cristo -aquele que embrulha prédios pra presente- já que nunca recebi um centavo do dinheiro que você coleta em meu nome (nem quero receber, muito obrigado). Às vezes parece que você não me conhece.".

Essa idéia de "não costumo falar assim, diretamente" demonstra total desconhecimento do Cristianismo. Paulo, quando ainda era Saulo, ouviu a voz de Cristo dizendo a ele: "Saulo, Saulo, por que me persegue?". Cristo já tinha subido aos Céus. Paulo perseguia os cristãos, mas Cristo afirma que é ele mesmo que estava sendo perseguido (At. 9.1-5). Aqueles que têm o Espírito Santo dentro de si estão em comunhão a ponto de Cristo identificar-se com eles. O dinheiro que é coletado por um cristão para o sustento da Igreja de Cristo e para a ajuda do próximo é coletado pelo próprio Cristo. Em Mateus 25.34-40, Cristo explica que todas as vezes em que dermos alimento a quem tem fome, bebida a quem tem sede, e assim por diante (versículos 35-36), estaremos fazendo isto ao próprio Cristo.

Paulo, em 2 Coríntios 9.7, explica que cada um deve dar a sua oferta conforme o que estiver em seu coração. Que história é essa, portanto, de que Cristo não quer receber nada? Se temos de oferecer a Deus tudo aquilo que temos e somos, amando-o com todo o nosso ser, por que isto não incluiria o dinheiro que ganhamos? O próprio Jesus, em Mateus 23.23, reporta-se aos fariseus, dizendo que eles deveriam praticar a justiça, a misericórdia e a fidelidade sem o abandono do dízimo. Afirmar, portanto, que Cristo não quer receber dinheiro algum é analfabetismo teológico puro.


  


Minha avó completou 90 anos no último dia 19. Ela pediu que a presenteassem com produtos de higiene pessoal para que ela pudesse doá-los à Cristolândia (http://www.cristolandia.org/)
. Na sua igreja batista, ela e as senhoras que trabalham com ações sociais coletaram quase 400 cobertores e roupas de frio. Essas igrejas precisam manter-se: elas pagam funcionários, a conta de luz e a água que utilizam --- minha avó fez uso do espaço físico da sua igreja para fazer a festa e guardar as doações que recebeu. As igrejas cristãs espalhadas pelo mundo são responsáveis por inúmeros empreendimentos de caridade que transformam a vida de muita gente que se encontra na miséria, envolvida com drogas ou em circunstâncias diversas de extremo sofrimento. O dinheiro das igrejas é usado, também, para o sustento de missionários que estão no mundo inteiro pregando o evangelho e ajudando várias comunidades nas suas dificuldades de toda ordem. Gostaria que o Duvivier explicasse como todas as igrejas cristãs poderiam fazer tanto pelos necessitados sem a coleta de dinheiro.

"Caso queira me conhecer mais, saiu uma biografia bem bacana a meu respeito. Chama-se Bíblia. Já está à venda nas melhores casas do ramo. Sei que você não gosta muito de ler, então pode pular todo o Velho Testamento. Só apareço na segunda temporada.".

Em primeiro lugar, Cristo aparece no Antigo Testamento na forma de profecias; em segundo lugar, de acordo com o Evangelho de João, Cristo era o Logos divino antes da Criação do mundo (Jo. 1.1-18). Ele estava, portanto, presente na Criação. Em terceiro lugar, se cremos na Trindade, é óbvio que Cristo estava presente em todo o Antigo Testamento. Por último, São Paulo descreve Adão como um tipo que prefigurava Jesus Cristo (Rm. 5.14). Existe uma área da Teologia chamada Tipologia, que é responsável por estudar as prefigurações de Cristo no Antigo Testamento. Parece que é o senhor Duvivier que não gosta muito de ler.


