sexta-feira, 26 de julho de 2013

Minha Segunda Conversão — Como um ex-protestante abraçou o Catolicismo


Obs. : disponibilizei no Scribd uma nova versão do meu testemunho baseada neste texto com vários acréscimos. Vejam aqui:
 http://documents.scribd.com.s3.amazonaws.com/docs/6yosunehhc3mn07f.pdf .

   Quando me converti ao Cristianismo no dia 25 de janeiro de 2009, prometi a algumas pessoas que descreveria neste blogue aquilo que eu costumo chamar de "o meu caminho de Damasco". Aqueles que conhecem a experiência de conversão de Paulo, que ainda se chamava Saulo — vejam o capítulo 9 de Atos —, sabem que a sua conversão deu-se quando ele estava a caminho de Damasco para prender cristãos — a imagem acima de Caravaggio chama-se "A conversão de São Paulo". Paulo teve uma experiência singular pessoal e intransferível. Creio que todo cristão genuíno, mesmo aqueles que nasceram e foram criados em um lar cristão, tem de ter o seu caminho de Damasco em algum momento. Tive o meu na referida data. Apesar da promessa, sempre adiei o projeto de escrever sobre a minha experiência porque acredito que deveria fazê-lo em um livro e que o espaço deste blog seria inadequado para relatar o ocorrido. A minha pretensão, entretanto, não é a de cumprir a minha antiga promessa, mas a de relatar o que chamei no título desta postagem como sendo a minha segunda conversão. Muitos já devem saber, e se não o sabiam sabem agora, que me converti ao Catolicismo. Antes, era um batista, evangélico, protestante; agora, sou um católico apostólico romano.

   Antes, devo ressaltar que não tenho pretensões de converter ninguém. O meu objetivo aqui é o de registrar uma explicação da minha conversão a fim de não ter de repeti-la sempre, poupando-me de esforços desnecessários, embora tenha de confessar que ela ainda não está organizada suficientemente para que eu possa descrevê-la de maneira concisa — por isso, peço perdão, de antemão, se esta postagem apelar a digressões de modo excessivo ou se eu acabar estendendo-me em demasia. Não é a minha intenção aqui fazer uma apologética de todas as doutrinas católicas, até porque o espaço seria totalmente inadequado para tanto: precisaria escrever um livro para isso — de fato, há uma vasta literatura que já faz isso e procurarei indicar algumas leituras no decorrer deste texto não apenas para fundamentar o que digo, mas para oferecer um apoio de leitura a quem tiver o interesse sincero de conhecer a verdade. 

   Minha jornada ao Catolicismo, creio eu, iniciou-se em 2011. Como praticamente todos os protestantes que conheço — fui dar-me conta das proporções do anticatolicismo dos protestantes apenas muito recentemente —, conhecia o Catolicismo apenas por meio de chavões, caricaturas e espantalhos. Nunca tinha lido nada católico e só conhecia a Igreja Católica de segunda mão, a partir das críticas dos protestantes. Minha mãe, tomando conhecimento do meu catolicismo neste ano, perguntou-me certa feita: "Ué, você não dizia que tinha de ser muito burro pra ser católico?". Sim! Eu já disse isso antigamente, quando não tinha a menor idéia de como os católicos continuavam adorando as imagens depois de um texto tão claro como o de Êxodo 20.4: "Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra" [Nova Versão Internacional (NVI) — uma tradução protestante!]. De maneira semelhante, cheguei a dizer quando era agnóstico, antes da minha conversão ao Cristianismo em 2009, que poderiam internar-me em um hospício se algum dia eu tornasse-me um cristão.

   Acompanho o programa TrueOutspeak (http://www.blogtalkradio.com/olavo) do filósofo Olavo de Carvalho desde 2010. Mesmo tendo começado apenas em 2010, ouvi todos os programas desde 2006, o que são mais de 300 programas, com média de 50min de duração. O programa, que antes era semanal, passou a ser mensal neste ano. O professor Olavo chegou a anunciar o fim do programa em dezembro do ano passado, mas resolveu retomá-lo mensalmente por conta da enorme quantidade de protestos. O professor Olavo, por quem tenho imensa consideração, respeito e admiração, sempre iniciava os seus programas dizendo o seguinte: "Começamos mais uma vez invocando a santíssima Virgem Maria e o Santo Padre Pio de Pietrelcina para que roguem a Deus que nenhuma injustiça se cometa nesse programa". Quando percebi a erudição do professor Olavo e vi que ele era católico, logo pensei: "é... ninguém é perfeito.". Aquilo, entretanto, intrigava-me porque sabia que a última pessoa do mundo que eu diria que não estudou um assunto seria o professor Olavo. Será que ele, simplesmente, não sabia de passagens como a de Êxodo 20? Em 2011, ouvi um de seus programas citando o padre Paulo Ricardo (http://padrepauloricardo.org/). Procurei o seu site em outubro de 2011 e deixei uma pergunta que reproduzo aqui:

"Padre Paulo Ricardo, em primeiro lugar, parabéns pelo seu trabalho. Deus, com certeza, reserva o seu galardão no céu pela edificação que o senhor traz-nos com os seus vídeos e textos. Cresci na tradição protestante tradicional, para ser específico, a tradição Batista, e sempre tive uma visão bastante distorcida sobre o Catolicismo, baseada naquele catolicismo denunciado por Lutero no medievo.  
Tenho tentado despojar-me do preconceito para tentar compreender melhor a tradição católica e tenho me impressionado e me surpreendido quanto mais aprendo. Tenho quatro dúvidas que gostaria que me fossem respondidas se possível. 
— A primeira pergunta refere-se à reza e às repetições. Jesus, antes de ensinar como se deve orar, disse o seguinte: 
"E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes." [Mateus 6:7-8]  
Se logo antes de ensinar o Pai Nosso Cristo pede que não façamos uso de vãs repetições, por que se reza com repetições? 
— A segunda pergunta refere-se às imagens. O segundo mandamento diz:
"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra." [Êxodo 20:4]  
Por que, então, faz-se imagens?  
— A terceira refere-se às intercessões feitas aos santos ou mesmo à virgem Maria. Paulo, diz o seguinte:  
"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem." [1 Timóteo 2:5]  
Ora, se apenas Cristo é o mediador entre Deus e os homens, por que os católicos apelam a outros mediadores, além de Cristo?  
— A última refere-se à salvação. Uma das cinco solas da tradição reformada defende que o homem é justificado somente pela sua fé. Eu discordo disso, crendo que a salvação é obtida pela fé, numa conjunção com as obras. Se não fosse desse modo, o texto de Hebreus 12.14 não diria que sem a santificação ninguém verá o Senhor ou não se falaria de pecados que têm por conseqüência que não se verá a Deus. Costuma-se utilizar o argumento de que o converso, certamente, seguirá o caminho da santificação, mas acho tal argumento controverso e sem justificação. Qual a visão da Igreja Católica a respeito do assunto? Sempre ouvi dizer que ela prega que a salvação vem pelas obras.
Espero que as minhas perguntas sejam respondidas assim que possível e agradeço, desde já, a atenção dispensada.  
Paz de Cristo!
Fábio Salgado"

   Fiz algumas modificações na última pergunta porque na época fui impreciso, falando de "graça" em vez de fé. Não conhecia naquela época o documento assinado no dia 31 de outubro de 1999 intitulado "Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação".
No ponto 15 dessa declaração, luteranos e católicos afirmam: "Confessamos juntos: somente por graça, na fé na obra salvífica de Cristo, e não por causa de nosso mérito, somos aceitos por Deus e recebemos o Espírito Santo, que nos renova os corações e nos capacita e chama para as boas obras". Esse documento é muito claro. Recentemente, um pastor disse para mim que a Igreja Católica não crê que somos salvos somente pela graça. Quando eu disse que ele estava errado, ele simplesmente disse que isso era óbvio. Quando eu mencionei esse documento, ele, simplesmente, disse que não iria ler nada. Nesse momento, tenho de deixar algo claro aqui. O professor Olavo de Carvalho, no seu já mencionado programa TrueOutspeak, certa feita, disse o seguinte:
"Se o cara não estudou, não sabe, tem é que calar a boca. Eu acho que o direito de ter opinião é proporcional ao interesse sincero que você tem pelo assunto. Se você não tem interesse pelo assunto pra você sequer ler alguma coisa, por que nós devemos ter interesse em ouvir a sua opinião?"
   Aqueles que conhecem o tom do professor nesse programa — o tom dele nas suas aulas é completamente diferente — devem saber que o professor não foi tão educado e polido como procuro ser — infelizmente ou felizmente (não saberia dizer ao certo). Aqui está a sua fala completa: http://www.youtube.com/watch?v=pzZNeBam6ZQ . Concordo com ele: as pessoas não estudam e simplesmente querem opinar sobre aquilo que não entendem. 

Voltando à minha pergunta de 2011, recebi a seguinte resposta no mesmo dia:
"Salve Maria!
Caro Fábio,
Muito obrigado pela sua mensagem.
Sua pergunta já foi encaminhada e na medida do possível, será respondida pelo Pe. Paulo Ricardo durante o podcast "A Resposta Católica". 
Aconselho que assista os vídeos dos links abaixo:
          http://padrepauloricardo.org/episodios/intercessao-dos-santos 
http://padrepauloricardo.org/episodios/culto-aos-santos-e-suas-imagens
Gostaria de aproveitar a oportunidade e convidá-lo a participar dos cursos online do site padrepauloricardo.org e ajudá-lo nesse projeto de formação e incentivar outros a fazê-lo. Nele encontrará um vasto conteúdo para defender e ensinar a fé católica com mais firmeza e solidez.
Ajude-nos a manter este trabalho de apostolado na internet, pela formação dos católicos, por amor a Santa Igreja e sua Sagrada Tradição.
Contamos com as suas orações.
Deus o abençoe sempre. 
Ad maiorem Dei gloriam
Equipe Christo Nihil Praeponere - padrepauloricardo.org "

   Os dois vídeos indicados foram o estopim para que eu percebesse que eu sabia absolutamente nada sobre o Catolicismo e que deveria dar-me ao trabalho de estudar seriamente o assunto. Infelizmente, na época, era um mero bolsista de iniciação científica da UnB e não tinha dinheiro para pagar o acesso ao site do padre Paulo Ricardo e sabia que meus pais nunca aceitariam ajudar-me a pagar cursos sobre o Catolicismo. No dia seguinte, mandei outra mensagem, angustiado com o pouco conhecimento que percebi ter:
"Padre Paulo Ricardo, o senhor poderia indicar uma bibliografia para quem quer entender o Catolicismo? Além dos documentos da igreja, do ponto de vista da Teologia Católica, quais textos o senhor recomendaria?  
Abraço e paz de Cristo!"
   Recebi a resposta, novamente, no mesmo dia:
"Salve Maria!
Caro Fábio,
Muito obrigado pela sua mensagem.
Recomendo que comece por estudar a História da Igreja.
Segue abaixo algumas indicações: 
DUÉ, Andrea.  Atlas histórico do cristianismo. Aparecida-SP: Santuário; Petrópolis: Vozes, 1999.
FRÖLICH, Roland. Curso básico de história da Igreja. 4ª ed. São Paulo: Paulus, 2005.
RATZINGER, Joseph. Compreender a Igreja hoje: vocação para a comunhão. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
BIHLMEYER; TUECHLE, Hermann.  História da Igreja: antiguidade cristã. São Paulo: Paulinas, 1964.
DANIÉLOU, Jean; MARROU, Henri. Nova história da Igreja: dos primórdios a São Gregório Magno, v. 1. Petrópolis: Vozes, 1965.
PIERINI, Franco. A idade antiga: curso de história da Igreja, vol. 1. São Paulo: Paulus, 1998.
ROMAG, Dagoberto.  Compêndio de história da Igreja: a antiguidade cristã, v.1, 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1949.
SESBOÜÉ, Bernard; WOLINSKI, Joseph.  O Deus da Salvação. Col.: SESBOÜÉ, B. (dir.) História dos Dogmas, vol. 1. São Paulo: Loyola, 2002.
VERDETE, Carlos.  História da Igreja Católica: das origens até o cisma do Oriente (1054), v. 1. São Paulo: Paulus, 2006.
DANIEL-ROPS, Henri. História da Igreja de Cristo. Tradução de Henrique Ruas; revisão de Emérico da Gama - São Paulo: Quadrante, (10 vols.), 2006.
LLORCA, Bernardino; GARCÍA-VILLOSLADA, Ricardo e LABOA, Juan María. Historia de la Iglesia Católica. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos (5 vols.), 2005.  
Contamos com as suas orações.
Deus o abençoe sempre.  
Ad maiorem Dei gloriam
Equipe Christo Nihil Praeponere"
   Resolvi levar a sério a recomendação e comecei a estudar seriamente a história do Cristianismo e da Igreja Católica. Faço questão de ressaltar que fui respondido no mesmo dia porque já procurei corresponder-me com muitos pastores do meio cristão brasileiro, mas fui ignorado na maior parte das vezes. Creio que o estrelato deve ter subido às suas cabeças, pois consigo corresponder-me mais facilmente com filósofos estrangeiros extremamente produtivos de maneira muito mais fácil. Conto nos dedos das mãos os filósofos do exterior que deixaram de dar-me respostas. Não posso deixar de citar uma das poucas exceções, que foi o pastor Luiz Sayão, que respondeu inúmeros questionamentos meus por meio do seu programa "Conversando com Luiz Sayão" (http://rtm.radio.br/novo/interna/radio/conversando-com-luiz-sayao). Até hoje estou estudando a bibliografia acima que me foi indicada. Os cinco volumes de Llorca, García-Villoslada e Laboa, por exemplo, eu só comprei recentemente. Antes de ler e estudar essa bibliografia, já tinha estudado a história do Cristianismo da perspectiva de alguns protestantes como, por exemplo, a "História Ilustrada do Cristianismo" de Justo L González, quando ainda não tinha sido editada em apenas dois volumes, e "Uma História do Cristianismo", de Kenneth Scott Latourette. Lembro-me de que algo que me impressionou ao ler González foi que ele já apontava que, na verdade, a Contrarreforma começou antes da Reforma, por mais paradoxal que seja a partir dos nomes. Já na Espanha, a Igreja Católica já tinha começado várias reformas antes de Lutero. É importante dizer aqui que Lutero, de fato, estava certo em muita coisa. Havia, realmente, muitos abusos por parte do Clero. Lutero estava vivo quando o famoso Papa Alexandre VI, o Bórgia, foi eleito. Para ter a imaginação estimulada, recomendo a série "The Borgias".

   Por falar em Lutero, resolvi começar a lê-lo por conta própria (procurem os vários volumes de "Obras Selecionadas" lançadas pela Editora Sinodal). Fiquei horrorizado com Lutero. Descobri que, por exemplo, Lutero acrescentou o termo "alleyn", em Romanos 3.28, para reforçar sua doutrina. Procurem os debates desse sujeito com Erasmo de Roterdã, por exemplo, e vejam como ele era grosseiro. As pessoas não têm o trabalho de, por exemplo, ler as 95 teses de Lutero e mal sabem que ele mesmo não era avesso às indulgências, mas apenas ao comércio de indulgências como se vê claramente na sua septuagésima segunda tese: "Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.". Quem nunca se deu ao trabalho de ler todas as teses, pode fazê-lo aqui:

Cresci ouvindo as pessoas dizerem que a Igreja desestimulava a leitura da Bíblia, assim como a sua tradução. Se vocês consultarem o "The Cambridge History of the Bible", especificamente o volume 2, "The West from the Fathers to the Reformation", editado por G. W. H. Lampe, vocês verão, por exemplo, que muito antes de Lutero, 58 anos antes, já havia a primeira Bíblia impressa no Alemão e que durante esses 58 anos os católicos imprimiram 30 diferentes edições alemãs da Bíblia — procurem, também, o livro "As diferenças entre a Igreja Católica e Igrejas Evangélicas", de autoria do ex-protestante Jaime Francisco de Moura. Isso não foi exclusividade da Língua Alemã, mas ocorre, por exemplo, com o Espanhol, o Holandês, o Francês, em Inglês, entre outros idiomas.

   Percebi que o desconhecimento era generalizado: até mesmo aqueles que se diziam ex-católicos sabiam de absolutamente nada da Doutrina Católica. O sociólogo Alberto Carlos Almeida — vejam as entrevistas dele ao Roda Viva e à Marília Gabriela — costuma apontar que os protestantes sempre foram bons na educação do povo em geral e que os católicos sempre foram bons na educação da elite — prova disso são as diferenças entre os índices educacionais de países majoritariamente protestantes e majoritariamente católicos, além do nível acadêmico das universidades católicas e das universidades protestantes. Como os protestantes baseiam-se no "Sola Scriptura", eles estavam extremamente interessados em alfabetizar as pessoas. Foi-se, entretanto, o tempo em que os protestantes eram conhecidos pelo seu domínio das Escrituras, uma vez que há protestantes de todo tipo hoje, inclusive denominações que, incrivelmente, desaconselham a leitura da Bíblia. Ouvi recentemente um batista tradicional beirando os sessenta anos dizendo-me que nunca tinha ouvido falar do "Sola Scriptura". Da mesma maneira, pegue uma igreja presbiteriana tradicional ou uma batista tradicional que defenda ferrenhamente que o cristão deve apenas basear-se nas Escrituras. Serão raros aqueles que terão lido a Bíblia toda durante anos de conversão. Digo isso porque os católicos são conhecidos por seu desconhecimento das Escrituras, mas creio que se levarmos em conta o conhecimento que um católico médio tem da Tradição, considerando-se que o católico não aceita a "Sola Scriptura", e formos comparar com o conhecimento de um protestante médio acerca das Escrituras, a diferença não será tanta. 

   Voltando à fala de algumas pessoas que falam sobre o desestímulo da leitura da Bíblia, reproduzo aqui um trecho do livro do Jaime de Moura que já mencionei:
"João Crisóstomo (354-407 dC), doutor da Igreja, escreveu: 'É isto que tem destruído todas as coisas: vocês pensarem que a leitura da Escritura é tarefa apenas para os monges, quando na verdade vocês precisam dela muito mais do que eles. Aqueles que se põem no mundo e diariamente são feridos têm mais necessidade da medicina. Assim, age bem pior aquele que não lê as Escrituras, supondo que são supérfluas. Tais coisas são invenção do diabo' (Homilia sobre Mat. 2,5). 
Papa S. Gregório I (+604 dC), escreveu: 'O Imperador dos Céus, o Senhor dos homens e dos anjos, enviou suas epístolas para vós, para que aproveiteis a vossa vida, mas vós negligenciais a lê-las devidamente. Estudai e meditai diariamente sobre as palavras do vosso Criador - eu vos imploro. Aprendei o coração de Deus nas palavras de Deus, para que possais aspirar as coisas eternas, para que vossas almas possam ser despertadas pelo desejo da alegria celestial" (Epístola V,46). 
S. Bernardo de Clairvaux (1090-1153 dC), doutor e padre da Igreja, escreveu: 'A pessoa que deseja muito a Deus estuda e medita sobre a Palavra inspirada, para conhecer o que ela diz. É assim que essa pessoa certamente encontra aquele a quem deseja' (Comentário ao Cântico dos Cânticos, Sermão 23,3). 
Papa S. Pio X (1903-1914 dC), escreveu: 'Nada poderia nos alegrar mais do que ver nossos queridos filhos criarem o hábito de ler os Evangelhos, não apenas de tempos em tempos, mas diariamente'. 
Finalmente, o Catecismo da Igreja Católica declara: 'A Igreja 'exorta com veemência e de modo peculiar todos os fiéis cristãos... a que, pela freqüente leitura das divinas Escrituras, aprendam «a eminente ciência de Jesus Cristo» [Fil. 3,8]. «Porquanto ignorar as Escrituras é ignorar Cristo»' [S. Jerônimo]" (CIC 133).  
A proibição de que falam os protestantes, é que o Concílio de Tolosa (França) proibiu traduções da Bíblia para o vernáculo para evitar erros, proibição retirada pelo Concílio da Tarragona (Espanha) em 1233.
O Sínodo de Oxford (1408) proibiu a publicação e a leitura de textos vernáculos da Bíblia não autorizados. O mesmo se deu no Sínodo dos Bispos alemães em Mogúncia (1485), devido a confusão doutrinária criada por John Wiclef (1320-84). O Concílio de Trento (1545-1563) declarou autêntica a Vulgata latina, tradução devida a S. Jerônimo (+420) e decretou que as traduções da Bíblia deveriam conter o visto do Bispo diocesano, para se evitar abusos de tradução.
Isso aconteceu porque a Igreja exerce seu papel de zelar pela fidelidade da doutrina conf. (2 Timóteo 4, 2); (Tito 1, 13). É o que aconteceu ao contrário com os protestantes. Lutero divulgou a Bíblia para que cada um pudesse interpretar a sua maneira.".
   Estou mencionando alguns pontos de equívoco aqui porque a confusão dos protestantes acerca do Catolicismo é enorme! Nesta semana, um pastor perguntou-me se eu cria na Infalibilidade Papal. Após a minha resposta afirmativa, ele perguntou se eu achava que o Papa não pecava. Quando eu falei que era óbvio que não e que, inclusive, o Papa confessava-se toda semana, ele achou que eu estava contradizendo-me. O referido pastor disse-me que as encíclicas papais contradizem-se. Uma pessoa que não compreende nem ao menos a doutrina da Infalibilidade Papal e que não sabe que ela refere-se apenas a definições "ex cathedra" e que encíclicas não são declarações desse tipo, simplesmente, não entende em absoluto a Doutrina Católica. O que tenho visto em todos os textos com críticas ao Catolicismo que procurei, de Boettner a Aníbal Pereira dos Reis, são falsificações grosseiras. Pessoas que, definitivamente, não entenderam nada da doutrina católica, que, simplesmente, não estudaram. Assim diz o Catecismo da Igreja Católica, que estudo todos os dias desde março deste ano:
"891 " 'Goza desta infalibilidade o Pontífice Romano, chefe do colégio dos Bispos, por força de seu cargo quando, na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis e encarregado de confirmar seus irmãos na fé, proclama, por um ato definitivo, um ponto de doutrina que concerne à fé ou aos costumes... A infalibilidade prometida à Igreja reside também no corpo episcopal quanto este exerce seu magistério supremo em união com o sucessor de Pedro', sobretudo em um Concílio Ecumênico[1611]. Quando, por seu Magistério supremo, a Igreja propõe alguma coisa 'a crer como sendo revelada por Deus'[1612] e como ensinamento de Cristo, 'é preciso aderir na obediência da fé a tais definições'[1613]. Esta infalibilidade tem a mesma extensão que o próprio depósito da Revelação divina[1614]." 
[1611] LG 25; Vaticano I: DS 3074.
[1612] DV 10
[1613] LG 25
[1614] Cf. LG 25"
   Vejam que o texto acima é muito restrito com relação à Infalibilidade Papal — percebam, também, que ele cita documentos da Igreja e dos Concílios. Para uma visão introdutória destes, recomendo o livro "História dos concílios ecumênicos" organizado pelo Giuseppe Alberigo. Para vocês terem uma idéia, as duas únicas declarações "ex-cathedra" em 2000 anos foram os dogmas da Imaculada Conceição (1854) e da Assunção (1950). Um bom livro para quem nunca estudou nada ter uma noção bem introdutória dessas doutrinas é o livro "Catolicismo para leigos", de John Trigilio Jr. e Kenneth Brighenti.

   São muitas as barbaridades que ouço de protestantes que, comprovadamente, não estudaram. Ouvi, também nesta semana, alguém dizendo que a Teologia Católica é feita apenas do aristotelismo. Essa pessoa, simplesmente, desconhece tanto a história da Filosofia quanto do Cristianismo, pois qualquer estudante de Filosofia Medieval e Antiga sabe que Aristóteles era muito mal visto pela cristandade, que o conhecia pouco, uma vez que o movimento de tradução das suas obras deu-se no fim do século XII. Tomás de Aquino foi o grande responsável pela incorporação de Aristóteles à teologia cristã.

   Um pastor afirmou para mim que as heresias da Igreja Católica começaram com Constantino, repetindo o que todo protestante fala. Quando o acusei de desconhecimento, fui acusado de ter o costume de diminuir as pessoas. Creio que ele não fazia idéia do que eu estava falando porque apostaria todos os meus livros que ele não estudou nem 1% da literatura referente à patrologia greco-latina e siríaco-oriental. Para vocês terem uma idéia do que eu estou falando, dêem uma olhada nos 221 volumes da patrologia latina (http://www.logos.com/product/28902/patrologiae-cursus-completus-series-latina), nos 167 volumes da patrologia grega (http://www.logos.com/product/28903/patrologiae-cursus-completus-series-graeca) e nos 18 volumes da siríaco-oriental que ainda não está completa
(http://www.logos.com/product/28982/patrologia-syriaca). Se alguma alma caridosa quiser comprar esse material para mim, ficaria muito grato.

   Vamos voltar à minha história. No ano passado, uma colega minha perguntou-me, sabendo que gosto muito de ler, se eu já tinha lido Chesterton e o que achava dele. Vergonhosamente, disse que nada conhecia dele. Resolvi, então, comprar tudo o que havia sido lançado dele em Português, apenas por uma questão de facilidade de acesso, e não por eu ser monoglota, uma vez que ainda não tinha as condições que tenho hoje de importar livros, graças à minha bolsa de mestrado. O Chesterton, simplesmente, tornou-se um dos meus autores favoritos. Ele é um escritor realmente muito talentoso. Quando estava no meu terceiro ou quarto livro dele, descobri que ele era um ex-anglicano converso ao Catolicismo. Fiquei muito impressionado com aquilo e fui procurar livros dele tratando o assunto. Cheguei ao livro "Todos os caminhos levam a Roma". Pesquisando sobre esse livro, cheguei ao livro "Todos os caminhos vão dar a Roma" do casal Hahn, que na edição mais nova foi traduzido com precisamente o mesmo título do livro de Chesterton. Por curiosidade, comprei os dois livros. O interessante é que o título original "Rome sweet home" é um trocadilho intraduzível com "Lar, doce lar". Ninguém me recomendou o livro do casal Hahn, mas cheguei a ele por essa feliz "coincidência".

   Se você, leitor, quer entender um pouco sobre como se deu a minha conversão, leia o livro do casal Hahn, Scott e Kimberly. É um livro maravilhoso! Ele fez toda a diferença na minha vida. Ele conta a história de um casal que era presbiteriano e calvinista e que se converteu ao Catolicismo durante os seus anos de estudo de Teologia. É uma bela história. Virei um fã do Scott Hahn e saí comprando tudo o que havia dele em Português para depois comprar os ebooks dele que ainda não tinham sido traduzidos.

   Depois que terminei a leitura desse livro, uma série de "coincidências" começou a ocorrer. Estava estudando Existencialismo em um curso ministrado pelo meu atual orientador, Julio Cabrera, e vimos uma série de autores católicos: Gabriel Marcel, Jackson de Figueiredo e Alceu Amoroso Lima. é bom dizer que o professor Cabrera não é religioso. Só não digo que ele é ateu porque creio que ele não gostaria de ser classificado assim por crer que não precisa posicionar-se acerca de uma questão que ele não aceita. Na mesma semana, minha namorada enviou-me um vídeo da Gabriela Rocha cantando a canção "Restless" (http://www.youtube.com/watch?v=ooQhH3AIu2A). Quando fui procurar quem era a cantora original, descobri a Audrey Assad, uma ex-protestante que se converteu ao Catolicismo. Por meio dela, cheguei ao Matt Maher, outro músico ex-protestante converso! Sem que eu fizesse esforço, encontrava uma série de conversos ex-protestantes. Durante a minha vida toda, nunca tinha ouvido falar dessas conversões, mas apenas de ex-católicos. O meu próprio pai é um ex-católico. Agora, desafio o leitor a procurar na rede livros e depoimentos de ex-católicos que se converteram ao Protestantismo e de ex-protestantes que se converteram ao Catolicismo. Em primeiro lugar, os últimos são inúmeros. Você encontrará muitos depoimentos. Infelizmente, o material em Português não é tão vasto como aquele de Língua Inglesa. O Jaime Francisco de Moura, que já citei, tem um livro chamado "Por que estes ex-protestantes se tornaram Católicos! Testemunhos de ex-pastores e leigos que voltaram à Igreja Mãe". Há, também, o livro "Homens que regressaram à Igreja" do Severin Lamping. Para quem lê na Língua Inglesa, há uma série de três livros editados pelo Patrick Madrid: "Surprised by truth: 11 converts give the biblical an historical reasons for becoming catholic"; "Surprised by truth 2: 15 men and women give the biblical and historical reasons for becoming catholic"; "Surprised by truth 3: 10 more converts explain the biblical and historical reasons for becoming catholic". Compare o nível dos argumentos dos dois lados. Para ser sincero, nunca encontrei um protestante anticatólico que demonstrasse conhecer a doutrina católica. Ainda estou à procura desse livro porque, por enquanto, só encontro argumentos falaciosos que fazem uso de espantalhos. O padre Paulo Ricardo fala num vídeo que os protestantes, em sua grande maioria, rejeitam uma completa caricatura da fé católica (http://www.youtube.com/watch?v=1Pu0AP4VvwU). Os católicos baseiam-se, também, na Tradição. Os textos da patrologia que coloquei aqui são apenas o começo dessa Tradição. Pergunto-me quantos protestantes já leram pelo menos o Catecismo da Igreja Católica. A resposta é óbvia a partir das acusações infundadas que já demonstram ignorância apenas pelo questionamento.

   Discutirei agora o que um apologista católico, também ex-protestante, chamado Dave Armstrong, chama de "o calcanhar de Aquiles do Protestantismo", que é o "Sola Scriptura". Essa doutrina afirma que as Escrituras são tomadas como a única regra de fé e conduta. Se existe algo que aprendi com a Filosofia Analítica, especificamente, com o Paradoxo de Russell, foi que sempre temos de considerar o critério da autorreferência. Se a Escritura é a única base de fé e conduta, pergunto-me onde está isso na Bíblia. A resposta é: não está! Mostrem-me um versículo sequer que afirme isso; pelo contrário, vocês encontrarão inúmeros textos contra a "Sola Scriptura". O próprio Dave Armstrong, que já citei, tem um livro chamado "100 biblical arguments against Sola Sciptura". Eu concordo plenamente com o Armstrong e creio que se a "Sola Scriptura" for derrubada todo o Protestantismo desaba junto. Apenas isso já é suficiente para abandonar o Protestantismo a meu ver. Por isso, estou estudando um vasto material para eu mesmo escrever um livro chamado "O calcanhar de Aquiles do Protestantismo". Para citar apenas alguns textos sobre o assunto, há o livro "Not by Scripture Alone: A Catholic Critique of the Protestant Doctrine of Sola Scriptura", do Robert A. Sungenis, e a trilogia "Holy Scripture: The Ground and Pillar of Our Faith" — "Volume I: A Biblical Defense of the Reformation Principle of Sola Scriptura" (David T. King); "Volume II: An Historical Defense of the Reformation Principle of Sola Scriptura" (William Webster); "Volume III: The Writings of the Church Fathers Affirming the Reformation Principle of Sola Scriptura" (David T. King; William Webster). Como vocês podem ver, esta trilogia defende o "Sola Scriptura". Eu vou ler e estudar essas 1107 páginas de defesa do "Sola Scriptura", fora os outros livros que estou organizando como bibliografia. Isso não é nada mais do que a minha obrigação porque isso é ter honestidade intelectual, o que está difícil de encontrar no Brasil.

   Outro ponto com relação à "Sola Scriptura" é que foi a Igreja quem compilou as Escrituras. Por que os protestantes aceitam a Bíblia como ela está? Que arbitrariedade é essa? Simplesmente, não tem lógica crer que Deus inspirou quem escreveu, mas não inspirou quem ouviria a mensagem e identificá-la-ia como inspirada, como costuma dizer o padre Paulo Ricardo. Por que os protestantes aceitam a autoridade da Igreja Católica para escolher o Novo Testamento, mas não aceitam a autoridade da Igreja para escolher o cânone do Antigo Testamento? Se você quer jogar fora a autoridade da Igreja, jogue fora junto as Escrituras que a própria Igreja escolheu. Tenhamos em mente, agora, a seguinte situação: suponha que alguém me deu uma série de jornais antigos e que eu estou fazendo uma seleção apenas dos noticiários sobre assassinatos, jogando fora todo o resto. Digamos que eu tenha compilado um livro com esse material. Você não encontraria nele, pelo menos em princípio, nada que falasse de eventos que nada tivessem a ver com um assassinato. Da mesma maneira, a Igreja Católica compilou as Escrituras de acordo com a Tradição, com aquilo que ela tinha na oralidade — os métodos foram muitos, mas nos detenhamos apenas nesse quesito a título de argumentação. Vocês acreditam mesmo que haveria algo nas Escrituras que seria contraditório à Tradição e à Doutrina Católica? É muita ingenuidade pensar isso. Alguém pode questionar-me, dizendo que a Igreja Católica perverteu-se com o tempo; no entanto, sinto informá-lo de que o reconhecimento de dogmas no decorrer da história da Igreja, como a Imaculada Conceição ou a Assunção, já mencionadas neste texto, foram apenas reconhecimentos de algo que já estava presente na Igreja. Os diversos textos dos padres apostólicos, por exemplo, comprovam todas as doutrinas católicas. Depois que me convenci de que a "Sola Scriptura" estava, realmente, equivocada, fui procurar os argumentos católicos para as suas doutrinas e fui vendo que todas têm base bíblica. Um outro apologeta ex-protestante que posso recomendar é o filósofo Peter Kreeft. Que princípio é esse que não existiu durante mais de duzentos anos enquanto os cristãos não tinham uma Bíblia compilada e que seria impossível de ser aplicado na Idade Média quando não havia imprensa, as Bíblias eram copiadas à mão e a maior parte das pessoas nem sabia ler? Teria Cristo abandonado a sua Igreja, em vez de estar com ela "todos os dias" como prometeu em Mateus 28.20, resolvendo reaparecer apenas com Lutero e os reformadores depois no século XVI?

   Sempre gostei de interpretação de texto. Uma das áreas que mais estudei em Teologia foi Hermenêutica. Estudando autores como Grant R. Osborne, Kevin Vanhoozer, Uwe Wegner, Gordon Fee, Douglas Stuart, entre outros, você dá-se conta de que a metodologia para interpretar-se a Bíblia, simplesmente, não está na Bíblia. Isso é externo a ela. Envolvi-me durante muito tempo com discussões com calvinistas, uma vez que era arminiano. Percebi, em um dado momento, que, simplesmente, o embate nunca seria resolvido por meio das Escrituras: os dois lados faziam uso delas, mas tinham pressupostos de leitura distintos. Quando li pela primeira vez a Bíblia após ter estudado Descartes, fazendo uso do seu método da dúvida hiperbólica, cheguei à conclusão de que a Bíblia não poderia ser a Palavra de Deus de modo algum, pois achava que a Bíblia não poderia ter nenhum erro de nenhuma estirpe. Ainda não conhecia aos 15 anos as discussões sobre infalibilidade bíblica, inerrância etc. . Acreditei, durante um tempo, que a Ciência seria a norteadora da interpretação bíblica. Com o tempo, percebi que aquilo não daria certo e acreditei que a Lógica seria a condutora; no entanto, vi fracassar esse critério também depois de estudar a fundo. É importante ressaltar que levei a sério o estudo do Trivium medieval — Lógica, Gramática e Retórica. No medievo, era imprescindível que um teólogo estudasse isso; hoje, infelizmente, os teólogos não sabem nem escrever e compreender um texto, quanto mais saber Lógica e Filosofia — creio sinceramente que não se faz Teologia sem Filosofia. No ano passado, usando recursos de Lógica Modal em discussões com um pastor, ele disse que Matemática tinha nada a ver com aquilo. Ele, simplesmente, desconhecia toda a literatura de Filosofia Analítica da Religião. Autores como William Lane Craig, Plantinga ou Swinburne, que qualquer estudante de graduação que estude uma introdução de Filosofia da Religião conhece, usam e abusam de ferramentas lógicas. Quando você denuncia essa inaptidão, ainda por cima, é tido por arrogante, em vez de essas pessoas serem tidas por picaretas. Enfim, o que quero dizer aqui é que percebi que se não apelássemos à Tradição da Igreja, cairíamos num vale-tudo, como de fato o Protestantismo caiu, com suas mais de 30 mil denominações, com outras mil surgindo diariamente, como indicam as estatísticas — não me lembro de onde li isso para indicar os números precisos e a fonte exata. É importante ressaltar que toda vez que se fala de "Tradição" as pessoas falam de "tradições humanas". A própria Igreja Católica faz essa distinção. A Tradição da Igreja são "as verdades transmitidas através dos tempos pela viva Voz de Cristo na sua Igreja". Tradições humanas "são leis feitas por homens e que podem ser modificadas.".

   O próprio Lutero, com o tempo, percebeu o seu erro:
"Este não quer o batismo, aquele nega os sacramentos; há quem admita outro mundo entre este e o juízo final, quem ensina que Cristo não é Deus; uns dizem isto, outros aquilo, em breve serão tantas as seitas e tantas as religiões quantas são as cabeças.". [Luthers M. In. Weimar, XVIII, 547; De Wett III, 61) 
"Se o mundo durar mais tempo, será necessário receber de novo os decretos dos concílios (católicos) a fim de conservar a unidade da fé contra as diversas interpretações da Escritura que por aí correm.". (Carta de Lutero a Zwinglio. In Bougard, Le Christianisme et les temps presents, tomo IV (7), p.289)
   Retirei as duas citações acima de outro livro que indico: "Em defesa da Fé Católica nas questões mais difíceis", do Alessandro Lima.

   Outro ponto do qual discordo há tempos é o "Sola Fide", como vocês podem ver na pergunta de 2011 que fiz ao padre Paulo Ricardo. Leiam Tiago. O livro é muito claro e só não enxerga quem não quer. Lutero sabia disso e por isso dizia: "A carta de Tiago é uma carta de palha, pois não contém nada de evangélico" ("Preface to the New Testament', ed. Dillenberger, p. 19). Todo o Novo Testamento, com as suas advertências para o cristão, simplesmente, não faz sentido se as obras são conseqüências necessárias da fé. Aqui, é importante ressaltar que o católico não crê que as obras salvam. Ouvi o absurdo por parte de um pastor que os sete sacramentos serviam para a salvação. Ele, simplesmente, não sabia nem a definição de um sacramento: "um sinal sensível e eficaz da graça, instituído por Jesus Cristo para santificar as nossas almas". Aproveito aqui para recomendar o excelente livro do Leo J. Trese chamado "A fé explicada". Para quem quer ter uma visão panorâmica do Catolicismo, é um ótimo livro. O Sungenis, que já citei aqui, tem um livro de 773 páginas chamado "Not by faith alone: a biblical study of the catholic doctrine of justification" sobre o assunto. O livro do Trese diz o seguinte:
"Certa vez, li na secção de pequenas notícias de um jornal que um homem construiu uma casa para a sua família. Ele mesmo executou quase todas as obras, investindo todas as suas economias nos materiais. Quando a terminou, verificou com horror que se tinha enganado de propriedade e que a tinha construído no terreno de um vizinho. Este, tranqüilamente, apossou-se da casa, enquanto o construtor não pôde fazer outra coisa senão chorar o dinheiro e o tempo perdidos.
   Por lamentável que nos pareça a história deste homem, não chega a ter importância se a compararmos com a da pessoa que vive sem a graça santificante. Por nobres e heróicas que sejam as suas ações, não têm valor aos olhos de Deus.".
   Vejam que as obras isoladamente, sem a Graça, não servem para nada! Agora, quantos de vocês já ouviram pessoas repetindo que a Igreja Católica crê que as pessoas são salvas pelas obras? Leiam o documento que mencionei neste texto sobre a justificação para vocês entenderem melhor o que a Igreja Católica entende sobre a questão.

   Estudando cada vez mais a Doutrina da Igreja Católica, senti-me extremamente solitário: afinal, estava chegando a várias conclusões apenas por meio do estudo, sem interagir com ninguém que pudesse ajudar-me. Comecei a orar a Deus pedindo ajuda. No dia 24 de maio, fui participar de uma reunião com um grupo de Brasília que pretendia iniciar estudos sobre o Conservadorismo. Quando apareci na reunião, estava lá apenas o Felipe Melo, autor do blog "Juventude Conservadora da UnB"
(http://unbconservadora.blogspot.com.br/).

   Sabia que o Felipe tinha se tornado católico, se não me engano, em 2011. Como estávamos só nós dois, acabamos conversando e disse a ele que estava em uma jornada de conversão ao Catolicismo. Ele disse-me que logo depois da reunião ele iria ao CEAC (http://www.ceacdf.org.br/), um centro católico da Opus Dei. Fiquei meio assustado e disse a ele que o que eu conhecia da Opus Dei vinha dos livros do Dan Brown. Ele logo tranqüilizou-me, dizendo que não encontraria pessoas mutilando-se lá e nem sangue espalhado pelo chão. Fiquei, também, mais tranqüilo porque sabia que o próprio Scott Hahn é da Opus Dei, por meio do seu livro sobre o assunto chamado "Trabalho ordinário, graça extraordinária". Chegando lá, gostei bastante do ambiente. Fui muito bem recebido e acolhido. Ele falou-me do padre Rafael Stanziona de Moraes, cujo livro "Por que confessar-se" recomendo fortemente: o meu entendimento da confissão mudou completamente depois dessa leitura. O Felipe disse-me que o padre Rafael era formado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP, em Física pela mesma Universidade, que tinha sido professor do IME aos 21 anos, que havia feito mestrado em Matemática e que tinha se doutorado em Teologia Moral pela Universidade de Navarra. Fiquei muito empolgado ao saber disso porque eu mesmo iniciei minha vida acadêmica na Física, fui para a Matemática e terminei na Filosofia. Ainda por cima, estava estudando uma série de textos sobre Teologia Moral. O Felipe disse-me que ele tinha um acompanhamento com o padre Rafael e eu disse que gostaria de fazer o mesmo. Isso ocorreu em uma sexta-feira. Marquei, então, um encontro com o padre Rafael para a terça seguinte.