"Se você ler direitinho vai perceber, pastor-deputado, que eu sou de esquerda. Tem uma hora do livro em que isso fica bastante claro (atenção: SPOILER), quando um jovem rico quer ser meu amigo. Digo que, para se juntar a mim, ele tem que doar tudo para os pobres. 'É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus'.
Analisando a sua conta bancária, percebo que o senhor talvez não esteja familiarizado com um camelo ou com o buraco de uma agulha. Vou esclarecer a metáfora. Um camelo é 3.000 vezes maior do que o buraco de uma agulha.". 

Quer dizer que ser de Esquerda é pedir a um rico que ele doe tudo o que tem para os pobres? Eu concordaria que Cristo é esquerdista se ele tivesse coagido ou obrigado o jovem rico a dar tudo o que ele tinha aos pobres. Aí sim. De qualquer modo, pelo raciocínio brilhante do senhor Duvivier, Jesus exige que aqueles que queiram segui-lo não possam sepultar o seu pai ou despedir-se da sua família antes (Lc. 9.59-62). Qualquer um que tenha estudado o mínimo de interpretação de texto saberá que o ponto de Cristo era que aquele jovem colocava os seus bens materiais em primeiro lugar; por isto, era necessário que ele desse tudo o que tinha. A mesma coisa ocorre no caso daquele homem que queria sepultar o seu pai e daquele que queria despedir-se da sua família. Se não fosse assim, por que Jesus tinha por discípulo o José de Arimatéia, que era rico (Mt. 27.57)? Por que Jesus nunca pediu para que ele desse todos os seus bens? Por que Cristo não exigiu de Zaqueu, o publicano, que ele, igualmente, desse tudo o que tinha?

Scott Hahn e Curtis Mitch dizem, no seu comentário bíblico ao Evangelho de Mateus, que "nós só vemos na Escritura aquilo que nossa fé nos faz ver. Se nosso modo de crer é o mesmo da Igreja, vemos na Escritura a revelação salvífica e inerrante de Deus, feita por Ele mesmo. Se cremos de modo distinto, vemos um livro totalmente distinto.". Isto significa que sempre será possível você pegar as Escrituras, fazer um salto triplo carpado hermenêutico, como dizia o ministro Ayres Britto (https://www.youtube.com/watch?v=8HW3d4XiFhQ), e dar a interpretação que você quiser. Fui muito caridoso com o Duvivier agora: essa loucura dele não chega sequer a ser uma interpretação possível, mas é pura ignorância mesmo.

"Sou mais socialista que Marx, Engels e Bakunin -esse bando de esquerda-caviar. Sou da esquerda-roots, esquerda-pé-no-chão, esquerda-mujica. Distribuo pão e multiplico peixe -só depois é que ensino a pescar.
Se não quiser ler o livro, não tem problema. Basta olhar as imagens. Passei a vida descalço, pastor. Nunca fiz a barba. Eu abraçava leproso. E na época não existia álcool gel.".

Essa idéia fantasiosa de que a Esquerda é pobre e que dá os seus bens aos outros é completamente fantasiosa. A realidade é outra. É só dar uma olhada no patrimônio de todos aqueles que conseguiram o poder. É engraçado como o esquerdista mais pobre que o Duvivier consegue citar é alguém que tem um patrimônio de 700 mil reais  e 
aumentou-o em 70% em dois anos (http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/cultura/o-pobretao-mujica-ja-e-quase-um-milionario/).

O Duvivier, que fala tanto de quem não gosta de ler, deveria dar uma lida no livro do Arthur C. Brooks, "Who Really Cares: The Surprising Truth About Compassionate Conservatism", que mostra como os conservadores nos Estados Unidos fazem muito mais caridade que os esquerdistas. Não vejo nenhuma razão para crer que a situação seja diferente no Brasil.


"Fui crucificado com ladrões e disse, com todas as letras (Mateus, Lucas, todos estão de prova), que eles também iriam para o paraíso. Você acha mesmo que eu seria a favor da redução da maioridade penal?".

Eu não acho que Cristo seria favorável à redução da maioridade penal, mas tenho a certeza de que ele seria mais radical e, simplesmente, eliminaria a existência de qualquer idade como limite e julgaria caso a caso. Sabem por quê? Jesus disse que daria a cada um o que mereceria de acordo com o seu procedimento (Mt. 16.27) e Paulo confirma isto em Romanos 2.6.

Quando os evangelistas disseram que os ladrões iriam para o Paraíso? Creio que aí está a prova definitiva de que o Duvivier nunca leu a Bíblia e, como bom esquerdista, cai na fórmula de Lênin, acusando os outros daquilo que ele mesmo faz e chamando-os daquilo que ele mesmo é.

São Dimas, o "bom ladrão", foi aquele que foi para o Paraíso. Ele repreendeu o outro ladrão (Lc. 23.39-43).


"Soube que vocês estão me esperando voltar à terra. Más notícias, pastor. Já voltei algumas vezes. Vocês é que não perceberam. Na Idade Média, voltei prostituta e cristãos me queimaram. Depois voltei negro e fui escravizado -os mesmos cristãos afirmavam que eu não tinha alma. Recentemente voltei transexual e morri espancado. Peço, por favor, que preste mais atenção à sua volta. Uma dica: olha para baixo. Agora mesmo, devo estar apanhando -de gente que segue o senhor.". 

Lá vêm os chavões de sempre. Quando a Igreja queimou prostitutas? Se o Duvivier mostra que não sabe absolutamente nada sobre a Bíblia, mas, mesmo assim, sai dando pitaco sobre o assunto, quantos livros vocês acham que ele leu sobre a Inquisição? (http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/idade-media/inquisicao/750-livros-de-doutores-e-phd-s-em-historia-para-refutar-qualquer-acusacao-sobre-a-inquisicao) Será que ele sabe que o tribunal da Inquisição era tão monstruoso que os pagãos fingiam-se de cristãos para serem julgados por ele? (https://www.youtube.com/watch?v=KGHnfairmJg) Aliás, eu duvido muito que ele saiba que o tribunal julgava apenas cristãos.

Quanto à escravidão, no tocante aos negros, o que tem a ver uma coisa com a outra? Quem escravizou os negros foram os cristãos? Será que ele conhece os vários documentos da Igreja que, contrariamente àquilo que ele sugere, provam que os cristãos eram contra a escravidão?
(http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/magisterio/documentos-eclesiasticos/decretos-e-bulas/506-documentos-oficiais-da-igreja-contra-a-escravidao
Ele deveria estudar um pouquinho sobre a escravidão de negros por muçulmanos no continente africano, que a maior parte dos escravos era vendida no próprio mercado interno e que, muito antes de os negros serem escravos, eles já escravizavam brancos --- o professor Olavo de Carvalho fornece uma bibliografia sobre o assunto aqui: https://www.youtube.com/watch?v=G0ovL2kyJ9w .

Quanto a negros não terem alma, o Duvivier poderia mostrar um só documento da Igreja que prove isto e ele poderia aproveitar a oportunidade para explicar como é possível que os cristãos quisessem evangelizar gente sem alma e que vários Santos sejam negros, como Santa Perpétua, do século III, Santa Efigênia, do século II, Santo Elesbão, São Frumêncio, São Moisés, o negro, no século IV, e muitos outros --- aqui, está uma lista: http://www.catholic.org/saints/black.php .


domingo, 21 de junho de 2015

Contrarrazões às 18 razões para não reduzirmos a maioridade penal

Publiquei uma nota no meu perfil do Facebook a partir de um texto que vi publicado no seguinte: https://18razoes.wordpress.com/quem-somos/ . Como o meu perfil é privado, compartilharei a nota por aqui por crer que ela pode ser útil àqueles que estão refletindo sobre o assunto. Faço comentários às 18 razões fornecidas para sermos contra a redução da maioridade penal no Brasil. 