   Antes de continuar a história, outra razão que me levou ao Catolicismo foi a questão da Moral. No ano passado, por meio de discussões com o professor Julio Cabrera sobre a sua Ética Negativa, após uma série de conferências que fui na UnB, comecei a interessar-me por Ética. Sempre fui uma pessoa mais teórica, meu principal interesse na época era Lógica e Filosofia da Linguagem. Nunca achei que fosse ter interesse em estudar Ética, o que hoje me parece absurdo. Só fui ter aulas pela primeira vez com o professor Cabrera, por quem já tinha admiração desde 2007 — cito ele no meu antigo flog:  (http://www.fotolog.com.br/fabiosal/23552538/) —  no primeiro semestre de 2011. O professor Cabrera, embora eu tivesse dito a ele que nunca tinha estudado nada de Ética e nem feito a disciplina, que fui fazer no meu último semestre na graduação, nunca me desprezou. Pelo contrário, chegou a escrever um texto respondendo questões que tinha feito a ele http://pt.scribd.com/doc/98045319/ACERCA-DO-CARATER-CONTINGENTE-DA-ETICA-NEGATIVA-Julio-Cabrera . Ainda estou devendo uma resposta a ele. Digo isso porque já tive a experiência de pessoas acreditarem que o seu diploma é uma razão suficiente para que se tenha alguma autoridade, desprezando quem não tenha um. O filósofo Olavo de Carvalho, que mencionei aqui, não tem diploma e é, simplesmente, a pessoa mais culta que já conheci. O professor Cabrera sempre me tratou com igualdade em todas as discussões que já tive com ele — e olha que não foram poucas. Meus argumentos sempre foram tratados enquanto argumentos a despeito do fato de eu ter um diploma na época ou não, do fato de ele ter muitos mais anos de estudo que eu, ser muito mais culto ou pelo fato de eu nunca ter estudado Ética. Curiosamente, quando fui fazer oficialmente o curso de Ética, que infelizmente não fiz com o professor Cabrera, dei-me conta de que aprenderia nada nele porque tinha aprendido muito mais por meio das discussões com o professor Cabrera.

   Na época, fui convencido de que a procriação seria imoral, como o professor Cabrera defende a partir da sua Ética Negativa, mas o interessante é que os seus argumentos não dependem do seu sistema ético particular. Durante muito tempo, defendi que a procriação seria imoral e cheguei a convencer outras pessoas, incluindo a minha própria namorada. Um argumento do padre Paulo Ricardo, entretanto, foi crucial para mudar o meu pensamento. Ele dizia que uma pessoa que se questiona sobre o número de filhos já não está pensando a partir de uma cosmovisão cristã, uma vez que toda a Bíblia mostra os filhos como sendo bênçãos, e uma questão que sempre me incomodou a partir daquilo que vejo em outras pessoas sempre foi a questão de elas dizerem-se cristãs defendendo pontos completamente absurdos quando se tem em vista o Cristianismo. Enfim, comecei a buscar literaturas que discutissem a Ética Cristã. Para a minha surpresa, encontrei quase nada produzido entre os protestantes e uma vasta discussão entre os católicos. Tomás de Aquino, Santo Afonso de Ligório, Dietrich von Hildebrand, Bernhard Häring, Servais Pinckaers, Martin Rhonheimer, o próprio Alasdair MacIntyre, que é um filósofo bastante conhecido, Jacques Maritain, entre muitos outros. Todos eles católicos! Fiquei impressionado com toda a discussão moral desses autores. O que me impressionou também foi que várias conclusões a que cheguei em termos de Ética pensando sozinho já eram defendidas pela Igreja Católica. Não foi apenas a Teologia Moral católica que me impressionou, mas a sua Teologia de modo geral. Teólogos como Henri de Lubac, Bernard Lonergan, Hans Urs von Balthasar, Reginald Garrigou-Lagrange, Jean Daniélou, o próprio Ratzinger, o Papa João Paulo II, com a sua Teologia do Corpo maravilhosa, entre muitos outros são de um nível altíssimo. Quando você estuda esses teólogos e passa para um teólogo protestante, a diferença de nível é realmente gritante.

   O Scott Hahn já tinha apontado para uma questão no "Todos os caminhos levam a Roma" que me fizeram ter cuidado com a questão litúrgica. Li dois livros dele sobre o assunto: "O Banquete do Cordeiro" e "A Sagrada Escritura no Mistério da Santa Missa", organizado junto com o Flaherty. O Scott relata no seu livro sobre a sua conversão, as diferença entre a missa e um culto evangélico. Eu sabia que não encontraria um coro todos os domingos com várias vozes como eu tinha na minha igreja antiga. Sabia que não teria um órgão imponente como havia na minha igreja batista. Sabia, entretanto, que os católicos criam na transubstanciação, presença real de Cristo na Missa, e que ela toda tinha uma razão de ser que o Scott Hahn explica muito bem. Depois da explicação dele, não vejo, por exemplo, como entender o Apocalipse sem a Missa — na verdade, é Apocalipse que explica a Missa. Só fui à minha primeira Missa depois de ter certeza de que eu entenderia o que está acontecendo nela em termos litúrgicos. No dia 16 de junho, fui à minha primeira missa na Paróquia São Pedro de Alcântara. Tinha dito ao padre Rafael que a minha antiga Igreja costumava ter um culto muito cuidadoso e que gostaria de freqüentar uma paróquia que tivesse cuidado com a liturgia. Dentre as duas que ele indicou-me, essa era a que ficava mais perto de casa. Foi emocionante ver na Missa tudo aquilo que eu tinha estudado. Vi com os meus próprios olhos como os católicos respeitavam as Escrituras —  o Scott Hahn já tinha explicado que se você for às missas todos os dias durante três anos você escutaria toda a Escritura na Missa, diferentemente dos cultos evangélicos nos quais o pastor prega o que quiser. Já tinha ouvido falar dos milagres eucarísticos, mas tive a oportunidade de presenciar um milagre durante uma Missa no dia 16 de junho na minha própria vida. Isso eu contarei algum dia quando escrever melhor sobre a minha conversão em algum livro. Como dizia Tomás de Aquino, "contra fatos, não há argumentos".

   Uma pessoa que também me ajudou bastante foi um professor meu com quem, também, tive a primeira aula no primeiro semestre de 2011, chamado Scott Randall Paine. Coincidentemente, o professor Scott, que é outra das pessoas mais cultas que já conheci, é um especialista na obra de Chesterton. Ele fez o seu doutorado sobre Chesterton — "Chesterton e o universo". No ano passado, fiz dois cursos com o professor Scott sobre Filosofia Oriental. No segundo semestre, o professor emprestou-me um livro que estava carimbado como "Rev. Scott Randall Paine". Eu perguntei a ele sobre o "Reverendo" e ele disse-me que era padre. Até então, eu não sabia. Contei várias das minhas dúvidas sobre o Catolicismo ao professor Scott e ele ajudou-me com várias delas. Outra coisa que me impressionou muito no Catolicismo é algo que já tinha me impressionado nos meus estudos de religiões orientais: todas elas tinham costumes que envolviam toda a dimensão humana, seja física ou mental. O Protestantismo era muito abstrato quando comparado às grandes religiões — nunca achei que fosse reclamar de excesso de abstração. O Catolicismo possui toda uma dimensão ascética e mística — não confundam com esoterismo! Recomendo o excelente "Compêndio de Teologia Ascética e Mística" do pe. Tanquerey — que não existe no Protestantismo. A minha vida de santificação tem se tornado mais fácil e, por incrível que pareça, o próprio entendimento de várias doutrinas católicas ajudam na sua vida espiritual. Eu seguiria o Catolicismo mesmo que me fizesse mal porque sei que é verdadeiro, mas nunca me senti tão bem na minha vida. Sempre ouvi falar de uma felicidade que o Cristianismo deveria produzir, mas só tenho descoberto essa felicidade depois da minha descoberta do Catolicismo. Deus tem colocado na minha vida pessoas realmente comprometidas com a Sua Palavra e que são extremamente piedosas e, como se já não bastasse a sua piedade, além do mais, conhecem bastante as Escrituras e a Tradição da Igreja Católica.

   Não posso deixar de citar um grande amigo que conheci pelo Facebook, que é o Arthur Olinto, que está passando por uma experiência bem parecida com a minha. Temos planos de escrever um livro sobre a nossa conversão ao Catolicismo. Na semana passada, conheci o padre da paróquia que estou freqüentando: tinha marcado um dia para conversar com ele. Expliquei ao padre Givanildo sobre a minha conversão e, para a minha alegria, soube que a paróquia tinha um coral. No mesmo dia, em uma quarta-feira, fui ao ensaio e reconheci a lindíssima "Cantique de jean Racine" de Fauré no ensaio. Gosto muito de música e temia que não tivesse a oportunidade de usar o meu dom na Igreja. Até nisso Deus foi bondoso comigo. Ouvi, um dia desses, um comentário malicioso de que as missas são sem graça quando comparadas ao cultos protestantes. Penso que a pirotecnia, o espetáculo e a pompa costumam ser inversamente proporcionais àquilo que realmente tem importância. Quando, por exemplo, um artista precisa de mil bailarinos, fogos de artifício e efeitos especiais, é porque o seu talento não é suficiente para despertar o interesse do ouvinte. Não trocaria, sinceramente, qualquer show da Beyoncé, por exemplo, por um show do Caetano Veloso. Qualquer semelhança com a diferença entre o minimalismo das missas católicas e a grandiloqüência dos cultos protestantes não é mera coincidência.

   Para terminar, tenho sofrido uma perseguição e uma incompreensão por parte dos protestantes que nunca cheguei a sofrer quando me declarava ser um agnóstico. Creio que a razão principal deve ser porque a maior parte das pessoas nem sabia do que se tratava ser um agnóstico, enquanto o espantalho do Catolicismo está pronto para ser queimado: afinal, não é todo mundo que vai dar-se ao trabalho de estudar os documentos eclesiásticos, a patrologia e a patrística, os textos dos doutores da Igreja etc. Tenho tentado não reagir ao anticatolicismo dos Protestantes com um antiprotestantismo; no entanto, tem sido difícil. Já cheguei a ouvir que "o Diabo está batendo palmas" diante da notícia da minha conversão. Não tinha a noção de que as pessoas fossem tão intolerantes. Sinto-me confortado pelas palavras de Tomás de Kempis:
"Cristo teve adversários e difamadores; e você quer ter todos os homens por amigos e benfeitores seus? [...] Viver pacificamente com pessoas difíceis, e perversas, ou indisciplinadas, é uma grande graça e um feito muitíssimo louvável e corajoso. Não obstante, toda nossa paz nessa vida miserável consiste mais em sofrimento humilde do que em não sentir as adversidades. Seja forte com Cristo, e por Cristo, se você deseja Reinar com Cristo.".
   Tenho constatado na prática o que disse certa feita Pio XII:
"os homens [...] facilmente procuram persuadir-se de que seja falso ou ao menos duvidoso aquilo que não desejam que seja verdadeiro.". 
   As pessoas, infelizmente, estão pouco interessadas na verdade, por mais que saibam que no Cristianismo a verdade é Cristo. Conheço, ainda, muito pouco do Catolicismo se eu for comparar a outras coisas que já estudei: afinal, descobri todo um mundo que nunca havia explorado. Quanto mais estudo, no entanto, mais tenho a certeza de que a Igreja Católica tem sido desde sempre o depósito da fé cristã e que Cristo nunca abandonou a Sua Igreja, mas sempre esteve com ela.

119 comentários:

  1. Você poderia considerar o que as grandes mentes protestantes têm a dizer a respeito, pois fiquei com a impressão de que você tomou sua decisão baseado em um debate assimétrico, que colocou de um lado os grandes intelectuais da tradição romano juntos aos brilhantes Pe. Paulo Ricardo e Olavo de Carvalho e do outro o protestante médio e inculto.

    Vá a uma catedral católica, fique ali algum tempo e compare a quantidade de atenção que Maria e Jesus recebem. Você notará que o nosso Senhor é praticamente deixado de lado e no máximo recebe um aceno condescendente enquanto sua nobre e santa mãe recebe toda a atenção, com dezenas e dezenas de velas e orações.

    Você pode responder recorrendo aos argumentos que o Padre Paulo Ricardo lhe apresentou. Mas, nesse caso, cabe a você perguntar. Todos os católicos têm isso claro? Você acha mesmo que o católico médio faz distinção entre dulia e latria? Creio que não há como discordar que isso induz nossos irmãos mais simples à idolatria e ao abandono da centralidade de Cristo nas nossas vidas.

    Não se deixa enganar, Fábio. Você melhor do que ninguém conhece o que o Professor Olavo de Carvalho tem dito. Estamos em um momento em que os fatos devem receber maior atenção que as doutrinas. E você também pode receber uma resposta e um sinal de Deus. Ore e peça a Ele que lhe mostre o caminho que Ele deseja que você percorra. Abra o seu coração, exponha a sua fé e diga a Ele em oração que você deseja saber por qual caminho você deve seguir.

    Deus lhe responderá e falará contigo pela Palavra. Tenha fé!

    Deus lhe abençoe!

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    1. "Mensgeiro", em primeiro lugar, anonimato é crime no Brasil. Identifique-se da próxima vez. Em segundo lugar, peço, por favor, que você indique uma bibliografia com as tais grandes mentes protestantes porque as desconheço. Veja bem: na minha fala, eu restringia-me aos relatos de ex-protestantes conversos ao Catolicismo e de ex-católicos conversos ao Protestantismo, além de textos de fôlego que tratem o Catolicismo de modo crítico como o de Boettner. É óbvio que de um ponto de vista geral, realmente, há excelentes teólogos protestantes, embora ainda acredite, realmente, que não há um protestante sequer que chegue aos pés de um Tomás de Aquino por exemplo. No século XX, que foi o século ao qual procurei ater-me quando falei de teólogos, não conheço nenhum protestante que supere qualquer um da minha lista. Confesso, entretanto, que realmente seria difícil não dizer que um William Lane Craig não seja uma grande mente, embora não o considere tanto um teólogo, mas um filósofo da religião.

      Já fui a uma catedral católica e, contrariamente ao que você disse, Cristo é o centro a todo momento de qualquer missa. Leia os livros que recomendei do Scott Hahn.

      Esqueci-me de deixar uma coisa clara no meu texto. Não me interessa o que as pessoas que se dizem católicas fazem em nome do Catolicismo, mas me interessa a Doutrina Católica. Se as pessoas não a entendem ou não a estudam suficientemente, não posso fazer nada. Fazer isso com o Catolicismo seria como ver um programa da Igreja Universal na tv e julgar o Protestantismo a partir disso.

      Não seja ingênuo: o que mais fiz durante todo esse tempo foi orar e pedir a Deus direcionamento; inclusive, pedindo intercessão de outros irmãos em Cristo. Já faz um tempo que tenho orado a Deus que eu tenha apenas crenças verdadeiras e que Ele mostre-me quais são aquelas que tenho que são falsas.

      Obrigado pela atenção ao meu blog e pelo comentário.

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    2. Bom, das duas, uma: ou este sujeito nunca viu uma missa na vida, ou ele está simplesmente mentindo, pois Nosso Senhor Jesus Cristo recebe muitíssimo mais atenção nas reuniões católicas do que a Santíssima Virgem que, nas missas, é citada uma ou duas vezes, a não ser quando a missa é em homenagem à mesma. Em pouquíssimas missas reza-se a Ave-Maria, enquanto que os temas, sejam de músicas ou textos, são absolutamente voltados à redenção de Cristo e a misericórdia Divina.

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    3. Márcio, não sei se você chegou a ler o comentário que cheguei a postar aqui, mas no lugar onde tenho de moderar os comentários parecia que você e o tal "Mensgeiro" eram a mesma pessoa. Peço desculpas pela confusão se você chegou a ler o que tinha escrito. Obrigado pelo seu comentário.

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    4. "Mensgeiro", um amigo meu jurista disse-me que o anonimato não é crime no Brasil. Sou uma besta quadrada em Direito, então, não tenho condições de avaliar se o que ele disse está realmente certo; então, confiarei no relato dele, assim como tinha confiado em outra pessoa que tinha dito, certa feita, que o anonimato era crime. Não deveria ter falado sobre algo que não estudei; portanto, desconsidere o que eu disse, embora peça que você identifique-se por gentileza da próxima vez.

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    5. Deus te abençoe Fábio salgado.vc agoea eh um filho de deus eh o filho sa igreja que tem mais de mil anos .eh filho da igreja apostólica romana que provém ..a igreja que deus deixou a mando de Pedro. .isto ej bíblico em matheus cap 16 cersiculos 16 ao 19 onde Jesus diz a Pedro para edificar a igreja ..esta igreja eh apostólica romana que provem dos apóstolos no entanto predro foi o primeiro papa ..e ele esta enterrado em caixao de ouro onde em latim esta escrito aqui estas Pedro. Esta datado com carbono 14 pelos melhores cientistas do mundo e a história sa igreja so se fala de uma. Igreja apostólica romana .Esta é a verdadeira verdade.nao aceitas protestantes que foi fundada por um homicida suicida Martin Lutero um alcoolatra que foi pra im convento pra se livrar sa pena de morte ..pq o mesmo tinha matado em duelo um colefa de estudos seus que era melhor que ele na faculdade de direito .depois disto foi se refugiar em um convento de agustianos para se livrar da pena de morte ..pois la se gozava de asilo civil. O nome do colega que ele matou era geronino buntz.tudo isso eh contado por um doutor ex protestante doutor em teologia e história da Igreja .dietrich e mme .um dos 5 maiores teólogos do mundo .e nos tempos atuais temos outro dr em teologia ex protestante presbiteriano com quase 40 anos de protestantismo .dr Scott ran .esse esta entre os 5 maiores teologos do mundo..e seu amigo comvertido também do protesrantismo que está entre os 8 maiores do mundo dr ton persson esta da ceita vatisra. Do pais mais protestante EUA .se esses doutores em teologia protestante e história da Igreja chegaram a conclusão que a igreja ronana é a verdadeira ..que vem de Cristo ..que provém dos apóstolos .que no ano 313 no império de Constantino os bispos católicos criaram a bíblia muitos foram martirizados e mortos por criar a bíblia .(Constantino nao foi o que fundou a igreja católica e sim que deu o livre arbítrio de culto aos cristãos , ate pq no ano 313 a igreja romana ja estava no seu 32 papas) ,até porqie o apóstolo Pedro foi o primeiro papa crucificado na cruz de ponta cabeça pelo imperador Nero.essa e a história de so uma igreja e nao de milhares de ceitas ..protestantes .covil de lobos .Martin Lutero um suicida e homicida .alcoolatra todo dinheiro que arrecadava dava a banqueiros e a príncipes e reis alemães .que tinham muito interesse em tomar as terras que o império romano tinha naquela região na germânia .isto se tratava de interesse político que os príncipes alemães tinham em cima de Lutero por isso com ajuda de Lúcifer amando de Satanás este tal de Lutero teve esta força isto a mando da força do diabo hoje no Brasil segundo o ibge sao mais de 40 mil pracas de ceitas protestantes .virou comércio total .varias dourri1 errôneas .curandeirismo falso um bando de charlatães transfigurados de cristãos então não pode ser verdade se sao mais de 40 mil ceitas.so pode ser verdade aquela que permanece a mais de 2000 anos a igreja que provem dos apóstolos .isto é biblico. Matheus 16 versículo 16 ao 19 ..meu muito obrigado eu que era um ex protestante que sérvia a ceita do diabo durante 9 anos da minha vida e agora sou católico apostólico romano a igreja que deus deixou na terra a mando de Pedro.

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    6. O fabio salgado ,Desculpa pelo erros de português ,até pq foi a minha ex namorada que digitou ,estava com a minha mão machucada

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  2. Caro Fábio, parabéns pela honestidade intelectual.
    Certamente você já sabe disso, mas apenas porque não mencionou em seu artigo gostaria de destacar aqui: a data de sua primeira conversão, 25 de janeiro, é quando a Igreja comemora a conversão de São Paulo!
    Deus lhe abençoe hoje e sempre!
    Fabiano.

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    1. Não sabia, Fabiano. Que bela coincidência! Obrigado pela informação!

      Abraço!

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  3. Só 4 perguntas:

    1) Você vai se ajoelhar diante de imagens de escultura?

    2) Você vai se confessar com o padre a fim de obter perdão dos seus pecados?

    3) Você vai orar a santos e a Maria, como intercessora?

    4) Você aceitará como normal a transubstanciação?

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    1. José, as suas perguntas são maliciosas e demonstram que você desconhece a Doutrina Católica e que nem se deu ao trabalho de ver os vídeos do padre Paulo Ricardo que indiquei no texto — ou se chegou a vê-los não os entendeu. A minha resposta para as suas quatro perguntas é sim. Tentarei justificar de modo resumido cada uma delas. Dê uma lida neste livro que indiquei no texto do Jaime Francisco de Moura: http://pt.scribd.com/doc/99741755/Religiao-As-Diferencas-Entre-Igreja-Catolica-e-Igrejas-Evangelicas . Vamos lá:

      1)A maioria das vezes, na Bíblia, ajoelhar-se ou prostrar-se significa veneração, homenagem, respeito, saudação, súplica, reconhecimento, humildade e não adoração. Veja 1 Reis 1.16-22; Gênesis 27.29; Gênesis 44.14; 1 Samuel 25.23; 2 Samuel 14.22; Mateus 18.26; Êxodo 18.7; Gênesis 42.6; Números 22.31; 2 Reis 4.37; 1 Crônicas 29.20; Josué 7.6; Atos 16.29.

      2) Sim. Vou confessar ao padre os meus pecados para ser perdoado. Leia o livro que indiquei no texto chamado "Por que confessar-se". João 20.23 diz: "Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados.

      3) Sim. Já oro aos Santos e à Maria como intercessores. Você, definitivamente não viu os vídeos que indiquei do padre Paulo Ricardo:

      http://padrepauloricardo.org/audio/18-a-resposta-catolica-intercessao-dos-santos/

      http://padrepauloricardo.org/audio/20-a-resposta-catolica-culto-aos-santos-e-sua-imagens/

      Sinceramente? Acho que você nem leu o meu texto e só comentou a partir do título.

      4)Eu já aceito a transubstanciação. Veja a página 117 do livro do Jaime que indiquei. Veja o texto de João 6. Não faz nenhum sentido o versículo 66 dizer que muitos discípulos deixaram de seguir a Cristo e que a Palavra de Cristo era, como está no versículo 60, "dura" e difícil de ser suportada. Se o pão e o vinho eram apenas simbólicos, Cristo tinha o dever moral de explicar àquelas pessoas que ele estava falando de maneira metafórica; entretanto, ele enfatiza que a sua carne é "verdadeiramente comida" e o seu sangue "verdadeiramente bebida". Se você estudar a História do Cristianismo primitivo, você verá que uma das acusações correntes que os cristãos sofriam eram a de cometerem canibalismo. Se era apenas uma questão simbólica, não faria o menor sentido eles serem acusados disso.

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    2. Obrigado pelas respostas! Li, sim, seu texto, inteiramente! Como li ontem mesmo, é claro que não houve tempo de ver os vídeos, pois já era tarde! Mas os verei.

      1) Quanto às passagens que falam sobre "prostrar-se" ou "curvar-se", claro que todas ali se referem submissão, respeito, honra, etc. Mas não vi ali, naqueles versículos, nenhuma destas atitudes sendo direcionadas a imagens de escultura! Muito menos como forma de prestação de culto! Coisas estas que vemos claramente, hoje, sendo realizadas pelos membros da ICAR.

      2) Quanto a João 20.23, não está muito claro ali se os pecados referidos são contra Deus ou contra os próprios discípulos! Mas aceitarei que eram pecados contra Deus. Jesus, na passagem citada, dá essa autoridade aos discípulos ali presentes. Quantos eram? Se eram só os doze apóstolos, quem determinou que essa prerrogativa se estendesse aos Papas e Padres? Se não eram só os doze, logo, essa prerrogativa deveria ser estendida a todos os discípulos de hoje também. O que, creio eu, a ICAR não aprova!

      3) Quanto às orações a santos e à Maria, não vi os vídeos, e, como você não citou nenhum trecho bíblico que traga respaldo à prática, não vou me manifestar.

      4) Creio que Jesus não tinha obrigação alguma de explicar que o pão e o vinho eram alimentos representativos da sua carne e do seu sangue, pois a linguagem figurada é clara (assim como quando Jesus afirma ser "a porta")! A oposição, clara, feita por Jesus entre o "Maná" do deserto e o seu "corpo" deixa nítido que um, o "Maná", enquanto material, não podia saciar a fome eternamente, enquanto o "pão" espiritual que desceu do céu, o próprio Cristo, saciava a fome eternamente! O "comer a carne" e o "beber o sangue" são, creio eu, uma representação clara da comunhão constante que devemos ter com Cristo. Comunhão através da oração, do jejum, da Palavra, da obediência e da lembrança constante do seu sacrifício (a ceia!)! Por isso aquela palavra de Cristo ser tão dura, pois a comunhão com Cristo vai contra tudo aquilo que é natural ao ser humano. É um despojar-se por completo de si mesmo! É um "morrer" constante!

      Outro fato interessante é que Jesus afirma, em João 6. 56 e 57, que "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim.". Acho que está claro que a comunhão de Jesus com o Pai, não é baseada em alimentação material. Assim como a nossa "permanência" e "viver por Cristo" também não estão baseados em se alimentar materialmente, mas sim em uma alimentação espiritual constante!

      Quanto à acusação de canibalismo, não se esqueça que muitos, erroneamente, acusam a ICAR de ter matado MILHÕES na Inquisição! Quando, na verdade, sabemos que a mesma não matou sequer uma centena de pessoas, menos até que a própria "Inquisição" protestante! Possivelmente uma acusação absurda, sem fundamento!

      Abraços e fique com Deus!

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    3. {2) Sim. Vou confessar ao padre os meus pecados para ser perdoado. Leia o livro que indiquei no texto chamado "Por que confessar-se". João 20.23 diz: "Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados} (Fábio Salgado)

      Fábio, não creio que o texto de João apoie esta ação, visto que somente Deus pode conhecer o coração do homem, e portanto, somente ele pode conceder o perdão.

      "Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração." (1 Sm 16:7)

      As escrituras nos revela que Cristo tem o poder de perdoar os pecados.

      “Deus com sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados” (Atos 5:31)

      Deus designou alguém para tal ação, sendo Cristo incumbido desta ordenação. Não vejo outros textos que evidenciam um poder especial dos apóstolos para realizar essa tarefa.

      Acredito que o texto indica um dos papéis dos apóstolos, o qual permitia que os apóstolos perdoassem ou não os pecados de alguém que já havia confessado a Deus, a fim de permitir que esse membro fosse restabelecido no corpo. Digo assim, mediante os problemas futuros que eles iriam enfrentar, pessoas que estariam "atreladas" ao corpo mas com uma vida em pecado perante o Senhor. Muitos chegariam a eles com confissões de má fé (somente de fachada) e seria o dever deles analisar esses casos, como ocorreu com Paulo, quando ele soube do caso de corinto.

      Seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus. (1 Co 5:5)

      Neste texto, Paulo exclui o membro e o entrega a satanás, ao mesmo tempo Paulo está entregando este homem ao juízo divino.

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    4. José, veja os dois vídeos que indiquei:

      http://padrepauloricardo.org/episodios/intercessao-dos-santos

      http://padrepauloricardo.org/episodios/culto-aos-santos-e-suas-imagens

      Eu procurei indicar leituras no meu texto precisamente para não ter o trabalho de ter de explicar todas as doutrinas da Igreja Católica. Infelizmente, não tenho tempo para fazer isso com todos que levantam objeções. Procure ler os textos que indiquei. Se restar dúvidas, aí posso tentar ajudá-lo. Dê uma lida neste texto do Patrick Madrid que traduzi:

      http://pt.scribd.com/doc/156429810/Voce-escutou-alguem-dizendo-que-catolicos-adoram-estatuas-Patrick-Madrid

      A questão da sucessão apostólica, assim como todos os seus questionamentos são discutidos e respondidos nos textos que indiquei.

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    5. Giulliano, como disse no meu texto, não acho, sinceramente, que seja produtivo ficar discutindo sobre a interpretação de textos com protestantes. De onde você tirou que o texto de João não apóia a interpretação que indiquei? Da sua cabeça? Lendo o texto livremente?

      Discutir dessa maneira será como discutir com os calvinistas: eles têm as interpretações deles e ficarão com elas. Para você entender o que um texto diz, você tem de apelar àquilo que a Igreja sempre entendeu do texto desde o seu início e isso se baseia da Tradição e no Magistério.

      De qualquer forma, repito o que disse ao José. Leia os textos que indiquei: eles respondem a todas as suas objeções. Se eu tiver de repetir para cada pessoa aqui o que já está nos livros que indiquei, não farei mais nada.

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    6. Fábio, eu tirei da mina cabeça msm! Tenho respaldo bíblico para livremente poder interpretar livremente o texto:

      "E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis." (1 Jo 2:27)


      Não há nenhum mediador que primeiramente deva interpretar o texto e eu seja obrigado a engolir a interpretação. É claro que posso obter ajuda através de referências teológicas para fundamentar o meu argumento, mas isso não é obrigatório. O apelo à literatura e/ou autoridade é uma falácia. A minha argumentação somente necessita ser válida e verdadeira.

      Esse negócio de: leia primeiramente todos os volumes das institutas, do cânone de Dort, da confissão de Westminster, do catecismo católico romano...e etc, não cola. Basta que eu saiba demonstrar o meu argumento baseado na principal referência, a saber, a Bíblia.

      Falando do Sola Scriptura, vou descrever em poucas palavras uma tese da "minha cabeça" em sua defesa. Vou utilizar o que chamo de critério da NECESSIDADE e fazer a seguinte pergunta:

      Os ensinos Bíblicos contidos nos livros canônicos são suficiente para que um cristão alcance a plenitude?

      Se a resposta for sim, qualquer outra coisa que seja acrescentada como forma de se alcançar a plenitude cristã, e aqui não entro nos detalhes sobre a plenitude, só pode ser desnecessária.

      Portanto, um católico deve mostrar que o cânon bíblico não é suficiente para o ensino cristão para então mostrar a validade do acréscimo nas tradições apostólicas.

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    7. Giulliano, você está tão obcecado por interpretar as Escrituras livremente para defender o seu ponto que você não se deu ao trabalho nem de procurar o que os próprios protestantes dizem sobre a passagem que você interpretou de maneira absurda.

      É bom que você resolva dar-se ao trabalho de ler a Bíblia toda porque acho que você não leu os seguintes versículos:

      "Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ENSINANDO-OS a obedecer a tudo o que lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.". [Mateus 28.19-20]

      "Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, MESTRES; depois, os que realizam milagres, os que têm dons de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas." [1 Coríntios 12.28];

      "E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e MESTRES" [Efésios 4.11];

      "Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ENSINEM e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração." [Colossenses 3.16]

      "Ordene e ENSINE estas coisas." [1 Timóteo 4.11]

      "E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ENSINAR outros." [2 Timóteo 2.2]

      "Ao servo do Senhor não convém brigar, mas, sim, ser amável para com todos, apto para ENSINAR, paciente." [2 Timóteo 2.24]

      Você verá que os dois versículos que usam a palavra "mestres" usam, no original, a palavra grega "didaskalous". Se você consultar um dicionário, você verá que a palavra significa "aquele que ensina". Veja o comentário da Bíblia de Estudo NVI, que é uma Bíblia protestante:

      "Como a Bíblia constantemente apóia o ensino, João não está excluindo os mestres humanos. Na ocasião em que escreveu, no entanto, os mestres gnósticos estavam insistindo em que a doutrina dos apóstolos devia ser suplantada pelo 'conhecimento superior' que os alegava possuir. A resposta de João: o que aos leitores tinha sido ensinado debaixo do ministério do Espírito mediante os apóstolos era não somente satisfatório, mas também a única verdade fidedigna.".

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    8. Giulliano, você não se deu nem ao trabalho de ler os versículos imediatamente anteriores:

      "Quanto a vocês, cuidem para que aquilo que ouviram desde o princípio permaneça em vocês, vocês também permanecerão no Filho e no Pai.".

      Como vocês acham que eles ouviram coisas "desde o princípio" se não foi pelo ensino? Misericórdia, Giulliano! Isso é muita desonestidade. Você leu algum texto que eu indiquei na bibliografia do meu texto? É claro que não leu e estudou nada porque nem a Bíblia toda você deve ter lido pra dar uma interpretação tão grosseira de uma passagem desconsiderando todo o resto da Bíblia.

      Giulliano, as falácias são meu tema de mestrado. Gostaria de saber qual foi a literatura que você já estudou sobre o assunto. Cite-a por favor. É claro que você nunca estudou nada porque todo mundo hoje que estuda o assunto sabe que as falácias são contextuais. Como você quer reclamar de um argumento de autoridade no âmbito religioso? Isso é o cúmulo do absurdo! É como alguém no Antigo Testamento acusar um profeta de que ele era falacioso por estar falando em nome de Deus. Faça-me o favor.

      Meu caro, continue então sem estudar, falando asneiras. Já ouviu falar em "status quaestionis"? É claro que não. Por que eu ainda pergunto?

      Quanto à sua questão, sobre a "plenitude cristã", não preciso do Catolicismo pra responder a bobagem que você está dizendo. Já leu 1 Coríntios 13.12? "Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho, mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei PLENAMENTE, da mesma forma como sou plenamente conhecido.". A nossa plenitude não será aqui, meu caro; então, a resposta é NÃO.

      Entenda uma coisa: a Bíblia saiu da Tradição e não o inverso. Foi a Igreja que compilou as Escrituras que você tem nas suas mãos. Muito antes de ela ser compilada e mesmo escrita, a Tradição já estava em jogo.

      Outra coisa: se você faz tanta questão de que a Bíblia seja suficiente para tudo. Onde está a "Sola Scriptura" na Bíblia. Mostre aí onde está isso nas Escrituras.

      A maior prova de que o cânon bíblico por si só não é suficiente para o ensino cristão é você mesmo e as barbaridades que você faz com as Escrituras. Para terminar, dê uma lida em 2 Tessalonicenses 2.15: "Portanto, irmãos, permaneçam firmes e APEGUEM-SE ÀS TRADIÇÕES que lhes foram ensinadas, QUER DE VIVA VOZ, que por carta nossa.".

      Obs.: a tradução dos textos que utilizei foi a NVI.

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    9. Admiro vocês por ainda se disporem a perder tempo discutindo com crentes do naipe desse tal de José Ricardo. Esses cretinos entram em blogs católicos com seus deboches e a sua eterna disposição para servir ao diabo; citando o Sagrado Livro, o qual eles não tem a menor ideia de onde veio ou como foi consolidado em suas bases teológico-filosóficas; achando que por sua pregação sebosa todos nós nos encaminharemos em massa para sua seita satânica, seja ela qual for. Por mais que eu tente ter paciência já não consigo mais ofertar a esses desencaminhados outra resposta caridosa que não seja: "vai procurar sua turma!".

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    10. Rodeou...rodeou e não explicou nada Fábio!

      2 Tessalonicenses 2.15: "Portanto, irmãos, permaneçam firmes e APEGUEM-SE ÀS TRADIÇÕES que lhes foram ensinadas, QUER DE VIVA VOZ, que por carta nossa."

      Seguir as tradições apostólicas meu caro! Somente elas...

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    11. Paulo Ricardo, haja paciência mesmo.

      Giulliano, depois de tudo que escrevi, você diz que eu só me utilizei de rodeios? Não adianta discutir contigo. Não respondo mais nada que você escrever.

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    12. Antes de mais nada, parabenizo o Fabio Salgado por compartilhar tantos ENSINAMENTO. Fiquei feliz ao ver tanta dedicação em aprofundar seu conhecimento e compartilhá-lo.

      As opiniões compartilhadas, desde que respeitosamente, são, certamente, uma ótima maneira de ENSINAR e APRENDER.


      Se, de fato, queremos nos apegar às TRADIÇÕES que nos foram ENSINADAS (2 Tessalonicenses 2.15), conforme a vontade de Deus, que isso seja feito com o exemplo de Cristo: manso e humilde de coração.

      Digo isso, especialmente, ao colega Paulo Ricardo Costa, pois "amar o próximo" é mais fácil do que amar o inimigo. No entanto, não é isso que Jesus nos ensina em Mateus 5: 43-46.

      Assim, antes de se preocupar com o cisco nos olhos do teu irmão, devemos reparar na trave que temos nos nossos.

      Digo isso porque as críticas proferidas pelo irmão que mencionei não condizem com o comportamento manso e humilde de coração.

      Paz de Cristo aos irmãos.

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    13. Êxodo, Capítulo: 25
      22. Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos QUERUBINS que estão sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas.”


      Josué, Capítulo: 7
      6. Josué rasgou suas vestes e PROSTROU-SE com a face por terra até a tarde diante da ARCA DO SENHOR, tanto ele como os anciãos de Israel, e cobriram de pó as suas cabeças.



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  4. Caro Fabio, vc nao sabe o quanto fiquei feliz ao ler o seu testemunho acerca da sua conversao ao catolicismo. Pra falar a verdade perdi foi o sono ao ver tantas semelhancas entre o seu processo de conversao e o meu que ainda esta pelo meio do caminho. Tbm ja fui protestante, mas no momento estou caminhando cada vez mais em direcao a Roma, embora eu ainda esteja no comecinho dos estudos. Ainda nao decidi assistir a minha primeira missa pq julgo necessario um aprofundamento maior da doutrina catolica e quero lhe dizer que vc simplesmente surgiu na hora certa ao indicar uma bibliografia mais extensa de que tanto necessito. Obrigado pela contribuicao meu irmao. Um forte abraco.

    ps. escrevi sem acentuacao pq meu teclado esta desconfigurado

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    1. Obrigado pelo comentário, Ely. Conte com as minhas orações. Os dois livros do Scott Hahn que indiquei ajudam muito no entendimento da Missa. Abração!

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    2. Meu Caro recomendo que leia o 1° Catecismo Romano 2° Oração de Santo Afonso 3° Alma de Todo o apostolado 4° Imitação de Cristo e por último 5° Filotéia, também outros livros como Documentos sobre a Bíblia e sua interpretação, no caso a legítima interpretação, explica corretamente lá, em II São Pedro Capitulo 1,20 Refuta a ideia protestante de querer interpretar a Bíblia, diz claramente "Antes de tudo sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal." Ide cor Jesu Semper."

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    3. Recomendo também a assistir a Missa de Sempre, a Santa Missa de Sempre.

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    4. Gabriel, já li os livros que você recomendou. Quanto à "missa de sempre", a expressão é incorreta. A missa tridentina não é e nunca foi a "missa de sempre". Houve mais mudanças para que chegássemos a ela do que entre a tridentina e o rito de Paulo VI.

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  5. "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja.." Jesus Cristo (mt 16,18

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  6. Prepare-se para ser servetado, Fábio! Hahaha!

    Não vou escrever nada de especial, porque para todos os efeitos (e acho que muitos já devem saber), eu não desconsidero os católicos, pelo contrário, ainda estou para ver alguém entre os evangelicais com a mesma desenvoltura de Santo Tomás de Aquino e a Escolástica Católica. Talvez, com paciência e mais tempo, eu fale disso...

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    1. Quando falar sobre isso, mande-me o texto. Estou preparado, mas sem paciência: as pessoas nunca estudaram nada, lêem o texto e já vêm criticar e fazer objeções aqui. Isso é de uma desonestidade sem limites.

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  7. Parabéns pelo texto. Excelente e com fontes primárias. Repare que os evangélicos, quando tentam criticar, nunca citam fontes primárias. Ficam apenas no campo da falácia ad hominem. O Cardeal Newman, ex-protestante, aliás, estava certo ao dizer que "aprofundar-se na história (estudo) é cessar de ser protestante".

    Pedro.

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    1. Pedro, nunca achei um texto sério de um protestante criticando a Igreja Católica. Os próprios títulos usando termos como "Babilônia" etc. já mostram a palhaçada. Newman está na minha lista de leituras para as férias. Abraço e obrigado pelo comentário.

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  8. Meu prezado, o que vc diria a um pastor que está simplesmente convicto da total inexistência de coerência e sentido no protestantismo? e que por isto sua comunidade não se denomina evangélica?

    esta comunidade inteira deve passar a ser católica? o que significa isto em termos de AUTORIDADE? ir até o bispo? fazer o que? qual é o rito ou o caminho?

    Me refiro a mim só a primeira parte... sei que muitos hoje, colegas, já pensam assim também, sei tb que vc não é um pastor, ou ex-pastor (salvo engano), e nem sei como a Igreja Católica lida com isto. Há mt pastores estudando em seminários católicos, e alguns até se confessando - falo sério!