1°. "Porque já responsabilizamos adolescentes em ato infracional"

Uma das estratégias da erística é você fornecer argumentos que falsifiquem o posicionamento do seu adversário. Eu nunca vi ninguém que defenda a redução da maioridade penal afirmar que não responsabilizamos os adolescentes --- não estou cometendo um "argumentum ad ignorantiam", dizendo que essas pessoas não existem por eu não as conhecer, mas estou argumentando que acompanho o debate, que não conheço ninguém que tenha o posicionamento e que, portanto, seria falacioso atribuir um ponto que seria uma exceção, se ela existisse, à maioria dos defensores da redução da maioridade penal. Enfim, a questão não diz respeito a se já responsabilizamos adolescentes em ato infracional. A pergunta que faço é a seguinte: por que alguém com 16 ou 17 anos pode decidir o futuro do seu país nas eleições, mas recebe um tratamento diferenciado se cometer um crime? Se fôssemos coerentes, ou reduziríamos a maioridade penal para os 16 anos ou conferiríamos um peso diferente para o voto de quem pode votar com menos de 18 anos ou não permitiríamos mais que quem tenha 16 ou 17 anos possa votar. "Quartum non datur".


2°. "Porque a lei já existe. Resta ser cumprida!"

Eu acho muito engraçado como a Esquerda é mestre em usar argumentos por conveniência. Por que lutam tanto pelo casamento gay, se temos a união civil, ou contra a homofobia, se já existem leis para criminalizá-la? Para quem vive querendo o inchaço do Estado, é, no mínimo, curioso que falem agora que a lei já existe. De qualquer modo, é falso que a lei já existe. O que queremos é que alguém acima de 16 anos seja responsabilizado como qualquer adulto pelos crimes que vier a cometer. Isto já está na lei desde quando?


3°. "Porque o índice de reincidência nas prisões é de 70%"

Se o problema é o índice de reincidência nas prisões, vamos acabar com todas elas então. O argumento não é relevante apenas para a discussão sobre a redução da maioridade penal, mas afeta todo o nosso sistema penal. Se você estiver plenamente consciente disto, tudo bem. De qualquer modo, o dado, supondo-se que seja, de fato, verdadeiro, apenas demonstra que deveríamos ter mudanças no nosso sistema penitenciário e não que não deveríamos diminuir a maioridade penal.


4°. "Porque o sistema prisional brasileiro não suporta mais pessoas"

O mesmo argumento que usei para a terceira razão serve aqui. Não vamos mais prender ninguém a partir de hoje então. Sabe o que é engraçado? Quando você faz uma lei para tornar o ensino de Filosofia, por exemplo, obrigatório, obviamente, o Estado precisará contratar professores de Filosofia e criar mecanismos para que a lei seja cumprida. Isto ocorre com praticamente qualquer lei nova. Afirmar que o nosso sistema prisional não suporta mais pessoas apenas indica que precisaremos construir prisões novas ou ampliar aquelas que já temos.


5°. "Porque reduzir a maioridade penal não reduz a violência"

Mais uma vez, a mesma estratégia que mencionei na primeira razão é repetida aqui. Quem disse que o nosso ponto é a redução da violência? O mais importante é que aqueles que cometam crimes com 16 ou 17 anos sejam punidos e que a justiça seja feita às vítimas. Quem perde um familiar ou um ente querido não se interessa pelo fato de o criminoso ter 16 ou 50 anos. No texto do site, alega-se que "NÃO HÁ RELAÇÃO direta de causalidade entre a adoção de soluções punitivas e repressivas e a diminuição dos índices de violência.". Isto cai na falácia da explicação trivial: que dado estatístico dessa natureza apresentará uma relação direta de causalidade?