    E então? Concordo ipsis literis quanto à fé evangélica - inconsistente, incoerente, etc. Estive conversando com um diretor de seminário europeu, calvinista com 8 doutorados, e questionei-o de forma singela:
    1) o que liam Lutero e Calvino? A patrística? e como a literatura evangélica os abandonou, uma vez que eles fizeram a reforma baseada nesta literatura????
    2) eles inauguraram o princípio da cisão, e são os responsáveis por toda consequente divisão. Na Igreja Católica só tem uma porta - se vc sair por ela, tem que voltar por ela. Entre os evangélicos é o contrário: eu não concordo com vc, eu sigo minha conviccção. Vivemos o reinado das convicções subjetivas pessoais.
    O DIRETOR ENTÃO CONCORDOU IMEDIATAMENTE, E ESTABELECEU O ESTUDO DA PATRÍSTICA COMO PRIORIDADE DA ESCOLA.
    (é claro que resumi a conversa, pois leio a patrística há tempos... e o papo foi mt longo).

    e ENTÃO? Como é ser católico sendo pastor evangélico? é implodir-se????

    Obg

    NILS ALBERTO BERGSTEN
    http://www.youtube.com/100Rodeios

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    1. Nils, muito obrigado pelo seu comentário. O Scott Hahn, que eu menciono no texto, era pastor. Hoje, ele é apenas, até onde eu sei, um professor de Teologia em universidade dos Estados Unidos. Recomendaria que você tentasse falar com ele: http://www.scotthahn.com/ . Conheço pessoas que tentaram contato com ele e que tiveram respostas no mesmo dia.

      Muito complicada, realmente, a sua situação. O fato de que uma comunidade que era protestante creia que não há coerência e sentido no Protestantismo não é uma razão suficiente para que ela seja católica, uma vez que ela pode ser muçulmana, budista etc. . Eu teria de ter mais informações sobre as crenças de vocês. Se vocês reconhecem a autoridade da Igreja Católica, sinceramente, não saberia o que vocês deveriam fazer para ter um reconhecimento da Igreja Católica. Posso tentar tirar essa dúvida com os padres que conheço e dou um retorno.

      Não sou e nunca fui pastor. Quanto ao sujeito que tem 8 doutorados, hoje em dia, títulos acadêmicos costumam ser atestado de incompetência infelizmente.

      O livro do Scott Hahn, "Todos os caminhos levam a Roma", menciona outros pastores que se tornaram católicos, mas não saberia dizer, infelizmente, qual seria o procedimento.

      Abraço.

      Obs.: meu e-mail é fabiosalgado@gmail.com

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    2. Nils, falei com o padre Rafael e ele deu-me a seguinte resposta:

      "A resposta seria mais ou menos esta. A admissão na Igreja Católica evidentemente é individual, no sentido em que requer a manifestação de vontade de cada um dos que pretenderem ser admitidos. Mas não há dúvida que muita coisa pode ser facilitada no caso de ser todo um grupo que pretende aderir à nossa Igreja.
      Se o seu amigo gostar da ideia, eu teria um grande prazer em conversar com ele para estudarmos juntos o modo de viabilizar a adesão dos membros da sua comunidade à fé católica. Se ele concordar, creio que seria também muito interessante que conversasse com D. José Aparecido, o novo bispo auxiliar de Brasília, que é muito amigo meu e que tem grande experiência em questões desse tipo, podendo portanto ajudar-nos a encontrar o melhor caminho

      Um forte abraço
      Pe. Rafael"

      De onde você é? Entre em contato comigo pelo meu e-mail:
      fabiosalgado@gmail.com

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    3. Fábio,
      Belo testemunho! Que sirva de lição não só para protestantes, mas para tantos católicos que tem apenas o status.

      Quanto ao amigo acima, se a profissãodele é ser pastor, infelizmente a conversão para o catolicismo não o dará um cargo com remuneração, afinal todos os que servimos, fazemos voluntariamente. Nesse caso, cabe um recomeço, ou seja, uma nova profissão/formação, o que dependendo da idade e se há dependentes, se torna mais difícil. Mas Deus abençoa o esforço, então sua conversão o encorajará a um novo começo.

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  9. Fábio, tudo bem? Também sou ex-protestante. Fui pentecostal e batista. O relativismo e confusão doutrinal protestante me levou ao agnosticismo com pitadas de ateísmo. Isso quase me destruiu. Hoje sou católico graças a Deus e me identifiquei com seu texto. Também cheguei ao Padre Paulo pelo Olavo. Também fui estudar história da Igreja e patrística. Enfim... meus pais são ex-católicos protestantes. Por causa da degeneração das igrejas eles não estão indo mais. São os famosos "cristãos sem igreja, quem precisa delas afinal?"

    Será que você pode me recomendar um livro simples, didático, tocante sobre a fé verdadeira para recomendar para meu pai ler? Duvido muito que ele leia mais de um. Por isso preciso só de um. No seu texto você cita o "A fé explicada" - Leo J. Trese . Seria esse suficiente para mexer com um protestante e dar uma direção para a verdadeira Igreja?

    - Thiago

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    1. Thiago, obrigado pela sua mensagem. O livro do Trese é muito bom para entender o Catecismo de uma maneira bem geral. Ele explica vários conceitos da teologia católica de maneira bem simples, sempre dando ótimos exemplos e analogias; no entanto, ele não é um livro apologético, mas é mais um livro para quem já é católico ou está iniciando-se no Catolicismo. Para o que eu entendi da sua situação, eu recomendaria o livro do Jaime Francisco de Moura porque ele pega vários pontos do Catolicismo e mostra as explicações bíblicas e históricas para defendê-los. O livro do casal Hahn é muito bom para a pessoa começar a conceber que o Catolicismo pode ser verdadeiro realmente, mas ele é apenas um relato da conversão dos Hahn. Ele não se aprofunda muito na discussão doutrinária. Abraço!

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  10. Ótimo o seu texto. Sou de família protestante. Minha mãe sempre foi protestante, ela e sua família, já o meu pai vem de família católica mas se tornou protestante. Como você diz no seu texto, existe um preconceito no meio protestante muito grande aos católicos e é levado pela total ignorância dos costumes da Igreja Católica. Meu pai, que hoje é presibítero em uma Assembleia de Deus, é professor da classe dos obreiros na Escola Dominical e eu sempre vi ele como conhecedor da palavra de Deus. Mas ele, que justamente era o católico, é o mais anticatólico da família. Desde o ano passado comecei a me interessar cada vez mais pela Igreja e sua história. Já acompanho o sr. Olavo há um bom tempo e passei a acompanhar o Pe. Paulo há um bom tempo também. E posso dizer que com a leitura e conhecimento que tenho adquirido acerca da Igreja a minha certeza de que acreditava em um verdadeiro equívoco é cada vez mais forte.

    Também sou de Brasília e admiro muito a sua determinação e disposição em ler e conhecer mais sobre a história e doutrinas da Igreja. É como dizem, quem conhece verdadeiramente o Cristianismo dificilmente consegue negá-lo. E é assim que me sinto atualmente. Por fim, queria que você me recomendasse dentre essa bibliografia que o sr. citou no texto alguns livros considerados "básicos" para que eu possa ler e a partir daí seguir sozinho. Desde já agradeço e parabéns pelo texto e pela escolha.

    Abraço,

    Lucas Fernandes Aguiar
    lucas.fernandes.df@gmail.com

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    1. Lucas, muito obrigado pela seu comentário. Procure tudo o que o Scott Hahn já escreveu e publicou. Ele é muito bom mesmo. Você lê em Inglês? Comece a estudar o Catecismo da Igreja Católica junto com "A Fé Explicada": você terá uma boa visão panorâmica. Os livros do Jaime de Moura são muito bons. Você pode encontrar alguns ebooks para comprar aqui: http://www.clubedeautores.com.br/books/search?utf8=%E2%9C%93&what=jaime+francisco+de+moura&sort=&commit=BUSCA . Antes de ler livros apologéticos é bom você tentar primeiro aprender um pouco da Doutrina Católica.

      Abraço!

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    2. Obrigados pela resposta! Leio inglês sim. Muito obrigado pela atenção e pelas dicas.

      Abraço,

      Lucas.

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    3. Em Inglês, procure o "Reasons to believe" do Scott Hahn; o "Catholicism: a journey to the heart of the faith", do Robert E. Barron, que, segundo o Scott Paine, é o padre Paulo Ricardo americano; "The Spirit and Forms of Protestantism", do Louis Bouyer; "Catholicism and fundamentalism", do Karl Keating e "The Catholic Verses: 95 Bible Passages that Confound Protestants", do Dave Armstrong, que possui muitos livros que poderão ajudá-lo. O professor Paine emprestou-me um que ainda não li chamado "This is Catholicism", do John Walsh, que é bastante introdutório; no entanto, dei uma lida em alguns trechos e pareceu-me interessante. Acima disso tudo, leia o Catecismo e os documentos da Igreja, principalmente dos concílios ecumênicos. Abraço!

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  11. Prezado Fábio, que maravilha.

    Converti-me, também sob a influência do Olavo, há 9 anos, mas minha antiga crença era essa pasta informe e hermafrodita entre agnosticismo total e materialismo ralo, passada de modo omnipresente na cultura moderna sob o rótulo de “educação”, misturado com citações de fórmulas da física moderna e teoremas de lógica. Em suma, tudo o que hoje em dia tem em tipos como Richard Dawkins e Stephen Hawking seus máximos pastores. A única culpa da qual sempre estive isento é o marxismo, mas acreditava que meu diploma de PhD em física teórica e meus estudos na área legitimariam minha busca por uma espécie de púlpito acadêmico-midiático desde o qual passaria a cagar regras para todo o mundo. (Olhando à distância, hoje, o que eu achava que tinha para ensinar aos outros, o "cagar" soa quase literal...)

    O que tenho feito desde que percebi-me um leviano em questões sobre as quais nada entendia é freqüentar os sacramentos da Igreja e aprofundar meus estudos na minha área de formação. Sabe por quê? Porque descobri em padres - isso, padres!- e leigos católicos (obviamente o Olavo foi a porta de entrada, sendo ele mesmo uma das principais inspirações) um conhecimento maior SOBRE O OBJETO DE ESTUDO DA MINHA ÁREA do que o dos mais de 100 prêmios Nobel. Claro, preciso qualificar essa afirmação: só um jumento diria que o Olavo ou o William Wallace, OP, sabem mais mecânica quântica do que Bohr, Heisenberg, Schrödinger ou Leggett; ou que Étienne Gilson saiba mais do que Einstein ou Penrose de relatividade; não é isso.

    O que digo é o seguinte: pergunte a um físico profissional (ou busque na obra dos maiores) qual é o objeto de estudo da física. Ou, procure por alguma pista do que seja a tão divinizada ‘matéria’. Se algum deles não meter os pés pelas mãos na terceira frase e conseguir mencionar mais que aquela vaga impressão popular, citando, com conhecimento de causa, pelo menos uma das mais de uma dúzia de características elencadas por Sto. Tomás de Aquino sobre a matéria – puxa, já podemos considerá-lo um scholar da interdisciplinaridade. Nisso aí – repare bem: nisso aí!- todos os principais físicos e matemáticos modernos são uns analfabetos completos. E, veja, não são perguntas alheias ao seu objeto de estudo, são perguntas que vão direto ao assunto.

    Eles não querem saber disso? Pois eu quero, e posso tentar integrar o conhecimento deles num campo de visão mais inteligível, do qual eles desistiram. Ao estudarmos o novo sob a luz do antigo - e, quando possível, do eterno-, descobrimos algumas pérolas e honramos nossa mãe Igreja. Ela pensa e age pensando nos séculos; já o resto depende dos holofotes do momento e vão passar – na verdade, só o que sobrará deles é a memória que deles a Igreja guardar.

    Tenho tentado dar ouvidos à advertência de Husserl quando diz, com razão: “Não há nada contra o qual sejamos tão severos quanto contra erros que acabamos de abandonar." Não digo isso porque eu tenha detectado em ti qualquer sombra de obsessão quanto ao protestantismo; ao contrário, digo-o exatamente por ter detectado em ti o mesmo espírito que animava Husserl. Busquemos o que há de luz e verdade ali nos erros passados e exponhâmo-lo em candeeiros para maior glória de Deus e edificação da Igreja. O que for cinza, isso o vento leva.

    Forte abraço em Cristo,
    Raphael De Paola

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    1. Raphael, muito interessante o seu testemunho. Só fui entender o que eu fazia quando estudava Física na Filosofia. Obrigado pelo comentário. Abração!

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  12. Fala Fábio!

    Aqui é o João Marcos que estudou com você na física.
    Fui Criado simultaneamente nas igrejas católicas e calvinistas e ao ficar mais velho fiz a escolha por fé pela a doutrina reformada, mas continuo indo às missas com a minha mãe de vez em quando.

    Lendo seus textos recentes sobre as suas críticas ao protestantismo me deparei com a círitca ao sola scriptura e confesso que sou até mesmo favorável a esta crítica. Até mesmo porque todo escrito passa primeiro pela nossa semiótica embutida na nossa interpretação, qual método deve ser escolhido? OICA, Histórico-Crítico, hitórico gramatical, dentre outros. Gostaria então de lhe perguntar qual é o método de interpretação usado pela igreja católica?

    Também vendo os vídeos recomendados do Padre Paulo Ricardo (que eu também gosto muito) surgiram algumas outras dúvidas.
    Uma delas é em relação ao livro de Sabedoria e a iconoclastia. Eu particularmente gosto do livro de sabedoria, principalmente pelas suas profecias messiânicas necessárias para a compreensão do evangelho de João (os livros deuterocanônicos nas igrejas calvinistas só não são considerados inspirados, mas não são considerados como hereges e é recomendada a leitura destes assim como o didaquê e os livros dos pais da igreja). Mas a pergunta é como conciliar a oração e a oferenda às estátuas com o final do texto de sabedoria 13. Note que eu não sou totalmente contra a iconoclastia, mas contra a veneração de imagens, estátuas e pinturas. Sou a favor da veneração da vida, das atitutes e dos ensinamentos corretos dos santos (sejam eles de qualquer denominação) assim como a igreja reformada também é a favor desta veneração (venera-se lutero, calvino, john knox, dentre outros nas igrejas reformadas)

    As outras dúvidas é com relação ao cânon.
    Como tomar como inspirado o livro de II Macabeus se no capítulo 15 versos 37 e 38 parece que o autor não está muito certo de que realmente tinha cumprido a missão dada por Deus de registro dos acontecimentos, enquanto os outros livros em que não há discussão sobre a sua inspiração os autores atestam sempre com veemência a sua autoridade?

    O Padre Paulo Ricardo também atesta que a septuaginta é tomada inteiramente como inspirada pelo fato de os apóstolos terem a utilizado por esta já estar no grego, mas tomando o mesmo princípio, o livro de Enoque deveria ser tomado como inspirado pois no livro de Judas temos uma citações ao livro de Enoque. Porque não considerar o livro de enoque como inspirado também?

    última dúvida: a doutrina do Padre Molina sobre predestinação e livre-arbítrio foi aceita pela igreja católica ou é tida como herege?

    Não tome minhas perguntas como maliciosas. Somente gostaria de solucionar algumas dúvidas que surgiram ao ler os seus post.

    Eu dou graças a Deus pela igreja católica e ortodoxa, por terem protegido e guardado os escritos sacros, pela defesa de valores cristão dentro das igrejas, posso não concordar com a igreja católica, mas reconheço sua importância dentro do cristianismo. Acho que brigas entre denominações não levam a engrandecimento na fé (exceto quando a diferença doutrinária leva à apostasia ou blasfêmia) e gostaria muito de ver esforços do papa Francisco no ambito de aproximação das igrejas reformadas, uma vez que somente alguém humilde como ele poderia reatar a completa comunhão.

    Agora o seu termo "segunda conversão"? não seria mais adequado "mudança doutrinária"? Até onde eu sei a igreja católica também não aceitaria tal termo, pois conversão é única e segundo o concílio do vaticano II todas as denominações protestantes estão em comunhão com a igreja católica, ainda que esta comunhão seja imperfeita

    Que Cristo te dê a paz no seu caminho na sua doutrina e por favor ore também pelas igrejas reformadas assim como nós oramos pela igreja católica e pela JMJ

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    1. João, muito obrigado por privilegiar o meu blog e pelo seu comentário. Peço desculpas pela demora. Como foram muitas perguntas que não seriam respondidas rapidamente, não pude responder assim que vi o seu comentário. Interessante a sua situação de ser criado nas igrejas católica e calvinista. Meu pai foi católico durante anos. Vi-o batizando-se na igreja batista quando era criança. Confesso que não entendo como você pode aceitar as críticas que mencionei sobre a “Sola Scriptura” sem deixar de ser um protestante: creio que aceitar as críticas que eu citei implica necessariamente um abandono do Protestantismo. Por isso, muito antes de eu estudar mais detidamente a Doutrina da Igreja Católica já sabia que não poderia ser mais protestante. Quanto ao que você falou sobre todo escrito passar pela nossa “semiótica embutida na nossa interpretação”, lembrei-me da seguinte passagem do livro do Dave Armstrong intitulado “The catholic verses: 95 Bible passages that confound protestants”:

      "No one comes to the Bible as a completely impartial and objective observer or reader. We all approach it, whether consciously or unconsciously, with some sort of preexisting theology, or at least a disposition toward a certain viewpoint. It is impossible not to do this. It is part of the very nature of the thinking process.”.

      Quanto ao método a ser escolhido, recomendo que você leia um documento publicado no início da década de 90 pela Pontifícia Comissão Bíblica chamado “A interpretação da Bíblia na Igreja” (http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html). O documento responde em detalhes o seu questionamento.

      Quando você fala de “igrejas calvinistas”, confesso que não sei bem do que você está falando, uma vez que há calvinistas de toda estirpe. Os fatos que você mencionou sobre o tratamento dos textos deuterocanônicos e sobre a veneração de alguns personagens históricos são unanimidades entre os calvinistas? Apenas para mencionar um exemplo, um presbiteriano calvinista é muito diferente de um batista reformado em várias questões. A mais óbvia concerne ao entendimento acerca do batismo.

      Quanto ao texto de Sabedoria 13, cuidado com os textos-prova (http://credulo.wordpress.com/2012/03/03/traducoes-credulas-o-problema-com-textos-prova/). Muitas vezes, em discussões com amigos meus, eles liam um texto para provar um determinado ponto sem explicar como estavam interpretando o referido texto. O que acontecia era que eu lia o texto e, simplesmente, via problema nenhum. Se você pergunta como conciliar o texto de Sabedoria 13 com a oração e oferenda às estátuas, você está partindo do pressuposto de que a Igreja Católica defende a oração e a oferenda às estátuas. Quanto a isso, você está equivocado. Veja o que diz o Catecismo da Igreja Católica nos parágrafos 1159 a 1162 do capítulo segundo da primeira secção da segunda parte intitulada "A Celebração do Mistério Cristão" (http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s1cap2_1135-1209_po.html):

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    2. “AS SANTAS IMAGENS

      1159. A imagem sagrada, o «ícone» litúrgico, REPRESENTA PRINCIPALMENTE CRISTO. Não pode representar o Deus invisível e incompreensível: foi a Encarnação do Filho de Deus que inaugurou uma nova «economia» das imagens:

      «Outrora Deus, que não tem nem corpo nem figura, não podia de modo algum, ser representado por uma imagem. Mas agora, que Ele se fez ver na carne e viveu no meio dos homens, eu posso fazer uma imagem daquilo que vi de Deus [...] Contemplamos a glória do Senhor com o rosto descoberto»(33).

      1160. A iconografia cristã transpõe para a imagem a mensagem evangélica que a Sagrada Escritura transmite pela palavra. Imagem e palavra esclarecem-se mutuamente:

      «Para dizer brevemente a nossa profissão de fé, nós conservamos todas as tradições da Igreja, escritas ou não, que nos foram transmitidas intactas. Uma delas é a representação pictórica das imagens, que está de acordo com a pregação da história evangélica, acreditando que, de verdade e não só de modo aparente, o Deus Verbo Se fez homem, o que é tão útil como proveitoso, pois as coisas que mutuamente se esclarecem têm indubitavelmente uma significação recíproca» (34).

      1161. TODOS OS SINAIS DA CELEBRAÇÃO LITÚRGICA FAZEM REFERÊNCIA A CRISTO: TAMBÉM AS IMAGENS SAGRADAS DA MÃE DE DEUS E DOS SANTOS. DE FACTO, ELAS SIGNIFICAM CRISTO QUE NELAS É GLORIFICADO; manifestam «a nuvem de testemunhas» (Heb 12, 1) que continuam a participar na salvação do mundo e às quais estamos unidos, sobretudo na celebração sacramental. Através dos seus ícones, é o homem «à imagem de Deus», finalmente transfigurado «à sua semelhança» (35), que se revela à nossa fé – como ainda os anjos, também eles recapitulados em Cristo:

      «Seguindo a doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres e a tradição da Igreja Católica, que nós sabemos ser a tradição do Espírito Santo que nela habita, definimos com toda a certeza e cuidado que as veneráveis e santas imagens, bem como as representações da Cruz preciosa e vivificante, pintadas, representadas em mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre as alfaias e vestes sagradas, nos muros e em quadros, nas casas e nos caminhos: e tanto a imagem de nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, como a de nossa Senhora, a puríssima e santa Mãe de Deus, a dos santos anjos e de todos os santos e justos» (36).

      1162. «A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração. É uma festa para os meus olhos, e, tal como o espectáculo do campo, impele o meu coração a dar glória a Deus» (37). A contemplação dos sagrados ícones, unida à meditação da Palavra de Deus e ao canto dos hinos litúrgicos, entra na harmonia dos sinais da celebração, para que o mistério celebrado se imprima na memória do coração e se exprima depois na vida nova dos fiéis.”.

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    3. Dizer que um católico está orando a uma estátua é como dizer que um esposo que teve de viajar a trabalho e toma nas mãos uma fotografia de sua esposa, beijando-a, está venerando a fotografia, o pedaço de papel e não a esposa que está ali representada. Consulte, também, a terceira parte do Catecismo, intitulada “A vida em Cristo”, especificamente a segunda secção, capítulo primeiro, parágrafos 2129 a 2132:

      “IV. «Não farás para ti nenhuma imagem esculpida...»

      2129. Esta imposição divina comportava a interdição de qualquer representação de Deus feita pela mão do homem. O Deuteronómio explica: «Tomai muito cuidado convosco, pois não vistes imagem alguma no dia em que o Senhor vos falou no Horeb do meio do fogo. Portanto, não vos deixeis corromper, fabricando para vós imagem esculpida» do quer que seja (Dt 4, 15-16). Quem Se revelou a Israel foi o Deus absolutamente transcendente. «Ele é tudo», mas, ao mesmo tempo, «está acima de todas as suas obras» (Sir 43, 27-28). Ele é «a própria fonte de toda a beleza criada» (Sb 13, 3).

      2130. No entanto, já no Antigo Testamento Deus ordenou ou permitiu a instituição de imagens, que conduziriam simbolicamente à salvação pelo Verbo encarnado: por exemplo, a serpente de bronze (61) a arca da Aliança e os querubins (62).

      2131. Com base no mistério do Verbo encarnado, o sétimo Concílio ecuménico, de Niceia (ano de 787) justificou, contra os iconoclastas, o culto dos ícones: dos de Cristo, e também dos da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os santos. Encarnando, o Filho de Deus inaugurou uma nova «economia» das imagens.

      2132. O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. Com efeito, «A HONRA PRESTADA A UMA IMAGEM REMONTA (63) AO MODELO ORIGINAL» e «QUEM VENERA UMA IMAGEM VENERA NELA A PESSOA REPRESENTADA» (64). A HONRA PRESTADA ÀS SANTAS IMAGENS É UMA «VENERAÇÃO RESPEITOSA», E NÃO UMA ADORAÇÃO, QUE SÓ A DEUS SE DEVE:
      «O CULTO DA RELIGIÃO NÃO SE DIRIGE ÀS IMAGENS EM SI MESMAS COMO REALIDADES, MAS OLHA-AS SOB O SEU ASPECTO PRÓPRIO DE IMAGENS QUE NOS CONSUZEM AO DEUS ENCARNADO. ORA, O MOVIMENTO QUE SE DIRIGE À IMAGEM ENQUANTO TAL NÃO SE DETÉM NELA, MAS ORIENTA-SE PARA A REALIDADE DE QUE ELA É IMAGEM» (65).”.

      Creio que já mostrei que a Igreja Católica não defende a oração ou oferenda a imagens. O texto de Sabedoria 13 está falando de ídolos (no Grego, “eidolon”) e não de ícones (no Grego, "eikon"). Os ortodoxos possuem uma profunda Teologia dos Ícones que é muito interessante. Pretendo estudá-la com calma no futuro. Ainda sobre o assunto, dê uma ouvida neste vídeo do Padre Paulo Ricardo: http://www.youtube.com/watch?v=620YqeBvKCM . Ele explica nos primeiros vinte minutos a diferença entre um ícone e um ídolo.

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    4. Quanto ao livro de II Macabeus, se você procurar comentários bíblicos como a Bíblia Comentada Pelos Professores de Salamanca (BCPS), a Bíblia do Peregrino, de Luís Alonso Schökel ou outros comentários bíblicos, você verá que a explicação costuma ser a mesma: o autor não fala de “valor de ensinamento e edificação, mas de valores retóricos de forma” (Schökel). Não é uma condição necessária que um texto divinamente inspirado seja perfeito no tocante ao estilo. Veja o que o primeiro comentário que citei diz:

      "El epílogo termina con una comparación. No es grato beber vino puro o agua sola; pero es agradable y gustoso el vino mezclado con agua (vinum temperatum). Aplicando esto último a su libro, aparece que no fue designio del autor exponer friamente los hechos, encuadrarlos escrupulosamente en su marco cronológico e investigar todo lo referente a ellos hasta en sus mínimos detalles. Este método no hubiera sido del agrado del lector. Pero, si se sacrifica La sobriedad de la historia a un estilo retórico pomposo y patético, se logra una mezcla semejante al vinum temperatum. Con ello no quiere decir que en su libro existen mezclados el erros y la mentira, sino que su relato histórico está encaminado a servir de edificación a los lectores; que está escrito con estilo poético y elegante a fin de que resulte agradable a los oídos de cuantos lo oigan leer (akoás). Grandclaudon termina la exégesis de este epílogo escribiendo: «Dejamos, pues, a Jasón el fondo histórico y reconoscamos en el epitomador inspirado la fidelidad a su fuente de información y al arte de presentarla»." (BCPS, p. 1125).

      João, o padre Paulo Ricardo disse que daria apenas algumas razões para que tivéssemos os livros que temos na Bíblia católica. Ele deu os argumentos de que os livros faziam parte da Septuaginta, que era utilizada por Jesus e seus discípulos, e que os livros são citados no Novo Testamento. No entanto, veja que essas razões isoladas não são condições suficientes para que um texto entre no cânone; do contrário, não apenas o Livro de Enoque, mas outros como “Assunção de Moisés”, citado em Judas 1.9, entrariam na lista. Além do mais, livros como “Odes de Salomão”, “3 Esdras”, “4 Esdras”, “3 Macabeus”, “4 Macabeus”, que estavam na Septuaginta, estariam no cânone católico --- li há algum tempo que havia manuscritos da Septuaginta que não tinham esses livros. Os ortodoxos, por exemplo, aceitam estes livros --- . Veja, também, que essas razões não são apenas suficientes, mas nem são necessárias, pois livros como “Obadias”, “Naum” e “Sofonias”, entre muitos outros, não são citados no Novo Testamento. A grande questão aqui é que nós, católicos, cremos que acima de todos os critérios utilizados para a escolha do cânon, estava a ação do Espírito Santo e que o mesmo Espírito que inspirou quem escreveu inspirou quem ouviu e reconheceu a inspiração das Escrituras. Confesso que estudei a questão do cânon muitos anos atrás e na época nem pensava em estudar nada sobre o Catolicismo; então, minhas leituras sobre o assunto são todas protestantes. Não saberia dizer com precisão técnica por que o livro de Enoque não entrou no cânone. Foi bom você ter feito essa questão porque percebi que terei de reestudar o assunto a partir da visão católica.

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    5. Sobre o Molinismo, indico essa postagem do Dave Armstrong, com “links” para vários textos: http://socrates58.blogspot.com.br/2008/03/catholic-predestination-molinism-and.html . Ele explica que a visão molinista e tomista são permitidas pela Igreja Católica. Há um intenso debate sobre o assunto ainda hoje. Garrigou-Lagrange, por exemplo, foi um severo crítico do Molinismo. Tudo o que já li sobre o Molinismo foi de segunda mão --- nunca li Molina mesmo ---, principalmente de autoria do William Lane Craig; também, embora seja um filósofo de formação, não sou um profundo conhecedor de Tomás de Aquino. Embora seja bastante simpático ao Molinismo, não tenho uma posição com relação ao debate.
      Quanto às brigas entre os cristãos, eu acredito, sinceramente, que nós vivemos tempos em que temos de preocupar-nos com muitas coisas mais importantes. Há muitos cristãos pelo mundo sendo perseguidos e mortos, a quantidade de ateus e muçulmanos no mundo aumenta cada vez mais e por aí vai. Acredito que ficar discutindo entre cristãos é um luxo nos tempos atuais, mas, infelizmente, não dá pra ficar calado com tantos ataques anticatólicos, com tantas mentiras alastradas por aí. As perguntas que os protestantes fazem a mim são a prova absoluta de que houve um projeto de desinformação que foi promovido com o tempo que acabou falsificando completamente o Catolicismo de modo que ele é combatido não pelo que ele é de fato, mas por caricaturas disformes. Eu, pessoalmente, tenho esperanças de que um dia os cristãos irão unir-se novamente. Não tenho a mínima idéia de como isso ocorreria, mas eventos recentes que têm aproximado anglicanos e luteranos, por exemplo, dão-me esperanças.

      Quanto ao termo “segunda conversão”, eu, obviamente, não falei no sentido técnico teológico. Usamos a palavra para referirmo-nos a qualquer mudança: fala-se de “conversão” quando se muda de time, de empresa ou qualquer outra coisa. No sentido bíblico, você, de fato, está certo: a conversão é apenas uma. Por isso, eu não precisei batizar-me novamente quando me tornei católico.

      No que concerne às orações, oro diariamente por todos os meus irmãos em Cristo, o que inclui os protestantes. É muito triste saber a quantidade de cristãos que temos no Brasil, sejam eles católicos ou protestantes, e ver quanta barbaridade vivemos. Creio que isso é falta de testemunho de vida e de compromisso com o Evangelho. Muitas pessoas que não acompanham a minha vida diária e lêem o que escrevo acham que eu apenas leio e estudo livros sem buscar praticar o que aprendi. Como disse Platão, “verdade conhecida é verdade obedecida”. Levo isso muito a sério. Abraço, João Marcos!

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    6. Muito boas respostas Fábio. Muito obrigado pelo tempo gasto escrevendo as respostas e pesquisando-as.

      Somente alguns comentários sobre a sua resposta que parecem ser um ligeiro desconhecimento sobre a teologia calvinista.
      Eu não abandono o protestantismo somente por causa da crítica ao sola scriptura. Os cinco solas são muito mais pilares luteranos do que pilares calvinistas. Calvino nas Institutas da Religião Cristã não vai contra a tradição patrística (ele até confirma ela citando diversos pais da igreja, Clemente, Agostinho de Hipona, Justino Mártir) e também reconhece que a bíblia seria o máximo expoente da tradição patrística e apostólica. Calvino rejeita os ensinamentos que são contraditórios com a tradição escrita. Calvino rejeitava a escolástica e não a patrística (por isso se chama de cristianismo reformado, pois há a tentativa de retorno à patrística). Se você estudar bem é como eu disse, não somos contra a iconofilia puramente (o próprio símbolo da IPB é uma sarça ardente com a pomba do espírito santo no meio) mas não fazemos oração ao santos (consideramos isto ou oferecer ofertas às estátuas semelhante ao episódio da adoração da serpente que Moisés levantou no deserto, ou seja, um símbolo santo recebendo a adoração que é devida a Deus), mas veneramo-os prestando honra e tomando-os como exemplo de vida. O próprio papa Gregório Magno defendia os ícones para a pregação e inspiração de vida cristã aos analfabetos que não podiam estudar as escrituras. Sei que a igreja não é a favor da oferta às imagens de santos (não disse que era a favor), mas da mesma forma que os sacerdotes não se pronunciam contra tal prática (que acontece muito no meio católico) se tornam culpados de negligência em não repreender seus fiéis por seguirem tal conduta (em anos frequentando a igreja católica e até catequese nunca escutei o padre se colocando contra esta prática). Também concordo com você quanto à teologia da igreja ortodoxa sobre os ícones, é deveras interessante. E eu não usei texto prova eu somente perguntei como conciliam os ensinamentos (utilizei até mesmo um texto deuterocanônico para mostrar como não desprezamo estes, só não tomamos a sua autoridade igual aos protocanônicos).
      E quando eu digo sobre igrejas calvinistas eu digo sobre as igrejas que seguem o trabalho das institutas, mas se quiser ampliar o sentido também pode incluir os outros símbolos de fé das igrejas reformadas: confissão belga, cânones de dort e confissão de fé de westminster.

      um trecho das institutas:

      "Então, contra nós investem com ímpios brados como sendo nós desprezadores e inimigos dos patrísticos. Nós, porém, tão longe estamos de desprezá-los que, se fosse esse nosso presente propósito, de nenhuma dificuldade me seria possível comprovar-lhes com as próprias opiniões a maior parte daquilo que estamos hoje afirmando. Contudo, em tais moldes lhes versamos os escritos que temos de ter sempre
      isto em mente [1Co 3.21-23]: tudo é nosso para servir-nos, não para dominar sobre nós, e nós somos de um, Cristo, a quem se deve, sem exceção, em tudo obedecer. Quem não observa esta distinção, na fé nada terá de sólido, uma vez que muita coisa ignoraram estes santos varões, não raro discreparam entre si, por vezes até a si mesmos se contradisseram.
      Não sem razão, frisam eles que somos admoestados por Salomão [Pv 22.28] a não ultrapassarmos os marcos antigos que nossos pais estabeleceram. Mas, a norma não é a mesma em se tratando de limites de glebas e em questão de obediência da fé. Mais apropriada é esta que se estabelece nestes termos: “esqueça seu povo e a casa de seu pai” [Sl 45.10]. Se, porém, com tanto ardor se regozijam em
      alegorizar, por que não adotem os apóstolos como pais, antes que a qualquer outro, cujos termos prescritos não é lícito remover? Ora, assim interpretou Jerônimo, cujas palavras eles inseriram em seus cânones. E se querem que sejam fixos os limites destes a quem entendem por pais, por que eles próprios tão impiedosamente os ultrapassam, quantas vezes lhes apraz?"

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    7. Veja, não nos pomos contra a igreja católica, mas contra a corrente escolástica da ICAR que consideramos distorcer os ensinamentos dos patrísticos. Assim como há o anticatolicismo no meio evangélico (eu mesmo peno defendendo a igreja católica como irmã lá na igreja) há também um preconceito com relação às igrejas reformadas no meio católico. E não somos inimigos, somos apenas irmãos que concordam com a patrística, mas discordam com relação à escolástica. Recentemente fiquei muito feliz ao ler uma entrevista do Dom Odílio Scherer ao uol dizendo que o Vaticano está se empenhando em reestabelecer a comunhão com as igrejas reformada, anglicana e luterana.
      Certamente temos coisas mais importante a nos preocupar como os cristãos perseguidos. Se quiser se envolver mais com este assunto recomendo a missão portas abertas para você levar ao conhecimento da sua paróquia http://www.portasabertas.org.br/

      Como disse o meu comentário era para esclarecer algumas dúvidas e para te motivar, não ao contrário para atacar e te desmotivar. Se fossemos mais como os patrísticos e os estóicos que viviam o que ensinavam com certeza não veríamos as barbaridades que vemos por aí.

      E que a paz de Cristo te guie na sua nova etapa da sua vida cristã.

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    8. De nada, João. Eu já sabia a resposta pra maioria das perguntas, mas tive de pesquisar sobre a questão do Molinismo por exemplo. Foi bom porque eu mesmo tinha dúvidas sobre a postura da Igreja Católica sobre o assunto, mas não sei por que, talvez por estar mais preocupado com outros assuntos que me incomodavam mais, acabei não estudando muito sobre isso.

      Quanto ao Calvinismo, passei anos discutindo com vários colegas e amigos sobre o tema. Li e estudei muita coisa sobre Teologia Reformada. Nunca li um calvinista sequer que não defendesse a "Sola Scriptura"; por isso, eu perguntei sobre como você concordou com as críticas que eu apontei sem deixar de ser um protestante. Na verdade, eu fui inexato porque, como eu digo no meu próprio texto, há protestantes que não parecem ser adeptos da "Sola Scriptura". Hoje, temos de tudo. Entretanto, pensava nas denominações mais tradicionais, embora eu tenha de admitir que hoje é complicado falar até disso. Tenho amigos, inclusive, que já pertenceram a igrejas evangélicas que desmotivavam a leitura da Bíblia por conta de um suposto favorecimento da atuação do Espírito Santo.

      Muitos autores calvinistas que já li não concordariam contigo que os cinco solas são mais pilares luteranos que calvinistas. Autores como James M. Boice, Michael S. Horton, R. Albert Mohler Jr. ou R. C. Sproul discordariam veementemente de você. Creio que talvez você esteja pegando a realidade da sua igreja em particular e generalizando. Eu nunca disse que a "Sola Scriptura" implicava total recusa dos textos patrísticos. De fato, não apenas Calvino, mas o próprio Lutero citava os primeiros padres. Isso está na trilogia "Holy Scripture" que eu menciono no meu texto principal. Os primeiros reformados todos alegavam uma pureza doutrinária com relação aos católicos. A questão, entretanto, é que nenhum protestante entende que foi a Tradição que nos legou a Bíblia e que usar a Tradição como alguns protestantes usam é simplesmente usar o princípio do "livre exame" na leitura da Tradição, enquanto o Catolicismo funciona por meio do tripé Escritura-Tradição-Magistério. Recorrer aos textos patrísticos como eles fazem não adianta. Há livros técnicos mostrando as falhas nas citações dos reformados no que concerne ao contexto por exemplo.

      Todas as acusações protestantes acerca do desvirtuamento doutrinário do Catolicismo são infundadas. Essa questão de um suposto desenvolvimento escolástico que seria contraditório com a patrística é completamente equivocada. É só estudar a Filosofia Antiga e Medieval e a teologia da época para ver que os teólogos adaptaram muitos pontos para conciliar tudo sem deixar de ser fiel ao Cristianismo primitivo. Estudei isso em detalhes em cursos do professor Guy Hamelin.

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    9. Quanto a não fazer orações aos santos, vocês não pedem orações entre vocês? Isso é fazer oração aos santos. Acontece que os católicos cremos que a morte não nos separa da comunhão com os nossos irmãos em Cristo. Eu sei que os protestantes consideram o que você falou acerca das imagens, mas tudo o que já li sobre o assunto, simplesmente, mostra completo desconhecimento das crenças e doutrinas católicas. Acho que eu mesmo não me fiz claro suficientemente sobre o assunto porque pelos seus comentários parece que você ainda não entendeu o ponto: a diferença entre adoração e veneração e entre ídolos e ícones.

      Quanto ao Calvino e as "Institutas", confesso que acredito que ele nunca estudou o quadrado aristotélico das oposições porque parece que ele, simplesmente, não entende o que é uma contradição. A maior parte das pessoas com quem já discuti que falam sobre contradições na doutrina católica sequer entendiam o que era uma contradição. Não estou falando de você. Não tenho elementos pra saber se você entende ou não o que vem a ser uma contradição.

      Quanto ao preconceito com relação às igrejas reformadas no meio católico, confesso que não tenho experiência suficiente para falar sobre o assunto. Na minha igreja passada, que era batista, mas não reformada, tivemos nos últimos tempos vários membros abraçando o Calvinismo, principalmente agora que se tornou moda depois de autores como Piper entre outros. Nunca vi, entretanto, ninguém tratando um calvinista lá como eu mesmo fui tratado. Enfim, confesso que não consigo ver em absoluto esse abismo que você menciona entre a patrística e a escolástica no que concerne à Igreja Católica --- do ponto de vista filosófico, dependendo da perspectiva, pode-se apontar um abismo ou uma continuidade; entretanto, depois de todos os absurdos que já li sobre Agostinho entre os reformados, não duvido de mais nada. Confesso que eu nunca entendi como é possível que os reformados falem tão bem de Agostinho, como se ele mesmo fosse um reformado. Creio que, simplesmente, eles não leram e estudaram Agostinho com cuidado. Um dos filósofos que mais li foi precisamente ele. Li mais Agostinho que Wittgenstein, Descartes, Platão ou qualquer outro filósofo. Certa feita, cheguei a ler em algum lugar uma possível explicação para isso, mas não me lembro muito bem de qual era o argumento.

      Obrigado pelo link que você mandou. Vou dar uma olhada lá e repassar ao pároco da minha paróquia. Abraço!

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    10. Desculpa Fábio. Você está correto. Eu me expressei mal. na hora de escrever me embananei e não consegui dizer o que eu queria, portanto perdoe meu erro aqui não sou muito bom em me expressar.
      Não tentarei reescrever a ideia para não me atrapalhar e falar besteira de novo.

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    11. PEdir que se ore a outro sato é biblico. HEresia é pedir que o irmao, santo separado seja intercessor e mediador que somente JEsus o é.<Jesus ainda quer te libertar desta seita criatura

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  13. Olá Fábio, paz do Senhor seja contigo. Eu era daqueles católicos batizados, que fez primeira comunhão e crisma, que até os 35 anos de idade não sabia o que Cristo veio fazer aqui nesta terra. Então me converti em uma igreja presbiteriana. Portanto, sou um cristão reformado que está um busca de um conhecimento maior de Jesus Cristo. Então me deparei com o seu texto e achei muito interessante. Confesso que não acessei todos os links indicados, mas vejo que vc se aprofundou bem na busca e admiro muito isso. Penso que devemos buscar fundamentos sólidos para a nossa fé. Meu conhecimento teológico ainda é pequeno e não pretendo atacar, discutir ou tentar refutar o seu posicionamento. Mas, gostaria de lhe fazer uma pergunta: considerando a sua história e todo o seu conhecimento das Teologias Protestante Tradicional e Católica Romana, você poderia afirmar que um crente protestante, que confiou na obra redentora de Jesus Cristo, mudou de vida, passando a ter uma vida piedosa de submissão ao senhorio de Jesus, evidenciando esta nova vida por meio de boas obras, para honra e glória de Deus, ficará privado da salvação pelo fato de não pertencer a ICAR? Prezado Fábio, esta é uma dúvida que me ocorreu e peço com muita humildade que, se possível, responda-me. A paz do Senhor!