6°. "Porque fixar a maioridade penal em 18 anos é tendência mundial"

Beleza. Se fosse a tendência mundial adotar a escravidão, nós deveríamos legalizá-la? Que "argumentum ad populum" mais grosseiro! Por que seria mais importante seguir uma tendência mundial a ouvir a população brasileira? ( 8 em 10 brasileiros desejam a redução: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/8-em-cada-10-brasileiros-quer-reducao-da-maioridade-penal )


7°. "Porque a fase de transição justifica o tratamento diferenciado"

"Fase de transição"? Qual a relação entre o completamento de dezoito revoluções da Terra em torno do Sol desde o nascimento de alguém e o seu estabelecimento como uma pessoa plenamente capaz de fazer julgamentos morais? Aliás, este argumento serve para qualquer idade penal. A mesma situação dar-se-ia no caso de termos a maioridade penal estabelecida aos 16 anos. Na Lógica, é bastante conhecido o "Paradoxo de Sorites", que diz respeito a conceitos vagos. Por exemplo, quantos grãos de areia são necessários para termos um monte? Quantos fios de cabelo são necessários para dizermos que alguém é ou não careca? O mesmo problema ocorre aqui: quantos anos alguém tem de ter para ser responsabilizado criminalmente? Creio que não deveria existir idade penal. Cada caso deveria ser avaliado a partir dos seus contextos e circunstâncias.


8°. "Porque as leis não podem se pautar na exceção"

Como assim? De onde saiu esse imperativo categórico? A avaliação de um caso criminal particular serve de precedente para os posteriores. O engraçado é que vivem falando de direitos e de leis para as minorias, mas, para variar, só se fala nelas quando é conveniente. Outra coisa: não sabia que toda a sociedade comete crimes; pelo contrário, a maior parte dela não os comete. As leis punitivas, portanto, valem-se das exceções mesmo.


9°. "Porque reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, não a causa!"

E daí? Se eu tenho enxaqueca, não interessa tratar a dor de cabeça que estou tendo agora? Se tenho algum problema em algum órgão interno que está causando manchas na minha pele, não posso usar maquiagem para disfarçá-las? Uma coisa não anula a outra.


10°. "Porque educar é melhor e mais eficiente do que punir"

Em primeiro lugar, educação e punição não são mutuamente excludentes, mas, por vezes, sinônimos. Em segundo lugar, isto serviria para qualquer crime ou idade criminal. Vamos acabar com as prisões e com as penas então. Em terceiro lugar, o engraçado é que é conveniente falar que não temos mais onde colocar prisioneiros, mas não é relevante mencionar que o nosso ensino é um lixo, que sempre ocupamos os últimos lugares nas avaliações internacionais e que nossas escolas são locais de pura doutrinação marxista. É essa educação que é mais eficiente que a punição? 


11°. "Porque reduzir a maioridade penal isenta o estado do compromisso com a juventude"

O que tem a ver uma coisa com a outra? Parece-me que é, precisamente, o oposto. Se o Estado está reduzindo a maioridade penal, é exatamente porque ele está comprometendo-se com a juventude, nem que seja apenas para puni-la de modo mais severo.



12°. "Porque os adolescentes são as maiores vitimas, e não os principais autores da violência"

Sério mesmo? Um levantamento do Ministério Público de São Paulo indica que "Sete em cada dez 'atos infracionais' (lê-se: crimes) cometidos por adolescentes na cidade de São Paulo tiveram como autor um menor entre 16 e 18 anos." ( http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2015/06/12/metade-dos-bandidos-sub-18-internados-volta-a-ser-pega-pela-policia-por-outro-delito-uau-que-socioeducacao/ ). Mesmo que fosse verdadeiro o dado, qual a relevância disto para não diminuirmos a maioridade penal. Suponhamos que os homens fossem os principais homicidas e que as mulheres fossem as maiores vítimas. Disto, deveríamos depreender que deveríamos isentar as mulheres da possibilidade de serem criminalizadas por um eventual homicídio?


13°. "Porque, na prática, a pec 33/2012 é inviável!!"

O mesmo argumento usado na razão 4 serve para aqui: o fato de que, supostamente, não tenhamos condições hoje de implementar uma lei não a inviabiliza, mas apenas mostra que teremos de tomar algumas medidas para fazê-la funciona. Isto, entretanto, é totalmente trivial e serve para praticamente toda lei nova.