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    1. Rodrigo, o seu questionamento parte de um equívoco de entendimento com relação àquilo que os católicos crêem. Veja o que diz o "Compêndio do Catecismo da Igreja Católica":

      "163. Como considerar os cristãos não católicos?

      Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja católica, encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e conduzem para a unidade católica. Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo Baptismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.".

      (http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html)

      Abraço e obrigado pelo comentário!

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    2. Obrigado pela resposta, meu caro irmão em Cristo. Que o Senhor lhe abençoe os caminhos, cumprindo em ti a vontade dEle.

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    3. Rodrigo, peço licença ao Fábio e a você porque a pergunta não foi pra mim mas se me permite gostaria lhe recomendar o vídeo abaixo. Abraços.

      https://www.youtube.com/watch?v=TduVDdSNYNI

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  14. Cara, preciso de um favor. Tem como você me passar o link do PRIMEIRO programa do Olavo de Carvalho que você viu? Não só o site, mas se possível a lista. Obrigado.

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    1. Márcio, não entendi a sua pergunta. O link que indiquei tem todos os programas do "TrueOutspeak".

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  15. Fico triste por você irmão... Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia, Soli Deo Gloria!!!!

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    1. Adriano, confesso que fico extremamente frustrado ao ler um comentário como o seu: depois de tudo o que eu já estudei, depois de todo o trabalho que tive escrevendo o texto, alguém vem aqui e cita os cinco solas? Brincadeira... Era melhor não ter comentado nada.

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    2. Fábio Salgado, parabéns pelo seu testemunho e escolha, Deus fará em você grandes coisas, você será instrumento de conversão para muitos.
      Elias Vasconcelos de Alcântara

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    3. Uma SOLA DE SAPATO para você, Adriano!

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  16. Olá Fábio Salgado,

    Antes de quaisquer outras palavras, gostaria de parabenizá-lo pela honestidade intelectual que nitidamente caracteriza sua busca pessoal.

    Assim como você, hoje sou um católico, li basicamente 90% da literatura citada por você, e, os outros 10% se constituem de literaturas que você não citou, mas acredito que não foram citadas pela óbvia desnecessidade, -ademais do hercúleo texto cuja leitura não é para os fracos!

    Nasci em um lar adventista do sétimo dia, fui um fiel adventista até os meus 25 anos de idade, quando comecei a estudar o catolicismo, e, como você, para minha surpresa, fiquei extasiado tamanho os espantalhos que o mundo protestante, com frequência, cria.

    Diferente dos fideísta que se manifestaram nas postagens anteriores, a fé possui um elemento imprescindível que é a razão, e o estudo ardoroso certamente nos liberta da ignorância, e nos lança para a luz da graça de Deus que, quando brilha, quase nos deixa cegos, mas com o costume, vamos abrindo novamente os olhos para captar a potência dessa luz que ilumina a todo homem que busca sinceramente.

    Assim como você, tenho lutas, lutas contra aqueles que, por ignorância talvez, preferem refugiar-se em castelos de cartas que fornecem um consolo letárgico, e que terminam paralisados pelo medo no novo que se encontra à frente.

    Creio que temos muito a compartilhar, e espero que possamos a partir daqui, iniciarmos uma amizade com dividendos vultosos, tanto para nós mesmos, quanto para a igreja de Deus.

    Sejamos nós pois, uma bênção!

    Um Cordial Abraço,
    Do irmão em Cristo,
    Italo Fabian.

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    1. Italo, fiquei feliz pelo seu comentário. Obrigado pela atenção dispensada ao meu blogue. Se você quiser trocar algumas idéias, meu e-mail é fabiosalgado@gmail.com . Deixei de citar muitos outros textos porque esse não era o objetivo principal aqui, mas pretendo fazer isso em outra oportunidade mais adequada.

      Fique com Deus e forte abraço!

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  17. Fábio, você achou o caminho das pedras e traçou o mapa do tesouro! Saiba que certamente isto foi uma inspiração divina, muita gente virá atrás destas pegadas...

    Também sou convertida, de atéia a protestante, e depois católica. Mas já faz algum tempo - 20 anos. Já li 80% dos livros que você leu, e também as Escrituras e o Catecismo, alguns pares de vezes. Acompanho Olavo e Pe. Paulo Ricardo faz pouco tempo, e agradeço a Deus pelas grandes conversões através do Olavo, "o filósofo que nos ensina a pensar", como sempre digo.

    Fábio, o mais interessante de tudo isso é que:
    "Bendito sois, ó Pai, porque escondestes essas coisas aos sábios e entendidos, e as revelastes aos pequeninos.", ou seja, aquelas senhorinhas que vulgarmente são chamadas de carolas ou papa-hóstias, que rezam as suas ave-marias e frequentam as missas diariamente, muitas que mal sabem ler ou escrever... estas santinhas possuem todo esse conhecimento sem terem lido nenhum desses livros. Isso mostra o quanto nós somos cabeças-duras. Basta um coração puro e aberto à Graça para compreender tão inefáveis mistérios!

    Tomei a liberdade de copiar-colar o seu texto e todos os comentários para o meu pároco, será de grande utilidade para ele, ver o caminho literário que você percorreu. E seja bem-vindo à Casa, Fábio!

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    1. Raquel, como conversamos pelo Facebook, acabei não dando uma resposta por aqui. Excelente analogia que você utilizou. Uma das minhas razões para escrever esse texto foi precisamente facilitar o caminho para que outras pessoas possam trilhá-lo. Concordo contigo sobre o comentário acerca das senhorinhas. Eu, infelizmente, sou muito burro nesse sentido, pensando no conceito de inteligência em Xavier Zubiri. Enquanto algumas pessoas não precisam de tudo isso para enxergar claramente certas realidades, eu preciso estudar muito.

      Obrigado pelo comentário, Raquel. Abração e fique com Deus!

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  18. Muito obrigado por partilhar conosco esta experiência, ages como um exemplo. E cara, emocionante a "coincidência" da data de sua conversão ao cristianismo com a de São Paulo.
    Pax et bonum!

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  19. Querido irmão Fábio Salgado, paz de Cristo e Salve Maria. Bem vindo a Igreja de Jesus Cristo que é: UNA, SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA, cuja sede e a Graça enxertada (Romanos 11,17) estão em Roma, para glória de Deus. Fique com Deus.
    IRLEI GERALDO DA SILVA

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  20. Além da São Pedro de Alcântara, qual seria a outra paróquia recomendada pelo padre consultado?
    Pergunto isto pois também tenho interesse em ir a alguma missa que tenha mais cuidado com a liturgia. No entanto, a paróquia mencionada fica um pouco longe de onde moro.

    Grato.

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  21. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Junior Melo, quando você aprender a escrever, eu poderei comentar alguma coisa produtiva.

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    2. O Junior Melo retirou o seu comentário, mas o salvei. Era o seguinte:

      "Nunca se converteu a Jesus verdadeiramente pr que aquele que confessa com o coração e com a boca , Jesus jamais caiusa esse embaraço de ser trocado por um falso "vigáio de Cristo" chamado "PAPA"> O Senhor Jesus deixou o Consolador e nao um ser humano para guiar a igreja que são pessoas de todos povos e linguas. No ceu s´o teraõ romanista?? Piada irmao . IRmaozinho desculpe mas voce estava na Igreja (templo " mas não era igreja.Seu coraçao estava nos altares , castiçais, poder e glampour de Roma.Queri ver um fé com olhos carnais e nao pela fé. MAS JESUs ainda te espera .Adore -o em Espirito e em vERdade e nao numa hostia "consagrada' vc sabe a quem .!! UM sacerdote com sua palavras trazer JEsus do seu aLTO MONTE e SAnto Trono a destra do PAi ?? JAmais. O meu aslvador que PAROU O MAR não é homem ou um'deus 'na mao de um sacerdote pagão romano!!".

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  22. Caríssimo, irmão, Fábio Salgado, Salve Maria!

    Sua conversão é para mim e creio que para muito católicos, veículo de alegria e de grande esperança. Com certeza S. Paulo foi perseguido pelos judeus após sua conversão ao Cristianismo/Catolicismo. Não seria diferente contigo, alegra-te então, apesar das ameaças e tamanha intolerância que vem sofrendo.

    Dou graças a Deus por permitir e agraciar os homens com tamanho empenho e vontade como os que você tem. Tive que estudar muito para ter uma ideia real do que é a Igreja Católica, do que é, de verdade, ser católico, mas nada que compara o tanto que você estudou e, aparentemente, ainda estuda.

    Que Deus continue abençoando-o e fazendo com que você continue com esse empenho em busca da verdade. E a verdade, sobre Deus, Jesus Cristo, Nosso Senhor só se encontra, inviolável e perfeitamente na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica.

    In corde Jesu et Mariae.

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    1. Helder, creio que Deus tem usado as circunstâncias para aperfeiçoar-me nEle. Procuro dar graças a Deus em todas as situações, embora confesse que às vezes é realmente difícil.

      Amém!

      Abraço e muito obrigado pelo comentário. Fique com Deus!

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  23. Bom dia, Fábio! Que grande alegria te receber como Católico Apostólico Romano. Fui criada na Igreja Católica, mas somente após a minha experiência real e concreta com o Ressuscitado que passou pela Cruz, que tive em um Seminário de Vida no Espírito Santo, foi que passei a estudar a doutrina da Igreja. E quanto mais a conheço, mais amo, pois só pode amar verdadeiramente o que se conhece. E sempre que um irmão protestante me vem com suas "perguntas e passagens bíblicas clássicas" , eu as respondoe pergunto: " vc já leu o Catecismo da Igreja Católica? Conhece a Sagrada Tradição, o Sagrado Magistério? Já leu o livro de algum santo da Igreja ou de algum teólogo católico? (...)" A resposta sempre é NÃO. E creio que há de ser, pois se todos dedicassem tempo a estudar a doutrina da Igreja, talvez não haveria um protestante. Por isso, gosto muito de uma citação do Papa Emérito Bento VXI: " Estudai o catecismo! Esse é o desejo do meu coração. Estudai o catecismo com paixão e perseverança! Para isso, sacrificai tempo! Estudai-o no silêncio de vosso quarto, lede-o enquanto casal se estiverdes namorando, formai grupos de estudo e redes sociais, partilhai-o entre vós na internet! TENDES DE SABER EM QUE CREDES.TENDES DE ESTAR ENRAIZADOS NA FÉ AINDA MAIS POFUNDAMENTE QUE A GERAÇÃO DE VOSSOS PAIS, PARA ENFRENTAR OS DESAFIOS E AS TENTAÇÕES DESTE TEMPO CM FORÇA E DETERMINAÇÃO."
    Precisamos saber em que cremos para não sermos "agitados por todo vento de doutrina", como diz São Paulo aos Efésios.
    Eu li seu testemunho no site da Comunidade Católica Shalom, onde participo da igreja Católica, onde tenho meu grupo de oração e aprendo a cada dia um pouco mais sobre a doutrina da Igreja. É impossível uma Igreja ainda "está de pé" há mais de dois mil anos, mesmo com tantas coisas ruins que aconteceram (e que alguns usam para condená-la), se não fosse verdadeiramente de Deus. Saber que a minha igreja, a qual amo e defendo, sofreu tudo isso e ai da continuar a espalhar seus perfumes são mais um autêntica prova que de que é suatentada por Jesus Cristo, sua cabeça, conforme fora prometido por Ele mesmo: "Eis que eu estarei convosco até o fim dos tempos" e "as portas do inferno não prevalecerão sobre ela"
    Que Deus te abençoe e Maria, nossa mãe, te conduza a seu filho, nosso Senhor e Salvador!!!!
    Mônica Larissa

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    1. Mônica, muito obrigado mesmo pelo seu comentário. É muito bom receber retornos desse tipo: isso me fortalece na minha empreitada. Amém! Que Deus te abençoe também, minha irmã. Abraço!

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  24. Obrigado Fábio pelo texto, você poderia indicar onde posso comprar os livros citados?

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    1. De nada, Dandara. Posso dar algumas indicações. Os livros importados você pode comprar pela Amazon --- http://www.amazon.com/ . Se houver ebook, você pode comprá-los pela Amazon brasileira: http://www.amazon.com.br/ . Livros raros que você não encontrar pela Amazon você pode encontrar na AbeBooks: http://www.abebooks.com/ . Livros usados em Português você encontra na Estante Virtual: http://www.estantevirtual.com.br/ . Os livros do Jaime Francisco de Moura você pode encontrar aqui: https://www.clubedeautores.com.br/ . Pela internet, você, também, pode encontrar muitos livros. Veja, por exemplo, no Library Genesis --- http://lib.freescienceengineering.org/ ---; no Scribd --- http://pt.scribd.com/ etc. .

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  25. Olá, Fábio! Você não me conhece e nem eu a você, mas sei quem és e sei quem é sua família. Por isso, entendo a resistência que você deve enfrentar perante eles.

    Você falou em honestidade intelectual. Creio que tal termo também se refere a saber receber críticas e não apenas elogios, saber receber opiniões contrárias às suas sem subestimar as pessoas. Ao ler seu relato, me pareceu que você julga algumas pessoas (inclusive o pastor que você tanto menciona) pelas suas opiniões, de forma tão superficial. A forma como você respondeu os comentários de pessoas que não concordaram com você foi tão... arrogante! Engraçado que você comentou, com horror, como Lutero foi arrogante. Como você deseja ser um escritor, seja mais receptivo às opiniões de seus leitores. ;)
    Também conheço e acompanho o trabalho do filósofo Olavo de Carvalho, quem admiro bastante. Assim como o trabalho do Padre Paulo Ricardo. Mas não comprei a convicção religiosa deles, apesar de respeitar, claro. Penso que não devemos menosprezar a fé das pessoas, sejam elas seguidoras da religião que for.

    Boa sorte!

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    1. Letícia, você começa dizendo que não me conhece e imediatamente após essa afirmação você supõe que eu não sei receber críticas e opiniões contrárias às minhas. Sou um filósofo. Eu trabalho diariamente com a crítica e com opiniões opostas. O meu orientador no mestrado é alguém com quem tenho muitas discordâncias em diversos assuntos. Apenas para mencionar a mais óbvia, ele é ateu; entretanto, temos uma relação muito boa e considero-o meu amigo.

      Letícia, eu fico realmente impressionado como as pessoas são autobenevolentes: na mesma hora em que você acusa-me de ter um julgamento superficial com relação a algumas pessoas, especificamente o pastor que menciono no texto, sendo que você não faz a menor idéia das conversas que tive com ele, você exerce o mesmo julgamento superficial com relação a mim.

      Costumo dizer que existe uma ética das perguntas. Se eu escrevo um texto desse tamanho, com várias indicações, e alguém chega fazendo uma pergunta que está respondida em vários textos que eu indiquei, isso é vigarice e creio que eu fui educado até demais com vários que comentaram, assim como creio que estou dispensando uma educação excessiva a você pelas razões que já mencionei até aqui. Desculpe-me, mas não acho que tenho de ser receptivo com uma pessoa que utiliza como mote o que Lênin dizia: "Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz.". Foi o que você fez a cada linha do seu comentário.

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  26. Você me pareceu um rapaz inconstante. Primeiro era agnóstico, depois protestante e, por último, católico. E tudo isso em tão pouco tempo. Não que uma pessoa não possa mudar de ideia ao longo da vida, mas...
    Ah, posso assegurar que conheço pessoas que eram católicas e se converteram ao protestantismo. Minha avó e os pais dela. Claro que eles não têm 1/3 do conhecimento teórico que você tem, mas são pessoas que possuem uma fé genuína.

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    1. Quanto à inconstância, você faz julgamentos sobre mim novamente. Pascal dizia: "Não tenho vergonha de mudar de ideia, porque não tenho vergonha de pensar". É a única coisa que posso responder a você.

      No que concerne a conhecer pessoas que eram católicas e que se converteram ao Protestantismo, leia o meu texto novamente: você claramente não o entendeu. Eu digo que o meu próprio pai era católico; entretanto, não conheço um intelectual católico que tenha se tornado protestante, alguém que conhecia realmente o Catolicismo. Nunca ouvi falar de um relato sequer. Até mesmo os supostos ex-padres são completamente analfabetos sobre a Doutrina Católica.

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    2. Letícia, já fui acusado de inconstância outras vezes. Reproduzo aqui uma resposta que dei com adaptações:

      Em uma das disciplinas que fiz no semestre retrasado na UnB, vimos toda uma discussão baseada em um livro do antropólogo Viveiros de Castro, chamado "A inconstância da alma selvagem", no qual o referido autor menciona que os padres que evangelizavam os índios no período colonial no Brasil reclamam da inconstância dos índios porque eles convertiam-se facilmente, mas voltavam a fazer as mesmas coisas de sempre dois dias depois. O meu orientador, Julio Cabrera, faz uma crítica dizendo que, na verdade, havia uma constância da alma cristã e não algum tipo de inconstância dos índios. Essa questão de constância ou inconstância é extremamente arbitrária e subjetiva. Uma pessoa que mora durante 20 anos na mesma casa, mudando sempre os móveis de lugar e fazendo reformas na sua casa, é constante ou inconstante? Outra pessoa que durante 20 anos mudou-se 10 vezes de residência, mas manteve sempre os mesmos móveis da sua residência é constante ou inconstante?

      Do ponto de vista do Evangelismo, se as pessoas fossem absolutamente constantes, nunca haveria cristãos no mundo. Todos os judeus, hindus, budistas, todas as pessoas que tivessem religiões mais antigas que o Cristianismo nunca teriam sido conversas. Se, por sua vez, as pessoas fossem absolutamente inconstantes, não haveria, também, cristãos no mundo, porque todos os cristãos deveriam ter deixado de sê-lo. Não faz sentido, portanto, falar sobre constância ou inconstância. Se, por exemplo, sou inconstante por ter deixado de ser batista e me tornado católico, sou constante por ter buscado a verdade por todos esses anos. Um outro exemplo: mudei de curso três vezes. Fui da Física para a Matemática e desta para a Filosofia. Sou inconstante? Sim se você olhar para a mudança de curso, mas o que se manteve constante foi a minha busca pela minha vocação.

      Há, ainda, uma questão lógica crucial: a detecção de inconstância depende da constância: você só consegue perceber que há inconstância se houver constância. Vale a volta: se você nunca tivesse visto inconstância, você não saberia o que é a constância; portanto, algo é constante se, e somente se, é inconstante. A inconstância das estações do ano é uma constância e a constância das estações do ano são uma inconstância. Em outras palavras, isso é um "flatus vocis" como diriam os medievais, algo que não diz nada. Quanto à minha busca pela verdade, é importante ressaltar que Paulo diz em 1 Coríntios 13.12 que "agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.". A vida cristã na Terra é um eterno desvelamento da verdade, que é o próprio Cristo. Ora, se cremos na Trindade e se nós devemos passar pelo processo de santificação, enchendo-nos do Espírito Santo, esse enchimento é um enchimento do próprio Cristo, que sabemos ser a verdade (João 14.6). Então, a caminhada cristã é um caminho de revelação da verdade que não se esgota: apenas na eternidade veremos "face a face". Digo isso porque poderiam questionar-me se eu já não conhecia a verdade antes. Por último, cito Pascal: "Não tenho vergonha de mudar de idéia porque não tenho vergonha de pensar".

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  27. Lindo testemunho! Onde você consegue tempo para ler tanto? Shalom!

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    1. Obrigado, Davi. Quanto às minhas leituras, é só saber organizar-se e sempre ter um livro à mão para quando surgir uma oportunidade. Abraço e paz de Cristo!

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  28. Olá Fábio, a paz de Cristo!

    Li hoje este seu testemunho no site http://blog.comshalom.org/
    Achei muito tocante a forma como você buscou conhecer melhor a Igreja Católica e estou mais determinada ainda a conhecer melhor também! Eu também fui protestante na minha infância e também procuro deixar de lado qualquer preconceito por nossos irmãos evangélicos, pois acredito que a nossa divisão é algo que traz muito sofrimento a Jesus.

    Gostaria de saber se você já ouviu falar de Vassula Ryden? Ela recebe Mensagens de Jesus de forma mística, um dom conhecido na teologia como "locução interior". Há muitos testemunhos de conversões,e foi por estas Mensagens eu fui tocada há dez anos atrás, em um processo de conversão. Se você quiser, posso te enviar alguns livros por correio.