14°. "Porque reduzir a maioridade penal não afasta crianças e adolescentes do crime"

Antes de qualquer coisa, acho bastante problemática esta afirmação: qualquer um pensa duas vezes antes de fazer algo que sabe que o criminalizará. A despeito disto, o texto alega que "O problema da marginalidade é causado por uma série de fatores.". Se isto é verdadeiro, obviamente, serão necessárias várias medidas para afastar crianças e adolescentes do crime e não apenas reduzir a maioridade penal; contudo, isto não elimina o fato de que a redução poderia atuar em consonância com outras medidas.


15°. "Porque afronta leis brasileiras e acordos internacionais"

Mais uma vez, há completa conveniência aqui no uso dos argumentos. Quando você alega que o casamento gay afronta a nossa Constituição, ninguém liga para isto. O texto no site, por sua vez, menciona quatro violações de maneira absolutamente vaga:


15.1. "Vai contra a Constituição Federal Brasileira que reconhece prioridade e proteção especial a crianças e adolescentes"

Não sabia que reduzir a maioridade penal implica não reconhecer prioridade e proteção especial a crianças e adolescentes. Pelo contrário, elas estão sendo protegidas dos eventuais crimes que pessoas de 16 e 17 anos poderiam cometer contra elas.


15.2. "Vai contra o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) de princípios administrativos, políticos e pedagógicos que orientam os programas de medidas socioeducativas.".

Tá certo, mas vai contra o quê?


15.3. "Vai contra a Doutrina da Proteção Integral do Direito Brasileiro que exige que os direitos humanos de crianças e adolescentes sejam respeitados e garantidos de forma integral e integrada às políticas de natureza universal, protetiva e socioeducativa.".

Mais uma vez, em que medida reduzir a maioridade penal viola que os direitos humanos de crianças e adolescentes sejam respeitados e garantidos blá-blá-blá?


15.4. "Vai contra parâmetros internacionais de leis especiais para os casos que envolvem pessoas abaixo dos dezoito anos autoras de infrações penais.".

Novamente, extremamente vago.


15.5. "Vai contra a Convenção sobre os Direitos da Criança e do Adolescente da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Declaração Internacional dos Direitos da Criança compromissos assinados pelo Brasil."

É muito fácil falar que é contra sem mencionar os pontos.


16°. "Porque poder votar não tem a ver com ser preso com adultos"

Olhar o argumento da razão 1.


Precisarei entrar no mérito do texto novamente: "O voto aos 16 anos é opcional e não obrigatório, direito adquirido pela juventude. O voto não é para a vida toda, e caso o adolescente se arrependa ou se decepcione com sua escolha, ele pode corrigir seu voto nas eleições seguintes. Ele pode votar aos 16, mas não pode ser votado.".

Em primeiro lugar, qual a relevância de que o voto é opcional e não obrigatório? Escolher cometer um crime também é opcional e não obrigatório. O voto não é para toda a vida? Digam isto à população brasileira que tem a Dilma por presidente. Mesmo que alguém que tenha votado no PT arrependa-se depois e não vote mais no partido, o dano já estará feito. É falso afirmar que há volta. Qual a relevância em afirmar que ele pode votar aos 16, mas não pode ser votado? Que tem a ver uma coisa com outra?

17°. "Porque o brasil está dentro dos padrões internacionais"

O texto afirma que "Das 57 legislações analisadas pela ONU, 17% adotam idade menor do que 18 anos como critério para a definição legal de adulto.". Eu perguntaria, novamente, e o Kiko? Não sabia que a Nova Ordem Mundial já está estabelecida e que os países precisam unificar a maioridade penal de acordo com a ONU.


18°. "Porque importantes órgãos têm apontado que não é uma boa solução"

Sabem quais são os órgãos citados? OAB, CNBB... Sério mesmo? Faz-me rir. Mesmo que fosse o Vaticano, seria um puro argumento de autoridade. Restaria analisar quais são os argumentos fornecidos pelos órgãos.