    Que Deus o abençoe e derrame muitas graças sobre você, sua família e amigos. Desejo, de todo coração, que sua caminhada seja muito abençoada!

    Deixo-lhe um pequeno trecho de uma Mensagem de Jesus, sobre a divisão na Sua Igreja, que somos nós, todos os cristãos:

    "Eu sou o Supremo Sumo Sacerdote em toda a Minha Casa, esta Casa que, pela sua falta de amor, os homens têm tão impiedosamente dividido. Por isso, terei Eu de ficar a olhar para a Minha Casa, vendo-a a ser assim dividida e numa tal rebelião, e não intervir?" (16 de outubro de 2000)

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    1. Nunca ouvi falar da Vassula Ryden. Não conhecia a "locução interior". Amo livros. Aceitá-los-ia com prazer. Mande-me um e-mail para eu repassar as informações sobre o meu endereço: fabiosalgado@gmail.com . Amém! Obrigado pelo comentário.

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  29. Nasci judia e hoje sou ao convertida ao Catolicismo, meu encontro com Jesus foi na Rcc quando eu tinha 21 anos. Estudei os 4 evangelhos, um pouco de Edith Stein, fui pra um encontro com o Roberto Tannus, Ironi Spuldaro e li Banquete do Cordero. E de fato, todos os caminhos nos levam a Roma. Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Amem!

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    1. Andrezza, estou lendo o livro "Edith Stein: a abençoada pela cruz", da Elisabeth Kawa. Muitas pessoas já me indicaram que eu lesse sobre ela. Obrigado pelo comentário.

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  30. FABIO, PARABÉNS pela sua caminhada ao conhecimento da verdade mas são tantos milagres que ocorrem na SANTA IGREJA CATÓLICA a assinatura de DEUS para os céticos que é impossível querer achar alguma argumentação para tais fatos,por exemplo os corpos do PADRE PIO,SANTA THEREZINHA E OUTROS MAIS.
    A TILMA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE que os próprios cientistas não tem explicação, e o mais fantástico a APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA no EGITO ZEITUN tudo filmado e documentado e visto por milhares de pessoas e mesmo assim com tantas provas são céticos uma pena.

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    1. De fato, os milagres documentados pela Igreja Católica são incríveis, mas, por conta da minha própria experiência como agnóstico, prefiro não guiar a minha apologética por esta linha.

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  31. Caro Fábio...

    Apesar de não te conhecer pessoalmente, ouço falar de você desde seus tempos de arminianismo. Sua dedicação é contagiante, e, nesse aspecto, você é um exemplo que eu quero seguir. Contudo, quando o assunto é ortodoxia, estou longe de fazer coro contigo. Você já deve ter recebido várias respostas de protestantes acerca de seu testemunho. Creio que os argumentos e as críticas que eu tenho a expor já foram lidas e respondidas por você, logo, não quero que você perca seu tempo comigo, aconselhando-me a ler livros e assistir vídeos do Padre Paulo e do Olavo (kkkk). Contudo, Conto com a sua honestidade, intelectual e moral, para me responder alguns questionamentos:

    O fato de você ter sido arminiano influenciou na sua resistência às doutrinas da Reforma (especificamente, os 5 solas), e, consequentemente, na sua recepção às doutrinas da ICAR?

    O comportamento de alguns calvinistas influenciaram seus estudos, e, consequentemente, você também foi influenciado emocionalmente para estar no caminho que está hoje?

    Você deve conhecer o conceito de "regeneração" protestante (Se ela vem depois ou antes da fé, isso não importa aqui), o famigerado "nascer de novo" que Cristo pregou a Nicodemos. Constata-se, empiricamente, que ela realmente ocorre na vida de uma pessoa verdadeiramente convertida ao cristianismo dentro da uma igreja 'evangélica" (A árvore se faz conhecida pelos seus frutos). Já no caso de uma 'conversão' ao catolicismo, esse conceito se restringe muito mais a questões 'intelectuais' (minha opinião). A vida prática, eclesiástica e 'secular', do cristão (verdadeiro cristão) seria alterada 'apenas' por questões sacramentais e ritualística, pois a busca pela santidade, caridade, piedade, fé... já existiam. Concorda comigo? Isso, na sua opinião, fragilizaria o conceito de 'conversão' ao catolicismo (se não, como provavelmente será sua resposta kkk, explique-se por favor)?

    Perdoe minha perguntas soarem leigas, mas é porque elas partem de um leigo. Tenho outras... mas ficaria satisfeito, por hora, que você me respondesse essas três.
    Desejo também que surja uma amizade entre nós.

    Graça e Paz.

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    1. Hugo, confesso que fico surpreso com comentários como os seus: como assim ouve falar de mim desde os meus tempos de Arminianismo? Como você ouviu falar de mim? Não creio que o fato de eu ter sido arminiano teve qualquer influência no que concerne à minha recepção das doutrinas católicas. Há inúmeros relatos de ex-calvinistas que fizeram a mesma jornada que eu. Quanto aos cinco solas, ele não é exclusividade da doutrina reformada. Os batistas, por exemplo, defendem-nos. Todo ano, na minha antiga igreja, havia comemorações da Reforma Protestante com ênfases aos cinco solas.

      Hugo, não sou uma pessoa que me deixa influenciar facilmente por emocionalismos. Sou bastante sóbrio neste sentido. O comportamento dos calvinistas teve absolutamente nada a ver com a minha conversão. O meu passo foi, preponderantemente, intelectual, o que não exclui o âmbito emocional --- o Douglas Walton possui um livro no qual ele discute o papel das emoções nos argumentos: "The Place of Emotion in Argument".

      Não entendi muito bem a sua última pergunta. Você, em toda a sua fala, parece partir de um pressuposto de que fé e razão não andam de mãos dadas. Você fala de emoção e intelecto como se fossem coisas excludentes, o que é completamente falso. Para entender isso melhor, dê uma olhada na epistemologia de Zubiri e na diferenciação grega entre "nous" e "dianoia", que eu menciono em um novo relato que preparei baseado neste do meu blogue:

      http://documents.scribd.com.s3.amazonaws.com/docs/urancdtmo3m6117.pdf

      Abraço.

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  32. Ola, Fabio, tudo bom?

    Vou descrever um pouco a minha conversao (ou melhor, retorno, ja que fui batizado na Santa Igreja) para que vc una aos seus estudos e tenha uma figura mais ampla de como Cristo busca alguem longe.

    Por muito tempo( dos 15 aos 20, hj tenho 21) fui ateu, do tipo que nao respeitava nenhuma opiniao de cunho religioso e olhava todos os nao ateus com o pe atras quando se tratava de discussao cientifica. Nunca fui agressivo nem nada, eu somente interiormente desprezava, se é que me entende. Ja tive umas discussoes mais acaloradas, mas sempre fui o "bom cristao" mesmo sendo ateu, mesmo que na minha cabeca eu me sugerisse coisas do tipo "minha mae so me ama porque é obrigado biologicamente", "o amor é apenas uma ferramenta de reproducao", etc etc.

    Tudo comecou a mudar quando eu conheci o liberalismo. What??? Pois é, eu tava longe, mas o rio ja tava me levando no caminho: eu explico como. Ao entender melhor sobre liberalismo e deixar de lado aquelas ideias de neoliberalismo e etc, eu fui mais a fundo e li alguns autores anarcocapitalistas e me considerei um anarcocapitalista por alguns meses. (E vc achando que era inconstante, agora vc vai ver o que é inconstancia hehe). Foi ai que conheci o prof. Olavo. Primeiro como um senhor estranho que falava coisas interessantes, para entao cada vez mais entende-lo com o tempo. Ele (e tb li isso num livro chamado Civilizacao) me apresentaram a ideia de que as proprias leis do mercado, do respeito, da ordem, devem ter uma base muitissimo solida para se firmarem. Eu me perguntava... sera que se nao houvesse religioes, a ordem surgiria como um consenso? Essa pergunta valia muito a pena, porque eu nao era religioso, nao acreditava em Deus, e tinha uma boa relacao com as pessoas a minha volta. Mas pra resumir um pouco, eu cheguei a conclusao de que as religioes ja eram uma forma desse consenso chegar ate nos, ou seja, o mundo hipotetico em que religioes nao existem NAO EXISTE justamente porque ele nao venceria, ele simplesmente perde a culturas com religioes fortes. Agora eu nao mais desprezava religioes, eu as entendia num contexto mundial, mesmo que duma forma apenas utilitarista.
    Dai um tempo depois comecei a ler uns blogs de apologetica, conheci o Pe Paulo Ricardo e comecei a respeitar a Igreja Catolica em especial, com os videos do Pe Paulo sobre marxismo (perceba, em especial porque ele iria contra algo que eu ja aceitava como muito ruim, marxismo. O respeito era utilitario, mas eu estranhamente me sentia muito bem em ouvir mais sobre a Igreja)
    E lendo o livro do prof. Olavo, O minimo, percebi que este munto nao poderia existir sem o sobrenatural, que isso era na verdade meio ilogico. Eu ate lembro que nessa epoca (4 meses atras) eu comentei com minha tia que eu nao mais me considerava um ateu. Foi esse, vamos dizer assim, o "ponto de viragem". Nem mais teoricamente meu ateismo se fundamentava.
    E nesse tempo todo, muita coisa acontecia na vida pessoal. Eu ja via os videos do Pe Paulo Ricardo, enta comecei a interpretar minha vida toda pela otica crista-catolica e... tudo fez sentido!! Quando eu menos percebi, estava chorando pedindo desculpas por tudo e orando meu primeiro pai nosso depois de anos (orava na escola antes dos 13). Tem muito mais coisas, eu resumi pra caramba.. mas eu queria escrever essse texto pq com o tanto que vc leu e vai ler, esse relato pode ser importante para voce ter uma figura mais completa de como conversoes podem acontecer.

    Fique com Deus. Meu e-mail é rafaelvicari@hotmail.com Qualquer coisa.

    Tenho algumas duvidas sobre as criticas que o prof Olavo faz a Einsten, vc poderia me ajudar com isso? Pretendo ler o livro que o prof recomenda num video seu a respeito do assunto, mas ainda nao tive a oportunidade. Valeu! (Desculpe pela falta de acentos, teclado desconfigurado igual a de um colega ai acima nos comentarios hehe)

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  33. Fábio, por uma questão de caridade, não perca seu tempo discutindo com protestantes que nada sabem (assim como voce falou, que querem discutir o que os católicos supostamente fazem e não o que é a verdadeira doutrina). Mostre o que voce sabe e deixem eles concluirem a verdade. Um abração e força nesta luta da defesa da fé!

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    1. Tens razão, Pat! Obrigado pelo comentário!
      Beijo e paz de Cristo!

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  34. Fábio, prazer em conhecer voce virtualmente.
    Sou um homem maduro na idade, mas adolescente no sentido de aventurar em conhecer melhor o mundo espiritual. Não tenho conhecimento a nivel academico, mas conheço muito da doutrina evangelica, pois sou protestante-pentecostal desde os 4 anos de idade, já passei pelo adventismo, mas permaneci mesmo em igrejas pentecostais. Porem sofro discriminações por causa do meu conhecimento da Bíblia e da História (autodidata).
    Toda pessoas tem um ponto para ruptura. O meu ponto é a virgindade de Maria. Pontuo que se Maria era virgem antes de nascer o salvador, ela teria continuado virgem ápós o nascimento. Simples dedução de minha parte, se São José era um israelita piedoso ele nunca teria coragem de violar o corpo que abrigou o menino Deus. Se Maria era uma piedosa Senhora Israelita ela nunca pecaria contra a castidade, e seria virgem sempre. Esta minhas deduções, me colocaram em cheque com meus irmãos de fé. Eu tambem disse que seria impossível Jesus ter outros irmãos e eles terem sumido no momento mais dificil de sua mãe, obrigando ele a rogar a um de seus discípulos a cuidar dela e recebe-la como mãe.
    Outro ponto é a obediencia tão exigida pelos lideres pentecostais, mas eles mesmos são rebeldes, pois criam divisões todos os dias, são arrogantes e não aceitam a autoridade de outro. Mas exigem submissão até mesmo cega. Citam o episódio de Coré para amendontrar quem os resiste. Mas concluo que eles mesmo estão inseridos na revolta de Coré, pois levantaram contra o sacerdócio estabelecido a milenios.
    Enfim, estas questões me fazem refletir sobre a legitimidade destes, que poem a igreja católica como pagã, mas que se recusam a eles mesmos a serem verdadeiros cristãos. A bíblia serve apenas como adorno para os braços, e como meio ilegitimo de se enriquecer. Por causa deles o nome de Cristo está sendo envergonhado. Tenho dificulddes em aceitar a assunção de Maria, imaculada conceição e a transubstanciação. Mas te adianto, se existe uma reserva moral e espiritual para o mundo, principalmente ocidental, esta reserva é a igreja Católica. Vou continuar lendo melhor seu depoimento, que é muito extenso, e pesquisando outros católicos, quem sabe poderemos estudar junto e ajudar muitos protestantes a desvincilhar das amarras herédicas.

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  35. Um testemunho muito profundo. A conversão não é só senimental; é ética e intelectual.
    Muito obrigado por partilhar este teu caminho espiritual. Um grande abraço desde Angola (África)
    O Senhor confirma-me que o cristianismo e particularmente a Igreja Católica tem a visão integral do homem pela que procura ese fecundo diálogo de fé e razão. Essa visão completa e equilibrada é tão necessária num mundo marcado pelo secularismo e fundamentalismo
    Com afecto e carinho. Martinho

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  36. Querido Fabio:
    Gostei muito do teu lindo e profundo testemunho. Isso me ensina que a conversão não é só sentimental, mas também ética e intelectual. A nossa linda religião cristã, sobretudo o catolicismo procura este fecundo diálogo entre a fé e a razão, cada vez mais necessário num mundo secularizado ou fundamentalista. Te felicito de coração. Um amigo e irmão teu de África (Angola)
    Chifako

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    1. Chifako, você não sabe como fico feliz em receber um comentário de um irmão angolano no meu blogue. Estudei a filosofia africana há pouco tempo em um curso na minha universidade e estreitei meus laços com a África. Forte abraço!

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  37. Oi Fabio, fui evangélica e agora sou católica , serei muito sincera,não li todo o seu texto e testemunho,mas sempre que leio algo de alguém que era evangélico que passou a ser católico,eu me sinto mais forte a continuar.. Nasci praticamente num berço evangélico e por 27 anos estive dentro de uma igreja, e pode ser clichê mas existe vida sim pós igreja evangélica, digo isso pois guando fui sair da igreja me colocaram medo e muitoo medo. Estou indo na igreja católica a 1 ano e meio e já sou outra pessoa.. Irei ler seu testemunho,pois sei que ira me ajudar ainda mais. Desculpe a ansiedade,mas só queria registra a minha alegria...

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  38. Fábio, primeiramente parabéns. Tu escreves muito bem. O texto se desenvolve com elegância e fluidez, mesmo quando descamba para um lado mais acadêmico. Posso dizer que lamentei quando cheguei ao final. Minha história é semelhante a tua, com o diferencial de que jamais fui protestante, mas, sim, por bastante tempo, ateu. Digo que, após o Espírito Santo, os maiores responsáveis por minha volta à casa do pai foram o Olavo de Carvalho, cujo trabalho acompanho há dez anos e por quem nutro grande admiração, e o Pe Paulo Ricardo, a quem conheci, também, por intermédio do Olavo. Acresceria, ainda, Bento XVI, pois sua homilia na missa "pro eligendo pontifice" despertou-me imediata simpatia e interesse pela Igreja. Tenho a mesma impressão que a tua, nunca vi um protestante que conhecesse um mínimo de teologia católica, nem que pensasse acerca dos seriíssimos que a sola scriptura possui nela mesma. Atrevo-me a recomendar os livros do Pe Leonel França. São todos muito bons, neles estão respondidas muitas das mais que surradas objeções protestantes. Estão disponíveis no site http://www.obrascatolicas.com/, o qual possui diversas boas obras que podem contribuir bastante para uma boa formação católica.

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    1. Carlos, muito obrigado pelo comentário. Que Deus o abençoe. Fico muito feliz pela sua conversão. Conheço as obras do pe. Leonel Franca e o site que você mencionou, que, por sinal, são excelentes. Forte abraço.

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  39. Fábio, parabéns pelo seu texto! Não sou evangélica e nem católica, mas tenho muito respeito por esta última e já fui nas duas religiões, o que eu tenho a dizer LEIGAMENTE, é:

    Minha avó é protestante há mais de 40 anos (desta mesma igreja batista tradicional), quando eu era criança, ela me forçava a ir. Lá pelos meados do ano 1999 eu tinha 5 anos e era apavorada pelos pastores dizendo fortemente que "o mundo iria acabar". Imagina o que uma criança, totalmente inocente, achava com aquilo? Ficava apavorada, é claro.
    Já maiorzinha e fora dos poderes da minha avó, rs (que, diga-se de passagem, ainda me força à visitar a igreja dela quando vou na casa dela em dia de culto), frequentei a Igreja Católica: percebia a calma dos padres, a calma do ambiente, a energia boa que estava lá. Ninguém me apontava o dedo, ninguém me mandava usar saia e não cortar o cabelo. Eu me sentia em paz e em contato com Deus. Dentro da igreja de minha avó, me sentia - e me sinto- sufocada e mal. Na Igreja Católica, tinha a impressão de poder ser quem eu realmente sou, sem máscaras. Ir de corpo e alma e me conectar com Deus com o mais profundo do meu ser.
    Embora não tenha seguido na Igreja Católica, tenho muita consideração e muito carinho por esta, e espero que sigas sendo feliz em tua jornada. Abraços e muita luz!

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  40. Oi Fábio. Você ainda existe? Rsrs. O último comentário foi em 2015 e já estamos quase em 2017! O que houve? Deveria haver mais comentários enriquecendo mais ainda seu Blog, sabia? Estudo religiões por conta própria há muitos anos. Sempre fui católico. Quaaaaase me "bandeei" para o protestantismo, mas graças à minha perseverança nos estudos, não fiz mais do que participar de um retiro da Igreja Nova Vida num final de semana. Me senti acuado lá. Hoje aprendi muito mas ainda tenho muito o que aprender. Por isso busco muito na internet também. Engraçado que na maioria dos debates entre católicos e protestantes, percebe-se claramente a razão nos argumentos dos que são católicos, que sempre apresentam provas inquestionáveis. Acabei de encontrar esse blog, e pra te dizer a verdade, foi um dos melhores "lugares" que já visitei buscando mais confirmação para apresentar aos de outras denominações. Seria interessante se esse blog fosse divulgado e compartilhado cada vez mais. Se depender de mim, será; porém só compartilhar após terminar de criar uma página no Facebook relacionada ao assunto onde disponibilizarei textos enriquecedores como o seu. Espero que já tenha lido todos os livros que tanto estava querendo, e se possível, que descreva também algum parecer sobre eles aqui também. Parabéns e que todos os Santos da terra e do céu estejam orando por você constantemente. Paz e bem. Ricardo Ferretti rick_ferretti@hotmail.com.

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    1. Oi, Ricardo. Ao que tudo indica, ainda existo sim. Rs. . Fico feliz por você ter permanecido na Igreja. Infelizmente, muitos católicos abandonam a Igreja porque a desconhecem. Pretendo escrever sobre isso daqui a alguns dias, aproveitando uma matéria que saiu na revista Veja com prognósticos de que os católicos serão ultrapassados pelos protestantes no Brasil em 2040. Obrigado pelo comentário e pela divulgação. O blogue andava meio jogado às traças mesmo, mas pretendo retomá-lo aos poucos. Você encontrará por aqui um texto apologético traduzido em todos os domingos. Paz e bem. Abraço!

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  41. Comecei a ler um livro chamado "A legitima interpretação da Bíblia" de Lucas Navarro, são mais de 400 páginas, e tudo o que li até agora destruiu completamente qualquer argumento protestante.

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  42. Fábio, excelente que bonito testemunho! Tive acesso hoje através de um link da comunidade shalom postado por um de seus membros no Twitter. Fiquei me perguntando: "Como eu ainda não tinha visto isso antes?". Add o seu blog aqui para ler e conhecer com mais calma. Obrigada por partilhar tamanha riqueza. Deus continue te abençoado nessa caminhada. Salve Maria Santíssima!

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  43. Fábio

    Graças a Deus você buscou a verdade, assim você obteve conhecimento e pode compartilha-lo conosco!
    Lhe agradeço também de coração pelo ensino sobre joelhar (achava que ajoelhar era sempre adoração) e os textos traduzidos, principalmente sobre a Arca da nova aliança. Se tinha algum receio sobre chamar Maria de mãe acabou lá.
    Também não tinha idéia sobre tantos "furos" da sola scriptura!

    Que Deus lhe abençoe!

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    1. Oi, Priscila. Eu que lhe agradeço pelo comentário. Tinha dado um tempo nas traduções, mas vou tentar organizar-me pra voltar com elas. Amém. Que Deus a abençoe também.

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